sábado, abril 28, 2012

Dois poemas de Celso Diniz



Um Novo Coração

Ezequiel 36:26,27

As agências noticiosas
difundiram a nova sensacional;
as manchetes dos jornais
gritaram-na, com tipos garrafais;
as estações radiofônicas transmitiram-na
em ondas longas, médias e curtas;
as tevês colocaram-na nos vídeos,
em cores e em preto e branco:
mais uma conquista extraordinária
da ciência humana –
fôra feito um
TRANSPLANTE DE CORAÇÃO!
Alguém,
que teria apenas algumas horas de vida,
poderia, agora –
graças ao novo coração
que lhe fora enxertado no peito,
no lugar do coração cansado
- viver mais alguns dias
ou semanas
ou meses
ou mais alguns anos...
...   ...   ...   ...   ...   ... 
Quase ninguém soube da nova;
apenas a igreja,
os familiares, vizinhos e amigos
do novo homem...
Ele experimentara –
pela graça de Deus,
pelo arrependimento dos seus pecados
e pela fé – confiança
no Senhor Jesus Cristo
como seu único e bastante Salvador
- o milagre maior
do novo nascimento!
Deus colocara, pelo Seu Espírito,
no lugar do coração de pedra,
um coração de carne...
O velho homem, pela regeneração,
recebera um espírito novo.
Para viver apenas mais algumas horas
ou dias
ou semanas
ou meses
ou mais alguns anos?
Não!
Para viver por toda a eternidade.


Ele Disse

Vinde a mim, cansados, oprimidos,
e tereis descanso prontamente.
Olvidai, de vez, vossos gemidos:
desfrutai ventura permanente.

Aprendei de mim lições vitais,
de esperança, fé e caridade.
Meu jugo suportai... e jamais
pesará em vós a iniqüidade.

O Caminho eu sou, que voz conduz
à Cidade Santa, mui querida...
Achareis Verdade no meu ser.

Quando fui pregado numa cruz,
abalei o inferno. Eu sou a Vida,
e nada, sem mim, podeis fazer!

Do livro Um Novo Coração – Casa Editora Batista, 1968

terça-feira, abril 24, 2012

Dois poemas de Pérrima de Moraes Cláudio



O Abraço do Pai

“ ...e quando ainda estava longe, viu-o seu pai... e correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” Lc 15.20

1
Aquele jovem
resolveu um dia,
pedir ao pai
o que lhe pertencia.
Saiu de casa
indo para longe,
gastando os bens
em festas... em orgias.

2
Naquela terra
estranha e distante,
chegou a fome
sem pedir licença;
e aquele jovem
viu-se em apuros,
Passando toda
a sorte de carência.

3
Não tinha nada,
a não ser ali,
um desejo enorme
em seu coração:
voltar ao lar
e então, com humildade,
pedir ao pai,
que lhe desse o seu perdão.

4
E assim pensando,
Ele levantou-se,
e foi ao encontro
do genitor querido,
e planejou
em seu coração,
ao pai falar
que estava arrependido.

5
O pai saudoso,
ao avistar seu filho,
veio correndo
e o abraçou feliz.
O céu neste dia
ficou mais lindo,
exuberante
em todo o seu matiz.

6
Àquele filho
que também agora,
está distante
da casa do Pai,
saia da estrada
Insegura e errada,
se levante, pois,
e ao encontro d’Ele vai.

7
Hás de encontrar
o teu Pai eterno,
te esperando
com o Seu perdão.
Haverá no céu
grande alegria,
pela mudança
do teu coração.

8
Hás de ver então
que em teu coração,
toda a tristeza
e angústia, sai.
Venha correndo,
não demores mais,
para receberes
o abraço do Pai!


Lâmpadas Acesas

“Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.” Mt 25.7

1
No momento em que
O relógio do Senhor,
meia-noite
o ponteiro indicar,
estejamos com
as lâmpadas acesas,
preparados, para
Cristo encontrar.

2
Os Seus anjos,
o Senhor enviará
com clamor de
trombeta retumbante.
Os escolhidos
todos hão de ajuntar,
para o encontro, com
Jesus mui triunfante.

3
Não sejamos, quais
as cinco virgens loucas,
da parábola que
o Mestre ensinou.
Não durmamos, mas
sejamos vigilantes:
o azeite das prudentes
não faltou.

4
Se na vinda do
Senhor, tão repentina,
O azeite em nossas
lâmpadas faltar,
desprovidos e
também adormecidos,
onde o óleo santo para
a lâmpada encontrar?

