quinta-feira, dezembro 31, 2009

Feliz Ano Novo, poema de Patrícia Neme

*


FELIZ ANO NOVO!

Meu ano será feliz ano,

se eu tiver você comigo.

Porque nada há de melhor

que o sorriso de um amigo.


Também será muito bom,

se eu aparar o seu pranto;

prometo-lhe o amor de um abraço,

e o meu mais puro acalanto.


Seja você meu esteio,

e que eu seja o seu cajado.

A vida é íngreme senda...

Estejamos lado a lado.


Pra socorrer quem precisa,

qualquer sua crença ou raça;

sejamos nós a ternura,

que a todos perdoa e abraça.


Tenhamos sempre a palavra,

que levanta e dá abrigo;

pois dois, ou mais, em SEU nome,

não temem qualquer perigo.


Pelos dias que se foram

e eu senti seu aconchego...

Agradeço seu carinho,

que me deu paz e sossego.


E nos dias que virão,

conte comigo ao seu lado;

apesar dos meus silêncios...

Sempre é seu o meu cuidado!


- Beijo pra você!

Leia mais poemas da autora: http://www.crlemberg.com.br/poeta/patricia/patricia.htm

http://poesiamsicagentedanossaterra.blogspot.com/search/label/Patr%C3%ADcia%20Neme

sábado, dezembro 26, 2009

Dois poemas, uma tela e um conto de Vilmar Salema de Oliveira

*



O Convite de Cristo

Se queres vir, que venhas
trazendo a cruz.
- Não te importes com seu peso,
que te darei vigor suficiente
para suportá-la cada dia;
e não errarás a vereda,
se vieres pelo Gólgota.

Estou a tua espera,
provido de um galardão
de valor insondável,
que já te pertence,
caso te negues pelo caminho.

Se queres vir, que venhas
faminto e sedento,
sem o mundo,
com fé.
- Aqui cearemos juntos
a melhor ceia,
a tua alma repousará
como necessita.
Podes vir, se queres.



O Éden não fica deste lado

O Éden não fica deste lado
antes do portal da morte,
em campos turbados
desta vida,
onde muitas almas pecaminosas
correm,
sedentas,
a buscar lauréis
dos mais mesquinhos.

Não fica deste lado,
mas do outro – ali no alto,
no santo convívio dos anjos,
onde nossos lábios
eternamente serão cantos
de júbilo,
tributados ao Senhor
dos senhores.

* Do livro Antologia da Nova Poesia Evangélica (Org. Joanyr de Oliveira, CPAD, 1977).

* Vilmar Salema de Oliveira é também artista plástico, sendo dele a tela que ilustra este post.

* Você pode baixar o pequeno conto O Exorcista, do autor, Clicando Aqui.

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Pessoas desaparecidas: envolva-se com esta causa!

*



A causa das pessoas desaparecidas obteve no último dia 18 deste mês uma grande vitória. Foi aprovada a Lei 12.127, que cria o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos. Segundo a Lei, o cadastro deverá especificar os dados pessoais e as características físicas das crianças e adolescentes desaparecidos. O objetivo é integrar, em tempo real, as informações entre o Ministério da Justiça e as Secretarias de Segurança de todo o país, além de órgãos internacionais e a sociedade civil em geral. A nova Lei já está em vigor, mas ainda falta a definição sobre a forma de acesso às informações do cadastro, e a forma de atualização das mesmas.

Mas ainda muito pode e precisa ser feito. Outras iniciativas podem ser implementadas. Assista ao vídeo abaixo, sobre o chamado Alerta AMBER. Uma excelente iniciativa norte-americana que pode ser implantada também no Brasil.



Sobre o tema, elaboramos ainda uma lista de links, para você se informar, interagir e colaborar de todas as formas possíveis:


CNPD - http://www.cnpd.org.br

Bureau Internacional de busca a crianças, adolescentes e adultos desaparecidos - http://www.interbureau.org

Divulgando Desaparecidos - http://www.divulgandodesaparecidos.org/home.html

Serviço Integrado de Atenção a Crianças e Adolescentes Desaparecidos (DF) - http://www.missingkids.com.br 

Desaparecidos Minas Gerais - http://www.desaparecidos.mg.gov.br/ 

Desapareceu.org (cadastro de brasileiros desaparecidos no mundo) - http://www.desapareceu.org 

Mães do Brasil - http://blogdasmaesdobrasil.blogspot.com/ 

Projeto Caminho de Volta - http://www.caminhodevolta.fm.usp.br

CPI das Crianças e Adolescentes Desaparecidos - http://www.cpicriancasdesaparecidas.com.br/

Portal Kids - http://www.portalkids.org.br/ 

Mães da Sé - http://www.maesdase.org.br/ 

Fundação da Infância e Adolescência (FIA –RJ) - http://www.fia.rj.gov.br/

Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Paraná) - http://www.sicride.pr.gov.br/ 

Desaparecidos Site - http://www.desaparecidos.com.br

Movimento Catarinense de Busca da Criança Desaparecida - http://www.criancadesaparecida.org/ 

Pessoas Desaparecidas (RS) - http://www.desaparecidos.rs.gov.br/ 

Procurados .org - http://procurados.org/ 

Diga Não à Erotização Infantil - http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/

National Center for Missing & Exploited Children (EUA) - http://www.missingkids.com

Fondation pour la Recherche d’Enfants Disparus, International (Suíça) - http://www.fredi.org/

Parents and Abducted Children Together (Inglaterra) - http://www.pact-online.org/


Abuelas de Plaza de Mayo (Argentina) - http://www.abuelas.org.ar/


“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.” Martin Luther King

“Livra os que estão destinados à morte e salva os que são levados para a matança, se os puderes retirar.Se disseres: Eis que o não sabemos; porventura, aquele que pondera os corações não o considerará? E aquele que atenta para a tua alma não o saberá? Não pagará ele ao homem conforme a sua obra?” Provérbios 24.11,12

Mobilize sua igreja para a ação e a oração, contate os políticos de sua cidade e estado, ponha seu blog na luta! Ajude das mil e uma formas possíveis, ou invente uma nova. E conte comigo!

Graça e paz.

Sammis Reachers 

via blog Cidadania Evangélica

terça-feira, dezembro 22, 2009

Um poema de Rui Duarte

*





VIESTE NA FRAGILIDADE


Vieste na fragilidade

Palavra eterna, forte, graça e verdade

Feita carne.



Na fragilidade

De que somos carne e sangue

Articulação, osso e medula.



Sem majestade, sem coroa nem manto,

Sem luzes que ladeiem nem cortejos que acompanhem a tua passagem,

Sem a glória do Único Filho que exibisses de ti mesmo.



Uns te anunciaram e te esperavam

Oravam e jejuavam até que viesses,

No templo, no lugar da profecia,

Outros nos cálculos astronómicos, atentos ao rasto dos astros,

E na maturidade das eras denunciando os sinais,

Com anseio de ao estábulo correr e poder te ver

No estábulo do arrabalde, onde outros te não esperavam.



E por dentro da nossa fragilidade te intrometeste,

Açoitado pela dor, por todas as paixões tentado.

Comeste da nossa fome, bebeste da nossa sede,

Conheceste a ardência do prumo do sol e a geada nocturna no deserto,

O rosto sulcado pela tristeza da partida dos que amaste,

Até a lâmina dos amigos que traem, os íntimos,

E a tortura e a enfermidade.



