quinta-feira, julho 29, 2010

Um poema de Joselito Otílio

*

Eis-me aqui!

Eis-me aqui!
Eis-me aqui Senhor e meu ser anela por Ti desesperadamente
Porque sei que dependo de Ti
Que necessito de Ti no meu ser
Na minha vida por completo!
Eis-me aqui Senhor
Porque sei que já viestes ao meu encontro
E eu não quero deixá-lo de braços estendidos!
Quero sim...
Envolver-me em Teus braços
De olhos fechados porque seu grande amor me dá paz
Amor e segurança!
Seu amor me dá asas e me dá esperança!
Eis-me aqui Senhor e quero dar-te
Honra, glória, força e poder
Porque só Tu és digno de receber!
Quero ser envolvido por Tua glória porque assim
Serei levado por lugares altos
A lugares nunca imaginados por homens!
Vem, Oh Deus tomar o meu ser
Vem, Oh Pai restaurar meus sonhos e minhas visões
Restaura meus projetos que um dia deixei para trás!
Vem, Oh Deus porque te amo mais do que a mim mesmo!
Quero amá-lo mais que um grande amor...
Quero amá-lo sobretudo e sobre todos!
Vem, Oh Deus para que minha vida volte a ter sentido
Porque um dia olhei para trás e perdi a visão do Teu Reino,
Reino Soberano, Reino de Amor!
Vem Senhor...
Vem, Oh Deus porque é o meu Rei da glória
A quem devo declarar que é
Santo
Santo
Santo é o Senhor e tua glória encherá nossos corações!

Te amo Senhor!

Visite o blog do autor:  http://joselitootilio.blogspot.com/
 

domingo, julho 25, 2010

Um poema de Gióia Júnior - Vem, Doce Morte

*

Vem, Doce Morte

Vem, doce morte, eu sei que não és o mistério
do sem fim, o pavor do escuro cemitério,
não és o vulto mau, a sombra horrenda e esguia
do cutelo fatal e da mão muito fria
cujo afago cruel, implacável, glacial,
causa toda a aflição do momento final...
Pintam-te assim: voraz, a bailar pela estepe
da existência, andrajosa e vestida de crepe,
megera desumana afogada em vinganças,
arrebatando mães e roubando crianças...
E como és diferente!

                                 És um sussurro manso,
um cântico de paz, um hino de descanso.
Vens brilhando, vens clara e majestosa, toda
adornada de luz como a manhã da Boda.
És o encontro, o momento eterno e majestoso
em que a noiva, feliz se aproxima do esposo...
És o dia esperado em que, os filhos da Luz
podem ver, afinal, o rosto de Jesus,
o dia em que Jesus conduz os filhos seus
para a Vida Eternal na Cidade de Deus,
onde não há mais pranto, onde não há mais dor,
onde existe somente a glória do Senhor!

És um caminho bom – o melhor dos caminhos –
macio, leve, azul, sem pedras ou espinhos.
Leva-me pela mão, ó delicada irmã,
ao Jardim multicor da Nova Canaã.
Irei como um menino, alegre, num transporte...
minh’alma te deseja e diz:
                                   “Vem, doce morte!”

Do livro 25 Anos de Gióia Júnior (Editora Betânia)

sábado, julho 17, 2010

Na Ilha Chamada Triste, de J.T.Parreira: Um e-book poético para download gratuito

*

Nos 16 poemas que compõem este opúsculo, iniciado no Recife (Brasil), “defronte do mar”, em Abril de 1995, e concluído em Aveiro (Portugal) pelo mesmo ano, o poeta evangélico lusitano J. T. Parreira enfeixa as vozes de uma Patmos do Exílio e sua companheira sequaz, seu quase duplo que é a Solidão. Ilha (e ilha interior) da pura contemplação do profeta (apóstolo João) e do poeta (JTP) que produzem num a Revelação (Apocalipse), que com seu tesouro de ora literalidade, ora alegoria, nos traz a Advertência e a Esperança; e noutro a poesia que re-conta, re-vive, re-vigora e trans-vigora com a verve de sua voz poética as vivências do Apóstolo em seu exílio insular. 