5
No tumulto em que
se encontra esta terra,
de uma coisa, todos
nós temos certeza:
Cristo é vindo com
milhares de seus santos;
vigiemos, com as
lâmpadas acesas!

quinta-feira, abril 19, 2012

Três textos de Gladir Cabral



Publicamos aqui três singelos textos (um poema e duas canções) de Gladir Cabral. É magnífica a forma como a fronteira entre poesia e música, se ela existe mesmo, se dilui de maneira perene nos letras de Gladir.

Poeta é Deus
Eterno é Deus,
Tudo o mais é uma folha de alfazema
Que o vento leva no doce perfume da açucena,
Águas passadas nas longas braçadas do moinho,
Leve desenho na pena de um livre passarinho.
.
Eterno é Deus,
E o resto é a sombra de uma nuvem
Sobre a corrente das águas que de repente surgem
E prontamente se escoam na sequidão da terra,
Um pensamento, uma flecha do arqueiro, quando erra.
.
Poeta é Deus,
Sou apenas o verso de um poema.
Ele é palavra, eu sou o desejo de um fonema,
Verso branco, breve
À espera do seu tema.
.
Eterno é Deus,
Tudo o mais é uma gota de sereno
Que de manhã cobre a folha da grama no terreno.
Ao meio-dia é apenas lembrança pouca e vaga,
É trilha incerta, é uma estrada deserta e ensolarada.
.
Poeta é Deus,
Sou apenas poeira do caminho.
Ele é o rio que me leva assim, devagarinho,
Pela vida afora, nunca mais sozinho.


Santa Ceia
Este é o meu corpo
Que é repartido
Como um gesto de amor
Flor que vem do campo
Se transforma em trigo
Vivo pão que dá sabor
Sabor de sal, suor
E dor e riso e sol
Eternidade sobre a mesa
.
Este é o meu sangue
Que é derramado
Na aspereza de uma cruz
É o vinho novo
Aliança nova
Brilho intenso de uma luz
E a luz venceu
A mais profunda escuridão
E abriu os olhos da esperança


Casa Grande
A casa grande é branca e branda como a seda,
Acolchoada, fina e nobre como a renda,
Mas aqui fora reina a lei da reprimenda,
Da palmatória, nossa paga, nossa prenda.
Doutores, caros, fortes, ricos e senhores
Que suspirais pelas janelas dos amores,
Olhai por nós marcados por terríveis dores,
De vós vêm nossas esperanças e temores.
Os nossos corpos sendo mortos pouco a pouco,
Os nossos sonhos já desfeitos, todos loucos.
Na casa grande há uma cruz numa parede.
No coração de um negro há uma casa nova
Sem palmatória, sem corrente obrigatória,
Sem mais senhores, todos são de todo amigos
E nas paredes não há cristos esquecidos.
Nessa fazenda Deus é gente aproximada,
É tempo inteiro, tarde, noite e madrugada,
Motiva encontro, comunhão e caminhada,
Faz liberdade ser bem mais que uma palavra.
Os nossos corpos redimidos num momento
Bem mais veloz que a luz de todo o pensamento,
A nossa casa é muito mais que uma fazenda (1ª)
A nossa vida é bem mais que uma fazenda (2ª)

No blog do Gladir, além de poder ler dezenas de suas belíssimas letras, você poderá também ouvir online as canções. E ainda ler as histórias, conhecer as vivências, assistir videos e aprender com a ampla cultura cristã deste menestrel. Visite e desfrute: 
Blog: http://www.gladircabral.com.br/index.php
Site: http://www.gladircabral.com.br/site/

sexta-feira, abril 13, 2012

Três poemas de Antonio Magnani


Elena Nazarro

Pai quero apenas ser uma raiz

Pai faz de mim uma raiz sedenta
Que silenciosamente a cada dia rasga a terra obscura
Quero ser apenas uma raiz, sem formosura, sem graça
Que vive submersa, todavia que faz romper
À superficie o mais belo e verde vegetal
Pai desejo ser apenas uma raiz
Desalinhada, esquecida e oculta nas profundezas do solo
Mas que a cada dia, ousadamente fere o árido solo
E se afunda terra abaixo, para permitir que o tronco
Avançe para cima, para as alturas da Divindade
Pai desejo ser apenas uma raiz
Sem formosura, ignota, porém insubstituível
E beber-lhe o alimento essencial
Não para reter ou armazená-lo egoisticamente
Mas para devidi-lo sem reservas
Pai desejo e quero ser apenas uma raiz voluntariosa, generosa, mansa e humilde
Que morre no solo para dar a vida em prol da vida.