Mas em tudo permaneceste tu mesmo,



Sem nunca te tornares fragilidade,

A não ser essa nossa fragilidade,

Tanto na hora primeira, quando necessitado de agasalho e do peito da mãe,

Como na derradeira, meu Deus, meu Deus, abandonada da misericórdia do Pai.



Aí a nossa fragilidade toda se consumiu e se consumou.

Entendemos então a verdade e a graça

Feitas carne e sangue,

Feitas cada um de nós.

Hoje, dia de Natal, comemoramos o primeiro dia

De eternidade e força,

Em que

Fizeste de nós o que tu és.


Visite o blog do autor: http://neaktisis.blogspot.com/

sábado, dezembro 19, 2009

Um poema de Marco A. C. Rosa

*


 O Natal não vai passar

O Natal não vai passar, não vamos esquecer
Cada gesto, cada olhar, o dar e o receber
A esperança, a doce paz, o amor que faz viver.
Cada dia, cada instante é Natal.

Todo dia é Natal quando se tem Jesus.
Seu amor é tão real que eu posso provar
Paz em meio ao temor, alívio na dor,
Alegria e amor que vem de Deus.

Cada dia, cada instante é Natal.

Visite o blog do autor: http://portodopoente.blogspot.com

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Dois poemas de Norma Penido

*

Jesus, Onde Te puseram neste Natal?

É natal! A cidade ficou toda diferente...
Corre-corre nas lojas, atropelos nas calçadas
Emoções em alta nas trocas de presentes
Como vaga-lumes, piscam árvores iluminadas.
A noite envaidecida ficou bem mais linda!
As estrelas cintilantes brilham mais ainda
Os fogos de artifícios enfeitam o lindo céu
Os sinos alegres repicam o “jingle bell”
Nas casas, com destaque, a ceia está preparada:
Nozes, panetones, avelãs, parece não faltar nada
Mas falta tudo! Porque falta o verdadeiro alimento
Jesus Cristo, o pão da vida ficou no esquecimento
A âncora da alma, cordeiro Santo, sacerdote real
Senhor dos Senhores, onde te puseram neste natal?
No canto da sala, a árvore de natal não foi esquecida
Mas se esqueceram de Jesus, a verdadeira árvore da vida
Bebem vinhos, whiskys, champanhe pela tua chegada
E não bebem desta água, que uma vez tomada
Sacia a sede para sempre e nos garante vida eternal
Não te bebem! Jesus, onde te puseram neste natal?
Limpam as suas casas, deixando-as bem adornadas
Mas não limpam os corações para que faça morada
Todos se preparam tanto para a chegada de papai noel
E não se preparam para ti, que em breve surgirá no céu
Acreditam em gnomos, duendes, adivinhos, bola de cristal
E não crêem em ti Jesus! Onde te puseram neste natal?
Ah! Eu vejo tudo acontecendo como naquele dia
Quando o meu Jesus, ainda no ventre de Maria
De estalagem em estalagem procuravam um lugar
E não havia lugar, para o filho de Deus aconchegar.
Como naquele tempo, sei que a hora já está chegando
Os sinais são evidentes, Jesus Cristo está voltando
Ele está batendo à tua porta! Ele pede para entrar
E como naquele tempo, Ele não encontra lugar
Não há lugar! O coração do homem já está ocupado
Pela vaidade, pela mentira, pelo engano e pelo pecado
Está cheio de um vazio que só Cristo pode preencher
Mas ao ouvir a sua voz, ele insiste em não perceber
Que só Jesus pode dar vida, num lindo lar celestial
E em sua ceia, há um lugar para Cristo neste natal?



Natal para Sempre

Que cena inesquecível aconteceu naquele dia
Numa cidade da Galiléia chamada Nazaré
Onde se encontrava a doce virgem Maria
Prestes a se casar com o seu amado José
Como toda noiva ela estava tão emocionada
Que seu coração bem mais forte batia
Com os olhos abertos ela sonhava acordada
Era um lindo momento para a doce Maria
Mas... Os seus sonhos foram interrompidos
Por aquela voz que ecoou aos seus ouvidos
Dizendo: “Salve agraciada! O Senhor é contigo”
Temerosa, Maria olha e vê o anjo Gabriel
Que trazia para ela as boas novas do céu
- Eis que em teu ventre conceberás e darás a luz
Ao filho de Deus, e o seu nome será Jesus
Maria perguntou sem entender tal missão
- Como se dará isto, se eu não conheço varão?
E para tranqüilizar o inquieto coração de Maria
O anjo Gabriel revelou como tudo aconteceria
- “Descerá sobre ti o Espírito Santo
E o poder do Altíssimo te cobrirá “...
E Maria, tão submissa, cheia de graça e amor
Respondeu: “Eis aqui a serva do Senhor
Cumpra-se em mim segundo a tua palavra”
Aleluias! O filho de Deus se humanizou
Nasceu, morreu, e ao terceiro dia ressuscitou
Glória a Deus nas alturas, paz na terra
E boa vontade para com os homens
A morte foi vencida, aniquilou-se o mal
E no coração do homem, para sempre é natal

Visite o blog da autora: http://normapenido.blogspot.com/

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Um poema de J. T. Parreira

Marc Chagall


Poesia de Natal

Os anjos fariam um colar
de palavras do seu cântico

Se tivessem as ferramentas
dos homens e o fogo
fosforescente da forja
seriam as palavras anéis
de prata enfileiradas

Anjos tangendo os lábios
no mais puro hino branco
seus sorrisos soltando-se
das estrelas e nas pedras
os anjos caminhariam
sobre asas.

Visite o blog do autor:  http://www.papeisnagaveta.blogspot.com/

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Um poema de Filemon F. Martins

*



AINDA O NATAL

Da bela Nazaré partiram com destino
a histórica Belém. Iriam se alistar,
que o decreto exigia a todo peregrino,
por isso o povo não parava de chegar.

Aproximava a noite... Um vento muito fino
soprava por Belém lotada e sem lugar...
Na estrebaria, porém, nasceu o Deus Menino
para que o mundo vil pudesse se salvar.

Pouco tempo passou e após trinta e três anos
o povo enfurecido e envolto em seus enganos
crucificou Jesus – tamanha ingratidão!

E pregado na cruz, pior cena do mundo,
o povo foi ingrato, insano, louco e imundo,
-não aceitou a paz divina do Perdão!

Leia mais textos do autor Clicando Aqui.

Um poema de Patrícia Neme

*



FELIZ NATAL?

Outro dezembro... E eu me pergunto, apenas,
se existe uma razão pra celebrar
a fome das crianças... Tão pequenas...
Sonhando com o que não vão ganhar.

Outro dezembro... E vidas pouco amenas,
desejam paz na terra, paz no lar.
E esperam que as palavras nazarenas,
se façam pão, abrigo... E o muito amar!

Mas entre luzes, ceias e presentes,
de quem precisa, estamos tão ausentes...
Miséria? Só nas folhas do jornal!

Meu mundo, minha casa, minha gente...
E que o governo cuide do carente,
com bolsa-esmola ou bolsa-de-natal!

terça-feira, dezembro 08, 2009

Concursos Literários

*


Aos irmãos e poetas interessados em concursos literários, apresentamos hoje a dica de dois sites dedicados totalmente à divulgação de concursos e prêmios literários.

