sábado, junho 29, 2013

Um Dia Entenderei, poema de José Britto Barros


Um Dia Entenderei

“O que eu faço não o sabes agora, depois tu o entenderás.” - João 13.7

O que hoje faço não entendes agora,
Porém depois... depois o entenderás.
Os meus muitos caminhos são bem meus,
Prossegue crendo em mim que sou teu Deus.
Estou te modelando e te sabes sofrendo?
Eu tenho as mãos feridas... não estás vendo?
São marcas que conservo totalmente...
São elas que te moldam plenamente!

As dores que te afligem eu as sinto,
Eu te amo demais, e sabes que eu não minto.
É dura a disciplina? Teu lombo está ferido?
Com grandes pisaduras por ti fui afligido...

Conheço as tuas dores e vou sempre ao teu lado,
Caminha sem temor e crê em meu cuidado!
As lágrimas são muitas? Suores te apavoram?
Não vês? Também por ti meus olhos choram...
Consolo-te na dor pois também tive espinhos,
Assim não estás só, conheço os teus caminhos.
E dentro d’alma os pesares aumentam?
Angústias e saudades te atormentam?
Padeces tu sofrendo em agonias?
Assim foram também todos os meus dias...

Vou andando na frente e ao céu vou te levando!
Avança e luta ingente! Em mim vais triunfando!
E quando terminar aqui tua jornada
Finalmente tua dor terás toda explicada!
Eu não te deixarei, irei sempre contigo
Pois sou teu Salvador, teu guia, teu amigo!

Seguirei junto a ti, contigo entrelaçado
E lá entenderás o que aqui foi nublado.
Depois, muito depois terás conhecimento
E haverá em tu’alma doce encantamento!
Agora estás na sombra... depois, claro verás

E o meu plano de amor feliz entenderás!

No livro São Bento dos Peris, Minha Terra de Amor (2010)

domingo, junho 23, 2013

Dois poemas de Heloísa Zachello




SEJA EU COMO O BOM SAMARITANO

            ( Lucas 10: 30 ao 37.)

Sentindo-me triste e enfraquecida;
passando por um vale muito estreito,
ajoelhei-me junto ao meu leito
e ergui a voz ao Deus da minha vida:
            “Senhor, por que me encontro assim aborrecida,
             parecendo-me tão velha e emburrada,
             quando deveria estar agradecida
             por ajudar meus irmãos na caminhada?
Por que, Senhor, queixar-me de minha cruz,
mesmo sabendo que não a posso comparar
com Aquela carregada por Jesus,
na qual Ele morreu em meu lugar?
             Responde-me, pois preciso ouvir
             do Teu Santo Espírito de Amor
             palavras que me façam resistir
             à ânsia de abandonar meu bom labor!
Não posso continuar sentindo-me tão só,
Como que correndo contra um forte vento...
Faz-me levantar do próprio pó!
Vem me fortalecer com o Teu Alento!"
             E assim orando, abri as Promessas  Preciosas,
             e a alegria me visitou de novo!
             Pois pude Nelas ler: "Obra maravilhosa
            continuarei a fazer no meio deste povo." = ( Isaías 29 - 14.)
Então eu me deitei; e adormeci feliz,
consolada por Jesus, meu Grande Amigo!
 E logo de manhã, Ele bem quis
continuar a conversar comigo.
            E sem nenhuma sombra ou obstáculo,
            pela boca de minha mãe Ele me fez lembrar
           que "O VERDADEIRO SUCESSO É TRABALHAR
           COM O PRÓPRIO DEUS, PARA O BEM DOS OUTROS."
           Isso ela leu para mim, de um "No Cenáculo"  *
Pegou outro volume, e o abriu,   **
e o leu, em firme e boa voz:
"ÀS VEZES, TUDO O QUE OS OUTROS CONHECEM
SOBRE O CAMINHO DE DEUS, É O QUE ELES
ENXERGAM ATRAVÉS DE NÓS."
           Despedi-me de mamãe, e bem depressa,
           a fim de preparar o café da tia Gina,
           E mais uma vez senti de Deus a Promessa,
           que o homem natural nunca imagina!