Aprendi com o passar dos anos

Aprendi com o passar dos anos:
Que “colhemos aquilo plantamos”, mas muitas vezes também, colhemos o que não plantamos, mas que foram plantados pelos outros.
Que “nem tudo que reluz é ouro”, mas quem nasceu para brilhar, não precisa lustrar.
Que há pessoas que nascem sorrindo, vivem fingindo e morrem mentindo.
Aprendi com o passar dos anos:
Que a verdade geralmente, perde-se em discussões prolongadas.
Que os amigos verdadeiros são mais raros que os diamantes.
Que os tempos difíceis não duram eternamente, mas os fortes, esses sim, permanecem inabaláveis.
Aprendi com o passar dos anos:
Que o mesmo sol que derrete a cera, é o mesmo que endurece o barro, a vida é feita de perspectivas.
Que o mundo evoluiu, mas Deus não se modernizou, e que o pecado continua sendo pecado.
Que "o silêncio vale ouro”, mas há momentos em que silenciar é mentir.
Aprendi com o passar dos anos:
Que não devemos levar para a cama o amanhã, pois ele só causará insônia.
Que não se pode tropeçar quando se está ajoelhado.
Que é melhor evitar a isca do que lutar contra a armadilha.
Aprendi com o passar dos anos:
Que é melhor acender uma pequena vela do que maldizer a escuridão da noite.
Que é preciso ser perseverante, pois foi pela perseverança que o caracol chegou à Arca de Noé.
Que são nas noites mais escuras, que as estrelas brilham mais.
Aprendi com o passar dos anos:
Que as preocupações trazem as nuvens de amanhã sobre o sol de hoje.
Que aqueles que não trabalham, são os que mais atrapalham.
Que podemos fazer coisas em um instante, das quais nos arrependeremos pela vida inteira.
Aprendi com o passar dos anos:
Que apenas uma grama de fé é mais precioso que um quilograma de conhecimento.
Que os bens terrenos são transitórios como as flores do campo.
Que as pessoas são o que são e não o que vestem.
Aprendi com o passar dos anos:
Que devemos amar as pessoas como se não houvesse amanhã.
Que um conselho recusado é mais tarde relembrado.
Que as árvores frondosas, já foram humildes sementes.
Aprendi com o passar dos anos:
Que a morte iguala a todos, mas o destino não.
Que algumas das maiores dádivas de Deus são orações sem resposta.
Que o caminho estreito não tem problemas de trânsito.
Aprendi com o passar dos anos:
Que depois dos 40 anos, o que a maioria das pessoas considera virtude é apenas perda de energia.
Que as decisões de Deus são misteriosas, mas estão sempre a nosso favor.
Que todos nós vivemos sob o mesmo céu, mas não temos os mesmos horizontes.


Dedicado aos que sofrem

Percorri sozinho
Uma longa estrada
Opaca, sem vida, sem nada
A lua generosa
Derramou seu brilho
Em cada canto da estrada

O caminho parecia sem fim
Tornou-se musa inspiradora
Escrevi com a alma e coração
Poemas eternos, sem rimas
Mas com vida, emoção
  
Lembrei-me daqueles que sofrem
Dos que choram, sem ser consolados
De todos os maltratados pelo sistema
Que cria palacetes e barracos
Lembrei-me daqueles que nunca foram amados
A eles dedico este poema
Tecido na essência da alma

domingo, abril 08, 2012

GOTAS DA ALMA, Livro do Pr. Antônio Pereira Júnior para download



O Pr. Antônio Júnior lançou, em Novembro de 2011, o livro Gotas da Alma, onde, em 98 páginas, o autor nos brinda com poesias e sonetos de doce inspiração. Transcrevo abaixo trecho da apresentação do mesmo, pelo autor:

"Este livro foi feito para você rir, amar, se emocionar, sonhar, se identificar e refletir. Não é para ser simplesmente lido, é para ser degustado, ruminado. Sem pressa, com calma. Foi feito para que o namorado leia para sua namorada, ou para o marido ler para sua esposa, ou vise-versa.
Meu desejo é que o amor seja despertado nos corações endurecidos pela rotina do dia-a-dia. Ou pelo estresse da vida moderna que não nos deixa ver que a vida não é correr atrás do vento. Que você, caro leitor, desperte a reflexão para uma vida com mais cor, mais paixão, mais amor. Com mais discernimento do belo. Da criação que Deus nos deu e que o homem moderno tem esquecido."