Amados, informem-se e participem. São belas chances de levar a mensagem da Cruz até pessoas não-alcançadas. E você ainda pode ver sua obra reconhecida e publicada, e em alguns casos concorrer mesmo a prêmios financeiros.


domingo, dezembro 06, 2009

Nota de falecimento do poeta Joanyr de Oliveira

 

O estimado pastor, poeta, escritor e antologista Joanyr de Oliveira partiu para a Glória ontem, dia 05 de dezembro.

Joanyr foi talvez o poeta evangélico mais laureado e de maior penetração nas esferas da literatura secular, e o precursor entre nós do movimento pela Nova Poesia Evangélica.

O sepultamento ocorrerá hoje, às 17h, em Brasília.

Leia Aqui um obituário do autor, no blog Fronteira Final.

sábado, dezembro 05, 2009

50 Definições para a Poesia


"Untitled" Print
Jackson Pollock, Sem título


“Suprema forma de beleza.”
Mallarmé

“É o pensamento musical”.
Carlyle

“É a ficção retórica posta em música”.
Dante Alighieri

“Criação rítmica da beleza”.
Edgar Allan Poe

“Emoção recolhida tranqüilamente”.
Wordsworth

“O fim da poesia é o belo”.
Álvares de Azevedo

“Poesia é comunicação efetuada por palavras apenas, de um conteúdo psíquico (afetivo-sensorial-conceitual), aceito pelo espírito como um todo, uma síntese”.
Carlos Bousoño

“Poesia é o gênero literário que tem por fim representar o belo por meio da palavra rítmica”.
Augusto Magne

“A poesia revela este mundo: cria outro. A poesia é uma leitura do mundo real e uma criação de um outro mundo, cuja descoberta ocorre na interação texto/leitor/ contexto”. A poesia também é coisa mas é muito pouca coisa: está feita de palavras, uma lufada de ar que não ocupa lugar no espaço. Ao contrário do quadro, o poema não mostra imagens, nem figuras: é um conjuro verbal que provoca no leitor, ou no ouvinte, um fornecedor de imagens mentais. A poesia se ouve com os ouvidos mas se vê com o entendimento. Suas imagens são criaturas anfíbias: são idéias e são formas, são sons e são silêncio. A poesia é fome de realidade.
Octavio Paz

”Aprendi com meu filho de dez anos/ Que a poesia é a descoberta/ Das coisas que nunca vi”.
Oswald de Andrade

“Poesia não é literatura. É arte, mais para o lado da música e das artes plásticas.”
Paulo Leminski

“A poesia se inicia quando se começa a ver o mundo”.
Vicente Gerbasi

“É a memória mágica do país. É nossa poesia e nosso patrimônio perdurável”.
Luis Garcia Morales

“poesia e poema não são a mesma coisa, embora o poema se faça de poesia, do mesmo modo que uma sinfonia se faz de música. A poesia é um tipo de linguagem, o mais poderoso, agradável e permanente tipo de linguagem. Um poema é uma coisa que não atinge propriamente sua finalidade senão quando se completa. Suas partes dependem uma das outras para o seu total efeito”.
L.S. Harris

“A poesia enuncia um outro olhar sobre o real, na medida em que não se apresenta nem como o olhar quotidiano, nem como o olhar científico. Para o poeta o olhar poiético é atual porque está vivo e na órbita da vida tem o seu contexto, o seu itinenário, a sua destinação. Não é um olhar fixo, daqueles que à força de fitarem já nem memso chegam a ver o que está dado imediatamente. É um olhar que inventa, que projeta que rasga o invólucro do ser e manifesta possibilidades que ele encerra e invoca, possibilidades que precisam de nosso concurso para virem a ser. Na sua atualidade, o olhar poiético é um olhar comunicante e solidário que desperta e chama o interlocutor à grande aventura do viver.
José Barata-Moura

“A arte é impasse e indagação. O impasse é fonte de criação. A morte da arte está na fórmula. O que define a falsa arte é a facilidade e o conformismo. Não sou viciado em poesia, não tomo entorpecentes.”
Ferreira Gullar

“É dever do poeta desenvolver em si mesmo o sentido do ritmo. E não decorar métricas alheias”.
Maiacóvski

“A poesia é antes de tudo um modo de lutar contra a linguagem. A linguagem trinca a realidade, que é aquilo que substitui a representação mental. Pode-se fazer poesia por causa do sentido das palavras e entrar numa outra ordem de conceitos. A poesia não significa, ela mostra. (...) A poesia desperta questões de nossa existência”.
Yves Bonnefoy

“Poesia é a arte de excitar a alma”.
Novalis

“Toda verdadeira poesia é uma visão de mundo”.
Thomas Stearns Eliot (T. S. Eliot)

“Poesia são as melhores palavras em sua melhor ordem”.
Samuel Taylor Coleridge

“Poesia é voar fora da asa”.
Manoel de Barros

“Poesia é verdade”.
Goethe

“A poesia, por ser a mais livre das liberdades, é por essência um contrapoder. A poesia é um pacto com a inquietação”.
José Jorge Letria

“Poesia é um caudal que jorra da tal língua materna universal, no qual entra a que vai sendo feita. Por isso, se ela tiver qualidade para tanto, é simultaneamente influenciada e influenciante”.
Natália Correia

“A existência da poesia é essencialmente discutível. Daí retirar-se-ão tentações vizinhas ao orgulho. Sobre este ponto se assemelha mesmo a Deus. A atitude para com ela pode ser a de um surdo, e um cego para com Ele. As conseqüências são insensíveis. Mas o que todos tentam negar, e nós confirmamos a sua existência, converte-se no centro e no símbolo poderoso da nossa razão de ser”.
Paul Valéry

“Toda as literaturas começaram pela poesia. O homem começou cantando seus mitos, celebrando seus heróis, seus guerreiros, embora depois descobrisse outros temas. A poesia era uma paixão, agora, infelizmente está desterrada pela política e pela economia. Essa paixão perdida é uma forma de felicidade, talvez a melhor. É uma coisa tão íntima que não se pode definir porque é um fato complexo. É uma modesta magia verbal; escrever um poema é uma pequena operação mágica, com a imaginação e a inteligência do leitor e também do autor. É tão insegura a poesia, por isso não convém defini-la. A poesia não se escolhe e não é uma profissão. Poesia é a arte de causar emoções através do manejo das palavras. Um verso é uma coisa dita com certa cadência e não há leis para a poesia. É uma arte não menos misteriosa do que a música, talvez seja mais misteriosa.”
Borges

“Só a poesia é linguagem em sua expressividade natural”.
Eudoro de Souza

“A noção de ‘literatura’ é historicamente demarcada, de pertinência limitada no espaço e no tempo: ela se refere à civilização européia, entre os séculos XVII ou XVIII e hoje. Eu a distingo claramente da idéia de poesia, que é para mim a de uma arte da linguagem humana, independente de seus modos de concretização e fundamentada nas estruturas antropológicas mais profundas”.
Paul Zumthor

"Etimologicamente, poesia, do grego “poíesis” significa ato de fazer algo, implica a idéia de ação, de criação. A poesia é a linguagem de conteúdo lírico ou emotivo, escrita em verso (o que geralmente ocorre) ou em prosa".
Hênio Tavares