Eis-nos Patmos, (uma) estranha ilha (chamada) Triste, mas de uma “tristeza segundo Deus” (2Co 7.10), que opera em seu fim a salvação.

É pois com imenso prazer que venho a editorar e apresentar, neste formato de e-book, este singelo e até aqui inédito (em seu conjunto) presente aos apreciadores da verdadeira Ars Poetica.

PARA BAIXAR O E-BOOK, CLIQUE AQUI.

segunda-feira, julho 12, 2010

Dois poemas de Rosimeire Leal da Motta

*

NAS MÃOS DE DEUS

Sendo senhor de si e de suas ações,
partiu pelas estradas da vida.
Abandonou o porto onde ancorava seu navio.
O mapa já estava traçado,
contudo, recusava-se a aceitar.
Não deu ouvidos àquela voz interior que lhe acenava.
Rejeitou os conselhos dos seus pais.
Cruzou oceanos e continentes.
Travou combate consigo mesmo.
Vazio. Perdeu-se.
Maturidade. Sabedoria.
Regressou ao lar paterno.
Amanheceu um novo dia.
Renasceram os seus sonhos...
Rebelde que lutava contra o seu destino,
entregou suas armas.
Ninguém foge dos planos de Deus,
o que Ele determina, assim será!



DESATANDO OS NÓS

Fios de barbantes embolados,
misturados em turbulentos nós.
Pensamentos se debatem nas paredes,
tentam encontrar as raízes dos seus pesadelos.
Ecos do passado,
vacilação no presente,
dúvidas para o futuro.
Redemoinho de idéias insolentes.
Intrigas de um “eu” atormentado.
Emendas desnecessárias de temores.
Um jato de luz a laser entrou no cérebro:
espada celestial desatando os laços rebeldes mentais.
Separação dos fatos.
Com os joelhos dobrados no chão,
as dificuldades serão vencidas!

Poemas do livro "Eu Poético" - Editora CBJE
Visite o site da autora: http://www.rosimeiremotta.com.br/

quinta-feira, julho 08, 2010

Oração a Hiroxima

*

ORAÇÃO A HIROXIMA
Clélia Inácio Mendes

a Kenji Takenchi, um menino
que a pediu a 6 de agosto
de 1945

1- Se costumais, homens
da terra,
dar asas a aves mortas,
se ouvis com prazer
seus fúnebres trinados,
se correis pelos campos
de sangue
com tochas acesas,
erguei uma “torre da
memória"
e esmagai sob
ela
vossos orgulhos.

2- Eu vejo, ó Hiroxima,
tuas crianças que
choram,
teus olhos vazios
prostrados no silêncio
e oro por ti.

3- Eu sinto, ó Hiroxima,
tua carne dilacerada
teu corpo desnudo
de sentido
e oro por ti.

4- Eu amparo, ó Hiroxima,
teus braços caídos.
Neles deponho
as lágrimas
que em ti se
cruzaram
... e oro por ti.

5- Eu hoje oro
Kenji-Shan
pelo fumo que
se eleva da
cripta
de tua mão,
por Toshin (teu
irmão) que te disse um
eterno adeus.Eu deponho nos
seus túmulos
as cinzas da
minha alma
e como epitáfio
as asas brancas da melodia que
esperaste ouvir
naquela manhã
escaldante
do mês de agosto
dum ano que jamais
findará em mim.