Para baixar o livro (em formato pdf), CLIQUE AQUI.


O Pr. Antônio mantém também os blogs
 http://www.pastorjunior.blogspot.com.br/ e http://www.poesiasdejunior.blogspot.com.br/

Três dos poemas do Pr. Antônio: 

Mãe é ser Esther


Mãe... o que é?
É difícil de decifrar,
Ser mãe é ser mulher,
Muitas lágrimas a derramar,
É ser fogo, às vezes água,
Brasa e às vezes gelo,
Mãe é mistério e até mágoa,
Face iluminada no espelho,
Mãe, filho, o que é?
Mãe... é ser Esther.


É ser estrela, no lar,
Na escola, em nosso céu,
É brilhar onde há trevas
Aparecer, sem o “eu”.
È ser dura e maleável,
È “ser”, primeiro do que “ter”,
É abraçar, beijar, cuidar,
É sentir, se iludir, é rir,
É chorar, lamentar, amar,
Preocupar sem razão, morrer,
Mãe, meu amigo, o que é?
Mãe, pra mim, é ser Esther.


É guerrear com os inimigos,
É lutar, defendendo os seus,
É fazer de inimigos, amigos,
Descansar? Somente no céu,
Angustiar-se pela demora dos filhos,
Amar, sem máscaras, sem véu,
Mãe, em sua essência, o que é?
Pra mim, só pode ser Esther.


Mãe é chama, é raiva, é suor, é dor,
Mãe é cuidado, abraço, abrigo,
Mãe é um anjo, uma luta maior,
Mãe é insônia, é um sonho, um ardor,
Diga-me poeta, mãe o que é?
Ser mãe é difícil de explicar, conceber.
Mas basta a toda mãe, um dia ser Esther.



Dia de Sorte


Todo mundo quer um dia de sorte,
Um dia de alegria e amor,
Um dia de vida e não de morte,
Onde não tenha espinhos... somente a flor.


Quase tudo na vida eu vivi...
Dores, desamores, decepção... eu sei,
Meu dia de sorte um dia aconteceu, (eu vi),
Foi no dia que eu te encontrei.


Todo dia pra mim é dia de sorte,
Pois com você tenho sempre um Norte,
Com você sei aonde vou.


Hoje... sempre é o dia de sorte,
Acredite... confie... seja forte,
Pois meu coração você já conquistou.


Incondicionalmente


Incondicionalmente te amo...,
Pois quem exige condições não ama,
De fato... somente engana...
Só é espinho... amargura... não é flor.


Incondicionalmente te quero...
Pois nada mais eu espero,
Não é um abraço sequer que eu quero,
Quero somente o teu amor.


Amar incondicionalmente...
É amar completamente,
Sem reservas... nem rancor.


Amar incondicionalmente...
É um amar que se faz presente,
Só amando incondicionalmente... se descobre o amor.

quarta-feira, abril 04, 2012

Páscoa, poema de George Herbert


Paul Klee

Páscoa

Acorda ser; teu Senhor acordou. Canta em louvor
A teu Senhor,
Que te traz à mão, para te ensinar
Junto a Ele acordar:
Assim se Sua morte reduziu-te a pó,
Sua vida far-te-á ouro ou ainda melhor.

Acorda guitarra, apressa-te por tua parte
Com toda arte.
A cruz ensinou a cada tábua Seu nome ressoar,
E por igual suportar.
Seus tendões partidos ensinaram às cordas que tom
É melhor para bem celebrar um dia tão bom.

Juntem-se ambos, ser e guitarra, e teçam uma canção
De boa duração.
E como a música está em três partes fracionada,
E multiplicada,
Ah, deixai Vosso Santo Espírito gestar uma delas,
E reparar nossos defeitos em Suas aquarelas.

Trouxe flores para forrar-Te o caminho
E ramos de árvores várias em abrigo,
Mas acordaste antes dos raios em arminho,
E trouxeste as fragrâncias junto contigo.

O sol sai a leste, sai todo dia
E entanto luz lance e bálsamo do leste;
Se dados fossem em analogia
Nada seriam frente ao que fizeste.

Que outro dia a este é soberano,
Ainda que plácido como um novilho?
Contamos trezentos, mas engano:
Como este há um só, e seu único brilho.



Tradução de Ruy Vasconcelos


Fonte: Blog Afetivagem

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...