"a poesia é segurar dentro da água um peixe por cinco segundos".
Rodrigo Madeira

“Forma de criação literária em que se busca uma linguagem auto-referencial, mais condensada do que a da prosa, sujeita a mais nuances de interpretação, e na qual o ritmo, as repetições e os aspectos sensoriais e visuais do texto têm maior importância”.
Braulio Tavares

"(...) quem toma (a poesia) externamente e, obedecendo livremente à impressão de seu ouvido ou de sua vista, classifica de poesia as formas de falar de aparência simétrica, e de prosa as de aparência assimétrica, não anda muito desencaminhado. Eu não saberia recomendar hoje em dia um procedimento mais conveniente que este, empregado há milênios."
Karl Vossler

"A poesia é a arte de comunicar a emoção humana pelo verbo musical".
René Waltz

"A poesia é a expressão natural dos mais violentos modos de emoção pessoal".
J. Middleton Murry

A poesia é o "extravasar espontâneo de poderosos sentimentos".
William Wordsworth

"O texto poético é, pois, aquele em que a função poética se sobrepõe às demais e delas se destaca, sem eliminá-las."
Mário Laranjeira

“A poesia é a música do sentimento; o canto, a música da palavra.”
Montegazza

“A poesia precisa ter quem a entenda e quem a faça; nem sempre os que a entendem a fazem, nem os que a fazem a entendem.”
Júlio Diniz

“A poesia é a pintura dos ouvidos, como a pintura é a poesia dos olhos.”
Lope de Vega

“A poesia é mais profunda e mais filosófica que a história.”
Aristóteles

“A poesia é uma comunicação por intermédio da beleza.”
R. Zorrilla

“A poesia é função de certas almas e não atributo de certas paisagens.”
Alcântara Machado

“A poesia não tem presente: ou é esperança ou saudade.”
Camilo Castelo Branco

“Acho que poesia é emoção.”
Carlos Drummond de Andrade

“A poesia não se entrega a quem a define.”
Mário Quintana

“A poesia acontece quando uma ansiedade encontra uma técnica”.
Lawrence Durrel

“1) poesia é a sistematização de códigos verbais por meio da qual a linguagem escrita (no caso o poema) é transformada em objeto estético para usufruto do leitor hedônico; 2) fazer poesia é ver as coisas como as coisas não são; 3) fazer um poema é estar em conflito com os dedos da mão.”
Francisco Carvalho

“Poesia, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice.”
Manuel Pires de Almeida

"A poesia é uma arma carregada de futuro."
Gabriel Celaya


Fontes:
"Poesia e Tradução -- O papel e a importância da métrica regular na poesia; a tradução da poesia metrificada" (palestra) - André Carlos Salzano Masini;
Sabedoria – Breve Manual do Usuário (org. Sammis Reachers);
Coquetel Literário (org. Dário Derenzi);
Wikipédia;
E diversos blogs e sites.

segunda-feira, novembro 30, 2009

Dois poemas de Gilberto Celeti

*


MENSAGEIRO SURDO E CEGO

Quando sai em disparada o mensageiro,
Pra levar sua notícia ao destino,
Vai passar por terras como peregrino,
Vai ser visto sempre como um forasteiro.

A mensagem que carrega é urgente,
E não pode perder tempo distraído,
Nem ficar pela paisagem absorvido,
Ou ficar ouvindo o que diz toda gente.

Ele corre, na verdade, como atleta,
Fica cego e fica surdo ao que atrapalha,
Na entrega do recado é que trabalha,
Segue em frente, olhando apenas pra sua meta.

Como cego e como surdo será visto,
Que não fica nem um pouco impressionado,
Com o que os homens pensam ou têm falado,
Pois seu alvo e sua mensagem é Jesus Cristo!

"Quem é cego, como o meu servo, ou surdo, como o meu mensageiro, a quem envio?" (Isaías 42.19).



VEM JÁ EM CRISTO DESCANSAR!

Juntos eu sei não podem andar
Confiança e preocupações.
A confiança é singular,
Preocupações são aos montões.

Cansado e oprimido vai
Quem se preocupa a todo instante
A sua força se esvai
Até com o que é irrelevante.

Comer, beber, dormir, vestir,
E seu status conquistar,
De o infortúnio escapulir
Jamais perder e só ganhar.

Deixa de lado a ansiedade
Confia em Deus que é soberano
Sua Palavra é a verdade
Pra sua vida há um plano.

A confiança no Senhor
Traz livramento e proteção
Melhor refúgio é seu amor,
Sua bondade e compaixão.

Preocupações são aos montões,
A confiança é singular.
Entrega a Deus suas aflições,
Vem já em Cristo descansar.

1 Co 7.32 – "O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações".

Visite os blogs do autor:
No Blog Crianças para Cristo, um video sobre Crianças Intercessoras da Índia: http://criparacristo.blogspot.com/

Veja também Teopoesia (poesias com conteúdo teológico): http://gilceleteopoesia.blogspot.com/

quinta-feira, novembro 26, 2009

Três poemas de Hermes C. Fernandes

*

Não quero ter que voltar ao primeiro amor

Não quero ter que voltar ao primeiro amor
Pois não pretendo deixá-lo passar
Me recuso a chamar-Te "Senhor, Senhor!"
Sem de fato atender Teu chamar

Eu prefiro não ter que pedir perdão
Nem ter razão pra me arrepender
Mas se eu ferir o Teu coração
À Tua Graça vou recorrer

Que meu amor por Ti aumente mais e mais
Pois só em Ti encontro tudo que me satisfaz

Que jamais me atreva a olhar atrás
O que minh'alma almeja é ser aquele que Te apraz

Não me importo com o que digam
pra mim tanto faz
Que os que me persigam
um dia acolham Tua paz

Senhor, Senhor, Senhor
Batiza-me no Teu Amor!
Senhor, Senhor, Senhor
Não quero Lhe causar mais dor



A matéria-prima do Mundo

Ganância, o mundo é feito de ganância
Lucrar sempre é nossa ânsia
Quem se dispõe a perder?
Quem daria a outra face
àquele que o agredisse
Mesmo que isso lhe custasse
um atestado de idiotice?
Quem daria sua capa
ao que lhe tomasse a túnica
abrindo mão de alguma coisa
ainda que fosse a única?
E a segunda milha
quem deseja caminhar?
Nem que seja uma armadilha
que esteja a lhe esperar?

Esperança, Seu Reino é feito de Esperança
E quem não for como criança
não pode nele entrar



Lentilhas

Esaú, Esaú, fizeste pouco caso de tua primogenitura

Deixaste corromper uma mensagem tão pura

Te vendeste por tão pouco, Esaú!

Esaú, Esaú, trocaste a graça por um prato de lentilha

Deixaste o rebanho a mercê da matilha

Te vendeste por tão pouco, Esaú!

Esaú, Esaú, trocaste a verdade por outra cartilha

Deixaste o caminho pra cair numa armadilha

Te vendeste por tão pouco, Esaú!

Esaú, Esaú, por que há tanta amargura em teu coração?

Por que não reconhece e pede perdão?

Ainda resta algum tempo, Esaú!

Lembras de quando conheceste a graça

Tesouro maior que nem ferrugem ou traça

seria capaz de devorar?

Lembras de quando aprendeste do reino?