Pois, através de um livro de poemas
do poeta Gióia Júnior, (já no Céu),
pude abrir numa página, cujo tema
tanto me alegrou e surpreendeu:
             "Oração para que eu seja um bom samaritano"
Tudo o que eu li me encheu a alma
de conforto, de luz! E trouxe calma.
                   E daqueles versos inspirados e verdadeiros,
eu transcrevo aqui os derradeiros:
 ***   " Seja eu que caminhe de alma aflita;
          e veja o réu da fúria do chicote,
          para que num esforço sobre-humano,
mate a minha tendência de levita;
dobre o meu coração de sacerdote,
e surja como um Bom Samaritano!

* No Cenáculo, ano 59, Set/Out/98.
Tema: Livres para agir.  ( quarta - feira, 30.09.98.)
Leitura Bíblica: 1a Pedro, 5: 7.
Autor: Fred Strayer ( EUA)

** No Cenáculo, Jan/Fev/99
Tema: Pegadas na neve. ( Sábado, 30.0l.99)
Leitura Bíblica: Hebreus, 12: 1 ao 13.
Autor: Sherara L. Chapline ( EUA)

***( Gióia Júnior, no livro "O Cântico Novo", página 56.)

Campinas, 30 de julho de 2.000.

                                                   

METAMORFOSES

( Salmo 40 : 15 ao 17.)
(  2a. carta de Pedro: 2 – 9)

No mundo das massas, eu era um número;
No mundo dos números, uma conta zerada;
No mundo dos zeros, estava à esquerda,
E por esse motivo, eu fui descartada...

E já descartada, eu fui para o lixo;
E dentro do lixo, vivi feito bicho...
No mundo dos bichos, vi mansos e feras;
No mundo dos mansos, eu era ovelha;
No mundo das feras, um homem eu era.

No mundo dos homens, vi os bons e os covardes.
Passei a viver tão vago destino.
No mundo dos bons, só fiz Amizades,
Mas no dos cavardes, fiz meu desatino...

E do que me restou, eu penso agora
Nesta madrugada, já quase aurora:
“Preciso gravar estes versos meus:
Aos olhos dos mundos, não passo de nada,
Mas sou bem-amada aos olhos de DEUS !”

Visite o blog da autora: http://heloraiz.blogspot.com.br/

sábado, junho 15, 2013

Dois poemas de Cesare Turazzi


Eu: terra-coração de

Eu, terra de desrespeito.
Eu, terra de desalento.
Eu, terra misteriosa.

Eu, terra apolítica.
- Avante pelotão, terra a vista! -
Eu, terra de pecados.

Eu, terra sem fim.
Como abismo esqueci,
como abismo desapareci.

Eu, terra odiada; amada.
- Avante artilharia, inimigo a vista! -
Eu, terra baixa, falsa humilde.

Eu, terra enganosa, arrogante.
Parece fofa, parece boa,
mas é terra de misérias, de soberbas.

Eu, terra com mais adubos
- Avante horda, abominação chegando! -,
como à guerra, sou eu em espera.

Eu: era beira do caminho.
Eu: era terreno pedregoso.
Eu: era espinho - agora não mais meu coração.

Eu: era árvore infrutífera.
Era talento enterrado, fermento embolorado;
eu era joio a ser queimado.

Agora não mais coração, terra minha.
Não mais, agradeça e suspire aliviado;
coração agora és terra boa, frutífera.

Coração meu, terra viva.
Agora, coração meu, desde uma semente de mostarda;
plantada em ribeiros, em mananciais solenes.

- Avante soldados, mais terra a descobrir! -
Eu, abismo desconhecido.
Eu, infinito abismo de misérias.

Ainda há faísca a inflamar,
mesmo nesta terra fofa de vida.
A árvore viva frutifica, a morte não morta - mortificada.

Eu, em prisão de carne.
Eu, neste corpo abominável.
Eu, infinito abismo ao céu aberto.

