domingo, março 29, 2015

Dois poemas de Natanael Santos


FRAGMENTOS DO SER

Fraccionado jaz teu ser ai no chão
Por toda parte se vê os estilhaços
Deste projétil que feriu teu coração
Deixando-o todinho em pedaços.
Taciturno, cabisbaixo e destruído.
Chorando a miséria em que estás
Pensando que do mundo excluído
O tempo inteiro, você há de ficar.
Deus sabe o que fazer contigo agora
Ele pega esse pouquinho que restou
Essa apatia, Ele manda já embora,
Te diz: “Não temas! Contigo Eu estou.
Levanta tua cabeça nesta hora
Porque reconstruir-te agora EU vou”.

MINHA ORAÇÃO
Senhor venho a Ti humildemente
Prostrado em contrita oração
Suplicar-Te, ó Deus grande e complacente.
Sobre teus filhos estenda as Tuas mãos.
Somos tão frágeis, e por vezes tão carentes,
Sem Tua ajuda, meu Senhor o que fazer?
Seja conosco uma vez mais benevolente
E não nos deixe neste mundo perecer.
Tu és grande, e o teu amor é imensurável.
Satisfaça-nos com Sua graça inaudita,
Dá-nos forças e uma fé inabalável.
Nessa oração, eu rogo a Ti também
Que nos guie em Sua verdade insofismável
Em nome de Jesus pra sempre amém!

quarta-feira, março 25, 2015

O Rolar dos Anos, poema de Thiago Rocha


O Rolar dos Anjos

Passa ligeira a vida como a flor,
que nasce de manhã, logo fenece;
e nossos dias correm qual vapor,
que, logo sobe ao céu, desaparece...

E vai-se a vida como um breve olor,
como o breve queixume de uma prece;
como a chama que perde o seu calor,
e como um pensamento que se esquece...

Os anos que ficaram para trás
não voltarão a nós, nunca, jamais;
portanto, nunca mais os lastimemos.

Se os nossos dias junto a Deus vivemos,
e se seguimos os divinos planos,
não lamentamos o rolar dos anos!

Do livro Águas de Descanso

domingo, março 15, 2015

Acordo Sempre Onde a Traição Impera - Sammis Reachers

Claude Howell

Acordo Sempre Onde a Traição Impera

Acordo sempre onde a traição impera
Onde o inverno é o sumo deus de cada coração e lar
E um caldo ralo de lavagem, em sujo alguidar
É o holocausto que deitam à primavera

Sempre desperto em países distantes
Ontem hoje e a cada dia piores do que antes

Sempre acordo num condado sombrio
Povoado de caveiras a abraçarem-me com seu frio

Acordo mormente triste num mundo nefando
Erigido com os átomos do Mal
Cujo diuturno crepúsculo vai tudo sepultando
Da aurora austral à boreal                 
                                             
                                               E não finda ou morre,
       Moendo tudo em seu negro bojo
       Disto acordo já cheio de nojo

Aos chutes despertam-me a cada novo dia
No centro de um fausto baile à fantasia
Onde todos, democratas, vestem-se de Mephisto

Cativo, arreio a cangalha que deitam ao meu corpo imundo
E mostro-lhes, em chagas e nu, meu eu profundo,
Desvelando no meu, vil, o ardente Coração de Cristo

A multidão bacante gargalha, mas três ou quatro arlequins
Num brilho de olhar, entendem que Um Outro Mundo Existe
E o restolho de esperança trôpega que há em mim
Nestes tênues olhares que brilham, resiste e subsiste

Desperto à meia-noite aos gritos de um tordo,
Sempre divisando já, no horizonte do dia
A doce hora de deitar, unívoca alegria

E quando deito sonho que neste mundo não acordo
E nesta hora, dentro deste sonho meu nunca vero
Sonho então o meu único sonho verdadeiro:

Vejo, Senhor Jesus, ao ressonar mais uma vez
Na cama solitária de minha invalidez
Num repente, à minha volta,
Romperem-se em grã revolta
As paredes de minha húmil choupana,
Fogo a grassar, da cama ao teto da cabana
E meu corpo, ardente, posto agora a flutuar

E então, em A Tua Volta,
Em O Teu Grande Dia (que havia de chegar)

Eu, transido em nova natureza, derradeiramente DESPERTAR.

sábado, março 07, 2015

Três poemas de Luciano Dosanjos


Sonhos de amor

Sigo pelas ruas
Com a cabeça nas nuvens
Escalando estrelas
E plagiando o voo dos pássaros

As pedras que me ofertam
Transformo em poesia
Na foz do meu silêncio
Nasce sempre um novo salmo

Meu coração é um menino
Só que falar de amor. 


Hora última

Nesta hora última
Em que um manto de sombras
Vedou os olhos dos caminheiros
E perdidos sem timoneiros
Vagam mendigando um facho de luz.

Vai, oh semeador de esperanças,
Colher almas para Cristo
Serás bendito entre as nações
Quando as boas novas anunciar
Sê um arauto da seara fecunda
Converte os desalentos em gozo eternal.

Avante cidadão do céu!
Tu és a lâmpada do porvir
Quantos caídos se levantarão
Com os verbos de luz semeados por ti.

Vai! Deixa o amor guiar teus passos
Não precisa bagagem nem nada
Pão não te faltará ao longo da jornada
Cada canto do mundo encontrará pousada
     O dono da seara garante tua viagem.


Vero amigo

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O fragor da sua presença
Espalha cheiro de mirra
Nos campos brancos da alma
Musicando meu silêncio
Com clarinadas celestes

Desde menino
Conhecia-te em sonhos
Colhendo as flores nos meus olhos
Com seus dedos translúcidos

Agora que Te revelastes
Sinto teus dedos acarinhando minha fronte
Cada palavra que Tu me inspiras
Abre uma porta para o céu...



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