Teu discipulado foi apenas um treino

Pra que aprendesses a amar

Já te esqueceste, Esaú,

das lágrimas derramadas

Das longas jornadas,

Simplesmente por amar?

Te ofendeste, Esaú

Por minha sinceridade,

Por te dizer a verdade,

Simplesmente por te amar?

Visite o blog do autor: http://hermesfernandes.blogspot.com

domingo, novembro 22, 2009

Dois poemas de Juliana de Araújo

*

Mil Dias

minh'alma em Ti repousa
quando das tribulações
Teu Espírito traz calmaria

viveria em Ti mil infindos dias
num sempre repousar
pois que das pedras
não me livras

mas sobre a Rocha:
Cristo
faz-me morar

ah! que venham tempestades,
dores, sofrer
ainda em Ti viveria mil infindos dias

porque de Cristo
e para isto
quero viver.



Alma Cansada

Ele está à porta,
deixe-o entrar
tem uma voz serena;
é manso e suave
o seu convidar:
"- alma cansada vem, já"

Seu fardo promete carregar
da fonte da água da vida
promete sua sede saciar.


Nele não há formosura
nem beleza em se olhar
mas grande amor oferece
àquele que lhe procurar.

Alegra o coração outrora inquieto
à alma sequiosa, consolo sem par.

Ele está à porta,
deixe-o entrar
tem uma voz serena;
é manso e suave
o seu convidar:
"- alma cansada vem, já"

Visite o blog da autora: http://noitaradaspassadas.blogspot.com/

sexta-feira, novembro 20, 2009

TWITTER



Parece que o Twitter veio mesmo para ficar. Criado em 2006, o Twitter ‘explodiu’ de verdade a partir de meados de 2008, e hoje a plataforma reúne milhões de usuários, entre famosos e anônimos de todos os calibres.

Além de ser uma boa maneira de se comunicar em velocidade e manter-se informado, é ainda um excelente local para você divulgar os posts de seu blog, por exemplo (sobre essa proveitosa interação entre blogueiros e o Twitter, leia dois interessantes textos no blog do Tiago Dória, Aqui e Aqui).

Siga-me no Twitter, e fique atualizado sobre tudo o que rola nos diversos blogs que mantenho, ou onde colaboro, além de receber outras dicas exclusivas:
http://twitter.com/sammisreachers

E a União de Blogueiros Evangélicos também já está lá, acompanhe:
http://twitter.com/ubeblog

segunda-feira, novembro 16, 2009

Dois poemas de Cláudio Camargo Martins

*


Um dia partirei

Um dia , ou cedo ou tarde, partirei
Pois tudo, tudo nesta vida passa
E, contra, nada existe que se faça
A morte é inevitável - Rija lei

Na terra há de ficar o que ajuntei
à mercê da ferrugem e da traça
Mas tenho meu tesouro junto à Grei
Nos céus de onde alcancei suprema graça

Da minha humilde e curta trajetória
Nenhum vestígio ou rasto há de ficar
Serei um livro em branco sem história

Um cisco devorado pelo mar
Mas no Livro da Vida, lá na glória
Enfim meu nome escrito hei de encontrar.



FARDO

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Mt 11.28

O fardo que carregas – tão pesado!
Cansado, sem sentir o ponto norte
É jugo conseqüente do pecado
Com ele te encaminhas para a morte.

E vais por entre pedras, por espinhos
Pisadas vacilantes, passos lentos
Caminhas já sem forças, sem alentos
Até surgir Jesus nos teus caminhos.

A confiar-lhe o fardo te convida
Em troca te oferece paz, descanso
Livrando-te da atroz e escrava lida.

Liberto de teu fardo, alma remida
Com Ele, vero amigo, humilde e manso,
Irás, pelo Caminho, rumo à vida.

Visite a página do autor no Recanto das Letras: Clique Aqui.

quinta-feira, novembro 12, 2009

Um poema de Moacir Rocha

*
Mais imagens de uso livre no blog Imagens Cristãs


UMA NOVA HISTÓRIA

ANDANDO TRISTE E ABATIDO
EM MEIO À ANGÚSTIA E A DOR
EU ESTAVA SEM RUMO NA VIDA
E NÃO VIA NENHUM SALVADOR

VIVENDO EM COMPLETA TRISTEZA
EM PROFUNDA E AMARGA AFLIÇÃO
EU NÃO VIA PARA MIM ESPERANÇA
VAZIO ESTAVA O MEU CORAÇÃO.

VIVENDO SEM EXPECTATIVA
ENTREGUE AOS BRAÇOS DA DOR
NÃO ENTENDIA O SENTIDO DA VIDA
TÃO GRANDE ERA O MEU DESAMOR

FOI QUANDO EU OUVI ENTRE CÂNTICOS
UM DOCE CONVITE DO CÉU
UMA VOZ QUE SUAVE DIZIA:
"OUÇA A VOZ DESTE DEUS QUE É FIEL...

VEM MEU FILHO E DESCANSA EM MEUS BRAÇOS
QUE EU TE LIVRO DE TODA AFLIÇÃO
SOU TEU DEUS E TE GUARDO PRA SEMPRE
EU TE GARANTO TOTAL PROTEÇÃO".

PERPLEXO E MARAVILHADO
SENTI ESPERANÇA EM MEU SER
A PAZ CHEGOU FIRME EM MINHA ALMA
E A VONTADE TAMBÉM DE VIVER.

PENSEI NO PROFUNDO DA ALMA:
"SERÁ QUE HÁ PRA MIM SOLUÇÃO?...
SE HÁ Ó DEUS ME RESPONDAS...
SENHOR TEM DE MIM COMPAIXÃO".

UMA VOZ PENETRANTE E PROFUNDA
SOOU FORTE INVADINDO O MEU SER
ELE DISSE:"MEU FILHO EU TE AMO...
NA CRUZ JÁ SOFRÍ POR VOCÊ.

VEM A MIM Ó CANSADO E ABATIDO
QUE EU TE LIVRO DESSE JUGO DE DOR
E TE ENSINO A SER MANSO E HUMILDE
APRENDEI COM ESSE VOSSO SENHOR.

EIS QUE MEU JUGO É SUAVE
E O MEU FARDO É LEVE TAMBÉM
EU PROMETO NÃO SERÁS MAIS CATIVO
MAS SERÁS MENSAGEIRO DO BEM.

SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA;
E DA MORTE SOU A RESSURREIÇÃO
SOU A PORTA, SOU O BOM PASTOR;
SOU O DEUS VIVO; EU SOU O DEUS DE ABRAÃO".

QUE MOMENTO GLORIOSO FOI AQUELE
FOI ALI O MEU ENCONTRO COM DEUS
MINHA VIDA MUDOU PARA SEMPRE
AGORA SOU REPRESENTANTE DO CÉU.

HOJE EU PREGO O EVANGELHO DA GRAÇA
O EVANGELHO DO MEU SALVADOR
SÓ JESUS CRISTO LIBERTA E TRANSFORMA
O PERDIDO E MAIS VIL PECADOR.

VOU LEVANDO A MENSAGEM DE VIDA
E TESTEMUNHO MINHA LIBERTAÇÃO
JESUS CURA, SALVA E BATIZA
E TE LEVA PARA A ETERNA MANSÃO.

SÓ MESMO O PODER DO EVANGELHO
PODE E QUER TRANSFOMAR SUA VIDA
ENTREGUE HOJE A JESUS SUA ALMA
TERÁS TUA ALMA CURADA E REMIDA.