- Avante ceifadores, colheita nesta terra! -
Terra minha, coração meu:
d'antes podre, agora vivo.

Terra que só DEUS conhece,
coração que só o SENHOR vê a fronteira abismal;

e só vive se Ele por ela se compadece.


Dar-se

Dou-me ao partido contrário,
dou-me às pérolas;
dou-me aos porcos, aos cães.
Dou-me à roda de escárnio, escarnecedora;
aos néscios, cuspidores, zombadores:
a estes [eu] me dou.
Dou-me aos injustos, aos ladrões,
dou-me aos de berço encrostado no esterco.

Dou-me aos sem fé,
aos perdidos na universidade.
Dou-me aos lírios do campo,
às cegonhas, às aves de rapina.
Dou-me à palha, à conversa filosófica;
dou-me à educação ecumênica,
ao respeito idólatra.
Dou-me aos réprobos:
em respeito, e não desrespeito;
em amizade, e não em discordância,
em mentiras, abraços, gracejos, ósculos,
e não em verdade e amor.

Como de triste relato, e não vanglória:
dou-me às risadas, à falta de manifestação.
Dou-me ao ecumenismo, à língua cortada,
dou-me à trombeta abafada, à tocha apagada.

Eu me dou ao devaneio, à roda que lembra
o meu dar aos impiedosos.
Dei-me ontem, anteontem, outrora.
Dei-me... dei-me sim.

Ah, SENHOR! Eu me dou aos maus!
Dê-me aos bons, leva-me a eles,
a ir até eles, a ter com eles, peço-te!
SENHOR, te peço eu, como sujeito,
dá-me aos justos, aos de fé;
dê-me os que têm olhos,
que têm ouvidos, que têm boca,
aos que entendem o joio & trigo,
leva-me a eles, peço eu.

Então, peço-te:
leva-me a dar-me aos pés,
a derramar o unguento,
à humilhação, ao arrepender-se;
dê-me não aos porcos, mas sim à mesa.
Dá-me às migalhas, e não aos cães...
dá-me, SENHOR, peço-te,
aos pães - estes sólidos, maduros, de fé. 


terça-feira, junho 11, 2013

DEUS AMANHECER, novo livro de Sammis Reachers para download gratuito


Amigos, já está disponível para leitura online ou download gratuito, a versão eletrônica de meu novo livro, DEUS AMANHECER.

As 127 páginas deste livro reúnem uma seleção de textos escritos desde minha conversão, em 2005, até aqui. São diversos textos inéditos, somados a outros publicados apenas em blogs e redes sociais, e que configuram o corpo principal deste Deus Amanhecer, acrescidos de uma antologia poética, com textos selecionados de meus quatro livros anteriores (livros que circularam apenas como e-books): Uma Abertura na Noite (2006), A Blindagem Azul (2007) CONTÉM: ARMAS PESADAS (2012) e Poemas da Guerra de Inverno (2012), além de poemas publicados na Antologia Águas Vivas I (2009). 

O livro conta com prefácio do querido poeta lusitano João Tomaz Parreira.

Para baixar pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI.
Para leitura online ou download pelo Scribd, CLIQUE AQUI.
Para download pelo 4Shared, CLIQUE AQUI.

quinta-feira, junho 06, 2013

Lançamento do livro Trabalha, Poeta!, do compositor, cantor e poeta Silvestre Kuhlmann



*  * *

Aproveitamos para publicar a letra  e também o vídeo da música 'Trabalha, Poeta',  de Silvestre:


Sem meias palavras,

Semeia a palavra,
Cultiva a boa semente;
Espalha por este solo da Terra
Poemas.

A pena, a peneira, a pepita,

Garimpa, lapida;
Descobre o tesouro,
Cava com a pá.

Provoca o vocabulário,

Bulindo no vocabulário;
Burla o sentido, faz o belo.
Elabora, labora.

Procura a cura no verso.

Emoção, reação adversa;
É perverso ver o mundo
Sem teu olhar, poeta.

Se te moves, poeta,

Comoves;
Poeta, não te acomodes
Nas cavernas da melancolia.


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