Em Portugal há atualmente excelentes poetas evangélicos. Nada de excepcional existe nisto, em se tratando de um país que reúne um dos mais ricos elencos de poetas antigos e modernos, entre todos os que estão hoje em atuação na moderna literatura dos países europeus. Haja vista o fato de a genial romancista belga de língua francesa Marquerite Yourcenar, a primeria mulher a entrar para a Academia Francesa de Letras, e autora, entre outros títulos, do sublime livro Memórias de Adriano, ter-se esforçado para aprender o português só para ler os poetas da modernidade portuguesa, conforme ela mesma declarou. Portugal deu ao mundo um Camões e um Fernando Pessoa, além de outros gênios na poesia e em vários outros gêneros literários.
Entre os atuais poetas evangélicos, a poetisa portuguesa Clélia Inácio Mendes ocupa uma das primeiras posições.
Ao publicar, em 1985, sua Oração a Hiroxima, Clélia nos legou um dos mais belos poemas já produzidos por uma poetisa evangélica de expressão portuguesa. Eis o que a levou a escrever o poema: “Escrevi essa oração-poema ao ler uma obra intitulada Testemunhos de Jovens e Crianças de Hiroxima, uma coletânea de declarações feitas em escolas e colégios do Japão. Reparei com os olhos e a mente na frase de um menino (Kenji Takenchi), que disse: ‘Gostaria que naquela manhã alguém tivesse feito uma oração para Hiroxima’. Isso na realidade me tocou, e quis fosse eu quem orasse pela cidade-mártir”.
Quem tem o dom da poesia e costuma exercitá-lo sabe que não há hora marcada para o aparecimento do poema. A inspiração pode surgir a qualquer momento, no decorrer ou no final de uma leitura (como no caso de Clélia), durante um passeio, na contemplação de um amanhecer ou de um anoitecer, durante uma conversa, ou ao ouvirmos o simples rumor da passagem do vento pela folhagem das árvores. (Sobre a passagem do vento, o genial Fernando Pessoa escreveu, dentro de um dos seus poemas assinados pelo heterônimo Alberto Caeiro, estes versos belíssimos:
..........................................................
Outras vezes ouço passar o vento,
e acho que só para ouvir passar o vento
vale a pena ter nascido.
..........................................................
Em sua Oração a Hiroxima, Clélia soube tirar proveito das técnicas modernas de tessitura poética. Ela sabe que o poema pode crescer em riqueza expressional se for construído valorizando-se até os espaços em branco, o que o torna múltiplo de sentidos nas entrelinhas. Por exemplo: na primeira estrofe, que começa com o verso: Se costumais, homens, e termina em vossos orgulhos, há versos constituídos de um só vocábulo ou de expressões isoladas: da terra, de sangue, memória, e ela. Numa análise literária simples, despretensiosa, vejamos quais foram os efeitos produzidos por essa técnica.
Clélia poderia ter iniciado o seu poema escrevendo: Se costumais, homens da terra, mas não o fez. Ela valorizou a expressão “homens da terra” dividindo-a e isolando o termo “da terra”, que forma o verso seguinte. Em se tratando de uma oração, temos de considerar o posicionamento diametralmente oposto entre os planos humano e o divino, entre aquele que suplica e Aquele que ouve, entre os homens e Deus. Os homens que costumam dar asas a aves mortas, e ouvir com prazer seus fúnebres trinados, são homens da terra. Eis a importância do verso da terra ter sido deslocado para baixo e ficado isolado. A mesma técnica foi empregada com relação a campos de sangue e torre da memória. O último verso da primeira estrofe (vossos orgulhos) surge “esmagado” sob a “torre da memória dos homens”.
A colocação e repetição do verso e oro por ti, no final da 2ª., 3ª. e 4ª. estrofes foi outro importante recurso utilizado por Clélia. Porém, o ponto alto do poema está na 5ª. estrofe. Para o leitor habituado a ler poesia, é fácil visualizar nos versos pelo fumo que/ se eleva/da cripta/ de tua mão/, a própria mão de Kenji-Shan estendida e aberta sobre o chão, calcinada, fumegante. Isto nos faz lembrar um poema do gigantesco poeta chileno Pablo Neruda, sua Ode ao Átomo. Diz ele, descrevendo os efeitos da bomba nuclear lançada sobre Hiroxima:


Despertamos.
A aurora se havia consumido.
Todos os pássaros caíram calcinados.
(...) O ar incendiado se ergueu,
e a morte avançou em ondas paralelas
alcançando a mãe adormecida
com o seu filhinho,
o pescador do rio
e os peixes,
a padaria
e os pães,
o engenheiro
e seus edifícios.
(...) Os homens
viram-se de súbito leprosos,
pegavam
na mão de seus filhos
e a pequena mão
se desprendia em suas mãos (...)