MEU AMIGO ESSA É MINHA HISTÓRIA...
MAIS QUE UMA HISTÓRIA, É A GLÓRIA DE DEUS
É O DEUS QUE REVERTE A HISTÓRIA
DANDO À HISTÓRIA O SENTIDO DO CÉU.

ESSE DEUS QUER MUDAR SUA HISTÓRIA
QUER TE DAR UM NOVO CORAÇÃO...
TE CONVIDA PARA ENTRAR PRA HISTÓRIA...
PRA HISTÓRIA DO DEUS DE ABRAÃO.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Um poema de Cecília Sant’Anna do Valle Marques

*
Imagem de minha autoria, de uso livre.
Mais imagens de uso livre no blog Imagens Cristãs


Marcas do Senhor

Tenho nas mãos uma moeda; nela está
impressa uma imagem, quis compará-la
com outra que em tempos de outrora
tinha por certo algum valor.
Cada uma traz em si efígies diferentes
que as distinguem uma da outra.
Penso que como estas moedas também
somos diferentes, mas é maravilhoso
saber que aos olhos de nosso Deus
temos todos o mesmo valor, e enquanto
vivermos aqui, temos a chance de irmos
imprimindo a cada instante a imagem de
nosso Criador.
E quando então chegar o momento de
dizermos “presente” ao chamado do Pai,
certamente descobriremos que tal como
as moedas só terão valor os minutos
vividos que foram marcados com a
imagem do Senhor.
Para tanto, é preciso que sejamos
submissos inteiramente à vontade e ao
plano que Ele traçou.
E como pequenos cristais lapidados que
existem para enfeitar e refletir os mais
belos raios, vivermos assim, certos de
que existe uma missão para nós aqui.
Vivermos para que um dia possamos nos
apossar da cidadania do céu e da herança
que nos foi outorgada quando nos
nos tornamos filhos e nos fizemos irmãos
através do preço que foi pago um dia com
o sangue de Cristo lá na cruz.

Tenho nas mãos uma moeda...
E com ela, hoje aprendi uma grande lição!


Do livro 'Retalhos de Mim', disponível no site da União Feminina Missionária Batista do Brasil.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Dois poemas de Jonathas Braga

*


No Mar da Galiléia

...quem é Este que até o vento e o mar lhe obedecem? Marcos 4.11

Naquela tarde rósea o doce Nazareno,
vibrando as cordas da alma em divina epopéia,
no barco atravessara esse espelho sereno,
que é o sempre encantador lago da Galiléia.

A noite vinha perto... E logo passaria
o crepúsculo suave em que a tarde expirava,
que, depois do rumor estafante do dia,
Jesus, todo bondade, ao pouso regressava.

E por isso ordenara àqueles que O seguiam
que fizessem ao largo o barco pequenino,
enquanto as multidões olhavam e sorriam,
relembrando talvez o seu último ensino...

Começou a descer a mortalha da noite,
qual enorme fantasma a assomar no infinito.
O vento estava quieto e das vagas o açoite
era, na meia-luz, um quereloso grito.

Depois... rapidamente as ondas se eriçavam,
vomitando pavor dos abismos profundos,
enquanto no barquinho os homens pelejavam
contra a fúria mendaz dos ventos iracundos.

Mas a procela erguia a crina espumejante
e sobre a embarcação, uivando, se lançava
sem reparar que, alheio a tão sinistro instante,
num recanto da popa, o Mestre repousava.

Os discípulos, então, lutando sem proveito
contra o imenso revés de um desespero forte,
buscaram a Jesus no improvisado leito,
tão perto lhes estava a regougar a morte!

- Senhor, não se te dá que todos pereçamos
diante do temporal que contra o barco estruge?
Não vês com que bravura as vagas enfrentamos
e ainda o mar se encrespa e o vento açoita e ruge?

O Mestre levantou-se: o seu semblante augusto
refletia o clarão da suprema bondade
e, Ele, cheio da glória e do poder de um justo,
os ventos repreendeu e o mar e a tempestade.

O amor ficou tranqüilo e o vento sussurrava,
enchendo a noite cruel de encanto e de harmonia,
pois o barco em silêncio agora navegava,
conduzido ao sabor da brisa que o impelia.

E eles, inda temendo, entre si perguntavam,
como se descobrir uma razão quisessem:
- Quem é Este que amaina as ondas que bramavam
e a Quem até o mar e os ventos obedecem?

Mas esse bom Jesus que emudecera o vento
e fizera voltar ao lago a doce calma,
Ele transforma em gozo o humano sofrimento
e desfaz para sempre as tempestades da alma.

Do livro O Caminho da Cruz (JUERP Editora, 1968)



Buscar ao Senhor

Deixe o ímpio a estrada longa e duvidosa e siga
a trilha que o conduz com firme segurança,
escute a voz de Deus que o chama, doce e amiga,
e lhe oferece a paz, num mundo de bonança.

Converta-se ao Senhor e seu nome bendiga,
num cântico feliz de profunda confiança,
e seu contentamento aos outros ímpios diga
para que eles também tenham essa esperança.

Pois o Senhor é grande e compassivo e forte
e não deseja que o ímpio experimente a morte,
antes deixe o caminho em que anda errante e vá...

Porque tempos virão em que será buscado
e longe, muito longe, há de ser invocado
mas, depois do clamor, ninguém o encontrará.

sexta-feira, outubro 30, 2009

Dois poemas de Octávio Roggiero Neto

*
Paul Klee, Remembrance of a Garden


o Jardim


quero estar no Jardim,
onde um olhar de criança
num instante é percebido
no semblante mais franzido,
onde o verde é mais verde
que a esperança
e o dia não tem fim.

Jardim da nudez primeira,
sem folhas de figueira
que nos sirvam de tapume;
apenas o perfume colorido
da primavera em flor,
o som alegre das árvores
que cantam passarinhos
e a brisa que as acenam
pelos caminhos.

quero estar no Jardim,
correr ao encontro de Deus
ao ouvir os passos Seus.



cântico novo

“E aconselhou-se com o povo,
e ordenou cantores para o Senhor
que louvassem a Majestade santa,
saindo diante dos armados, e dizendo:
louvai ao Senhor,
porque a sua benignidade

dura para sempre.”

2Cr 20.21


um cântico novo
a plenos pulmões
na boca do povo
e nos corações

entoam nações
um cântico novo
nos lares, nas ruas
praças, vagões
em terras distantes
ninguém será mais
como antes


põe abaixo prisões
e nos edifica
alegria de festa
ao nosso semblante
empresta

um cântico novo
ressoa aos céus
agrada a Deus
na garganta
desata os nós

amedronta os algozes
um cântico novo
exército de vozes
numa única Voz


toma fôlego, exulta e canta
canta que no canto
ergue-se morada santa

o cântico novo
os males espanta

canta, irmão, canta!



Octávio é autor do livro Primícias Poéticas.