Todo poema tem seu ritmo, sua velocidade. Clélia Inácio Mendes termina seu poema em um crescendo de emoção, fazendo uso de um ritmo angustiado, veloz, suplicante. Oração a Hiroxima é um dos mais belos e tocantes poemas produzidos por um cristão-evangélico em língua portuguesa.

Jefferson Magno Costa

Visite o blog do autor:  http://jeffersonmagnocosta.blogspot.com

domingo, julho 04, 2010

Um poema de Delo Belo

*

Cheguei igual a uma águia

estou chegando sem demora
minha hora são os ovos das gaivotas
depositados no coração dos mares
o denso palpitar da vossa alma

cheguei faz pouco tempo
carregando a vergonha e a tez
da real-idade deste universo
que sob egoísmo transformais em caos



cheguei cravando minhas garras
peito do tempo e da incerta hora
alevanto em mim a poesia dos omissos
trago como musa o chão dos guinéus
abraçando-vos com a paz de Cristo

cheguei
cheguei agora!
cheguei sob o estilo das gaivotas
pousei como uma águia

Nosso irmão Delo Belo é da Guiné-Bissau, e atualmente estuda no Brasil. 
Visite o blog do autor: http://delo-belo.blogspot.com/

sexta-feira, julho 02, 2010

24° SALÃO NACIONAL DE POESIA PSIU POÉTICO - Participe!

*

DAS INSCRIÇÕES

I. O Grupo de Literatura e Teatro Transa Poética com o apoio da Prefeitura de Montes Claros - MG, através da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, a Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, Fundação Cultural Genival Tourinho, SESC Regional Norte, Jornal Hoje em Dia abre as inscrições para o 24° Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, cujo tema será CINEPOESIA, que ocorrerão no período de 01 de julho a 31 de agosto de 2010, na Biblioteca Pública Municipal "Dr. Antônio Teixeira de Carvalho", no Centro de Educação e Cultura "Dr. Hermes de Paula", da Secretaria de Cultura de Montes Claros/MG.

II. Os interessados poderão inscrever de 01 (um) a 03 (três) poemas, digitados ou trabalhados de forma artesanal, enfatizando o conteúdo do poema.

III. Também poderão se inscrever para a mostra de poesia visual, arte-postal e declamação.

IV. Artistas interessados em participar com performances, recitais, esquetes teatrais, intervenções, palestras, debates, vídeos, filmes, músicas, danças, pequenos shows, lançamento de livros, CDs/DVDs e demais manifestações culturais, poderão se inscrever, ressaltando que os trabalhos precisam ter a poesia como referência matricial. Nessas categorias, será inscrito apenas um trabalho por participante.

V. Serão considerados inscritos as obras e projetos enviados através do sítio www.psiupoetico.com.br, pelos correios ou entregues pessoalmente no endereço: Biblioteca Pública Municipal "Dr. Antônio Teixeira de Carvalho"  - Centro de Educação e Cultura "Dr. Hermes de Paula" - Praça Dr. Chaves, 32 - Centro  - Montes Claros/MG – CEP: 39.400-005
Telefones: (0xx38) 3229-3457/3229-3458 - Fax (0xx38) 3229-3456

VI. Não será cobrada nenhuma taxa de inscrição. 

LEIA O RESTANTE DO REGULAMENTO NO SITE DO PSIU POÉTICO: http://www.psiupoetico.com.br

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Conheço a muito tempo o movimento do Psiu Poético, desde os meus tempos de 'militância ' na poesia secular, antes de minha conversão. A dica desta edição do evento é do irmão Joel Almeida, informando ainda que a participação dos evangélicos no evento é mínima. Vamos participar, meus irmãos! Vamos ocupar os espaços com a mensagem de Cristo!
 
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