Visite o blog do autor: http://www.primiciaspoeticas.blogspot.com/

domingo, outubro 25, 2009

Um poema de cordel, de Roberto Celestino

*

Um encontro com um bêbado

01

Encontrei-me com um bêbado
E me pus a conversar
Aconselhando o sujeito
Para o álcool abandonar
Ele disse Que é que tem?
Se isso me faz mal ou bem
Sou eu quem vou me acabar

02
Expliquei aquele homem
Que aquela situação
De viver embriagado
Tornara-se uma prisão
Pois livre Deus o criou
Mas o homem rejeitou
Pra viver em opressão

03
Disse ele: Sou muito livre
Pra fazer o que quiser
Eu nunca fui dominado
Nem por cana nem por mulher
Só bebo porque gosto
Se quiser deixar eu posso
Para na hora que quiser

04
Você bebe todo dia
Porque já ta dominado
Já te chamam papudinho
E também de pé inchado
Você pode até negar
Mas se você não parar
Vai ser triste o resultado
(Provérbios 20.1)

05
Ele disse: Quem é tu,
Que me vem com esse sermão?
Parece até minha mulher
Com essa perturbação
É melhor tu te calar,
E se quiser me ajudar
Paga uma com limão

06
Respondi-lhe: Meu amigo
Eu quero lhe ajudar
Mas não é dando cachaça
Pra você se afundar
Vou mostrar-lhe a verdade
Para que a liberdade
Você possa conquistar
( Habacuque 2.15)

07
Olhou-me então no olho
E bem sério perguntou
Por que essa preocupação
Se nem parente teu eu sou?
Ninguém já me liga mais
Pra mim agora tanto faz
Minha vida se acabou

08
Já perdi tudo que tinha
Meu mundo desmoronou
O emprego também perdi
A família me largou
Os amigos também sumiram
Depois que liso me viram
Nenhum deles me acompanhou

09
Vou vivendo minha vida
Por ai de bar em bar
Procurando um companheiro
Pra uma pinga pagar
Mas você é pirangueiro
Ou então não tem dinheiro
Pois continua a me negar
( Isaías 5.11 )

10
Passei a lhe explicar
Que nem tudo está perdido
Vai depender somente dele
Ver o quadro revertido
Pois se quiser se libertar
Quem poderá lhe ajudar
É Jesus o grande amigo

11
Disse ele: olhe aqui,
Preste muita atenção
Eu não sou nenhum ateu
Tenho Jesus no coração
Confio nEle e tenho fé
Acredite se quiser
Tenho minha religião
( Lucas 21.34)

12
Religião você pode ter
Só não sei se tens Jesus
Pois andas em escuridão
E não queres vir pra luz
Tu falas de Jesus em vão
Pois se ele está em teu coração
Pra liberdade te conduz
( João 3.19-21)

13
Pra dizer que crer em Cristo
É preciso obedecer
O mandamento que ele deixou
Escrito pra todo mundo ler
Lendo, a verdade conhecerás
E a liberdade encontrarás
Pois Cristo a oferece a você.
( João 8.32; 14.21-24)

14
Pense agora na família
Pelo álcool destruída
Mulher e filhos sofrendo
Sua mãe vive abatida
Ainda é tempo de mudar
Jesus Cristo pode dar
Novo rumo a tua vida

15
Essa vida que você vive
Leva o homem até o chão
O faz comer com os porcos
Dormir na rua como cão
Embora eu nunca tenha achado,
Um porco ou um cão embriagado
Vivendo em tal humilhação
( Lucas 15. 15-16)

16
Ficou ele pensativo
Pude vê-lo até chorar
Reconhecendo que sua vida
Andava fora do lugar
Ele agora confessava
Que o vício o dominava
Já não tinha como parar

17
Já viu muitos colegas
Que como ele vivia
Lutarem contra o vício
Que pouco a pouco os consumia
Não conseguiam pois vencer
E assim os via morrer
Ao seu lado dia a dia

18
Disse-me que iria pensar
Sobre o que lhe falei
Em ter um compromisso com Cristo
Mas não iria mudar de “lei”
E quando ia retirar-se
Pedi ainda que esperasse
E então lhe expliquei

19
Não é lei nem religião
Que pode ao homem libertar
Pois somente O Filho de Deus
Pode essa obra realizar
É preciso nele crer
Sua palavra conhecer
Não só ouvir, mas praticar
( Tiago 1.22)

20
Retirando-se cabisbaixo
Aos poucos foi se afastando
Parecia pensativo
Não estava mais chorando
Foi embora então calado
Tive pena do coitado
Que aos poucos tava se acabando

21
Procurei sua família
Para que o ajudassem
Dando-lhe uma nova chance
Ainda que não acreditassem
Valia a pena tentar
E ver o pai de volta ao lar
Pra que todos se alegrassem

22
Me disseram:Várias vezes
Procuramos ajudar
Não adianta perder tempo
É melhor deixar pra lá
Pois em casa ele não pára
Não cria vergonha na cara
Logo, logo volta pro bar

23
Expliquei aquele povo
Que não era tão simples não
Libertar-se daquele mal
Que virara uma prisão
E que não adiantaria
Aliás, pioraria
Entregá-lo a solidão

24
Seria preciso bem mais
Do que vergonha criar
Há gente que se diz com vergonha
E também vive a se embriagar
Era preciso ajudá-lo
Se quisessem libertá-lo
E a família restaurar

25
Jesus disse que o ladrão
Destrói, rouba e mata
Esse ladrão é o diabo
Que a paz das famílias assalta
Pois vemos em todos os lugares
Vidas destruídas aos milhares
Que esse ladrão arrebata
( João 10.10 )

26
No entanto Jesus Cristo
Veio para desfazer
As obras sujas do diabo
E a paz aos lares devolver
Trazendo assim libertação
E oferecendo salvação
A quem dEle receber
(I João 3.8)

27
Concordaram naquele instante
Que o iriam procurar
Convencê-lo a vir pra casa
Nova chance iam lhe dar
De mãos dadas a Deus oramos
E aquela vida o entregamos
Para Deus o libertar

28
Passados já muitos dias
Pude vê-lo novamente
Fiquei muito surpreso
Ele estava sorridente
Vi um homem transformado
Com a família do seu lado
E fiquei muito contente

29
Quando nos aproximamos
Começou a me falar
Que estava largando o álcool
E já retornara para o lar
A família o ajudava
E ele muito lutava
Para enfim se libertar

30
Depois de alguns dias
Por seu filho fui informado
Que o pai se libertara
E estava transformado
A Deus agora ele louvava
E na Palavra se firmava
Abandonando o pecado

31
Passou a ajudar a muitos
Que como ele vivia
Mostrando-lhe a saída
Embora poucos ouviam
Mas aqueles que escutavam
Também se libertavam
Da escravidão que viviam

32
Quem começa a beber
Sempre o faz por diversão
Aos poucos doses não bastam
Só contentam-se com o litrão
Alegam estar se divertindo
Na verdade estão caindo
Em uma grande prisão
( I Coríntios 6.9-11)

33
Pouco a pouco chega ao ponto
Que não consegue mais voltar
Por mais que diga que possa
Ele sabe que não dá
Sozinho não vai conseguir
E precisa então pedir
Ajuda pra se levantar
34
Sabendo disso não entre
Neste barco furado
Certo ou tarde ele afunda
E você morre afogado
Foge disso enquanto pode
Evita o primeiro gole
Deixa essa droga de lado
(Romanos 13.13)

35
Não vos embriagueis
É o conselho do Senhor
Enche-te do Espírito Santo
Que é O Consolador
O Espírito de vida e poder
Pra recebê-lo é preciso crer
Em Jesus Cristo O Salvador.
(Efésios 5.18)

Destino Final – um site cristão de conteúdo evangelístico, compartilhado gratuitamente

*


Sideshow, vídeo, e-book , audiolivro, papéis de parede. Você pode baixar tudo isso para distribuir livremente. Publique em revistas, use em boletins, no rádio e na TV, em blogs e sites. A exigência é mínima. Qual? Citar autor e fonte.

A filosofia do site, pertencente ao ministério Chamada da Meia-Noite, é facilitar aos cristãos a propagação do Evangelho de todas as formas, fazer a mensagem de Cristo chegar ao maior número de almas possíveis. Uma excelente iniciativa evangelística!

Conheça o site e faça bom proveito!

Visite: http://www.destinofinal.com.br


E.A.G. - Via Blog da UBE

quarta-feira, outubro 21, 2009

Gesto Heróico - Poema de Mário Barreto França

*

Gesto Heróico*

A sineta bateu, convocando o colégio.
A sala estava cheia... O diretor – egrégio
E antigo mestre – entrou.
Ninguém o reparara;
Falavam de uma falta enorme: alguém roubara
Da bolsa de um aluno a clássica merenda.
E o castigo era grande: - uma surra tremenda,
Vinte varadas!... Qual seria o desgraçado
Que iria suportar o braço desalmado
Do velho diretor, aplicando o castigo?
Talvez fosse um colega ou um bedel antigo...

Havia tanta gente ali, humilde e pobre...
E a aparência, afinal, muita miséria encobre...
Enorme burburinho enchia toda a sala...
- Silêncio! – brada o mestre – Aqui ninguém mais fala.
Houve uma falta grave – um roubo. E é oportuno
Que eu fale claramente: esse tão mau aluno,
Que cometeu tal erro, há de pagar bem caro.
Bem caro, estão ouvindo?
E o que mais eu reparo
É ver que foi debalde o esforço de ensinar-vos
O caminho do bem, da retidão... Mostrar-vos
Que se deve vencer por força de vontade;
Que acima de qualquer febril necessidade
Se coloca o dever!... E eu vejo que as virtudes
Não orientam mais as vossas atitudes!...

O murmúrio aumentou; todos se entreolharam;
E numa singular atitude calaram,
Como para mostrar a força que os fazia
Solidários na dor, na culpa ou rebeldia...

Mas, num canto da sala, humilde, magro e pálido,
Levantou-se um menino. O seu aspecto esquálido
Bem claro demonstrava a miséria sem nome
Que lhe vidrava o olhar nas convulsões da fome.
E, num gesto de quem se vota a um sacrifício
- Como um santo a sorrir no instante do suplício –
Confessa: - Diretor, tinha uma fome cega
E por isso roubei o lanche do colega!
Fiz mal; ninguém tem culpa; é verdade o que digo!
Estou pronto, portanto, a sofrer o castigo...

E seguiu cabisbaixo em direção do estrado
Em que todo faltoso era sentenciado.

E o velho diretor lê o código interno:
“O aluno que roubar um lanche ou um caderno,
Nas costas, levará vinte fortes varadas.”
E, isso dizendo, despe as costas maceradas
Do pequeno réu...

Vibra o primeiro açoite...
Um gemido se ouviu como um grito na noite...
Outra pancada estala... As pernas do garoto
Começavam a tremer dentro do calção roto...
E o seu olhar voltado ao azul da imensidade
Parecia implorar um pouco de piedade...

E uma onda de horror, de revolta e protesto,
Brilhava em cada olhar, vibrava em cada gesto...
Nisto, um jovem robusto e com porte de rico
Ergueu-se resoluto e disse: - Eu vos suplico
Que permitais, senhor, que eu sofra o seu castigo!...
A merenda era minha e ele foi sempre amigo!...
Mas, se é lei, que se cumpra a lei!...
E, sobranceiro,
Seguiu para o lugar do pobre companheiro;
Tirou o paletó, curvou-se resignado
E deixou que o castigo em si fosse aplicado.
Quando soturnamente a última vergastada
Estalou, com um ai, na costa ensangüentada
Do inesperado herói, o pequeno poupado,
Soluçando, abraçou seu protetor amado;
Beijou-o humildemente e disse-lhe baixinho,
Num gesto fraternal e cheio de carinho:

- Foste o meu salvador, meu nobre e bom amigo,
Pois sofreste por mim as dores do castigo
Que mereci, bem sei, mas não o agüentaria,
Dada a minha profunda e crítica anemia...
Fui culpado de tudo e nunca o desejara...
Suplico-te: perdoa a minha ação ignara!...
Eu saberei ser grato ao bem que me fizeste,
Implorando ao Senhor a proteção celeste
Sobre ti e o teu lar, na certeza que o mundo
Será em tua vida um roseiral fecundo,
Pois onde eu me encontrar, exaltarei, estóico,
O sublime esplendor desse teu gesto heróico!...

***

Nós somos neste mundo uns míseros culpados:
Criminosos, infiéis e cheios de pecados...
Roubamos nosso irmão, o próximo enganamos,
Perseguimos o justo, o trânsfuga exaltamos,
E tudo o que é de mal fazemos sem piedade,
Para satisfazer nossa perversidade...

E quando a mão de Deus aplica, certo dia,
A justa punição à nossa rebeldia,
Jesus volta de novo ao cimo do Calvário
Para, por seu amor divino, extraordinário,
Receber em seu corpo os látegos e os cravos,
Destinados a nós, miseráveis escravos
Do pecado e do mal!

Por isso, ó Mestre amigo,
Que sofreste, perdoando, a dor do meu castigo,
Recebe o meu afeto humilde, mas sincero,
E a minha gratidão profunda, pois Te quero
Exaltar em meu ser e em toda a minha vida,
Nessa consagração de uma alma agradecida,
Que vê, no teu amor e em teu suplício estóico,
A glorificação de um sacrifício heróico!


*Este poema já havia sido publicado por aqui, mas com uma formatação totalmente equivocada. Desta vez pude transcrevê-lo corretamente, diretamente do livro onde se encontra.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Dois poemas de Adelino Alves Bonfim

*

Davi

Sete filhos de Jessé
desfilam perante o sacerdote
Sete candidatos; nenhum é o Eleito.

Procura-se um rei!
Acabaram-se os mancebos?
Falta um!

Buscai-o no campo
o último filho de Jessé
desprezado, quase um servo

Trazem-no esperançoso
Tem cheiro de coragem e cheiro de ovelha

É pastor
tocador de harpa
e fazedor de salmos

É ele o escolhido, ungido rei
E volta aos campos, humilde
cheirando a ovelha, coragem e unção.



Salmo da ovelha perdida

O Senhor já não é mais o meu pastor
e de tudo tenho falta
A angústia é a minha companheira
o medo, meu amigo
e o desespero sempre bate a minha porta
Estou em completa solidão
Choro quase todas as noites
e não há quem me console e enxugue minhas lágrimas!
Minha alma tem feridas profundas
preciso do óleo da unção
e não encontro mais
Tenho fome e sede e não há quem me sacie!
Caminho sozinho no vale das sombras
e a cada passo espero encontrar minha morte
Vem Senhor!
Preciso urgente de Ti!
volte a ser o meu Pastor!


Visite o blog do autor: http://opoetabonfim.blogspot.com/
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