terça-feira, fevereiro 26, 2013

Vida Abundante, novo livro de Murilo Fernando Gatti


O jovem poeta Murilo Fernando Gatti acaba de lançar seu segundo livro, Vida Abundante. Nas 105 páginas deste livro, Murilo compartilha todo o seu sentimento de adorador, desnudando sua sede de liberdade, da liberdade da qual Cristo é o outorgador. Nas palavras da sinopse do livro,

"A liberdade não se encontra no local onde um corpo está depositado fisicamente no espaço, mas sim, no local pelo qual a sua mente está inserida, podendo ser livre em uma gaiola, ou cativa, mesmo que presente em uma multidão.

A liberdade de Jesus não nos tira apenas de um estado, ela nos oferece novas condições de vida, e a porção, é claramente dita na Palavra de Deus: abundante, cheia, transbordante, além do que eu e você podemos pensar ou imaginar.
Jesus nos deu a esta liberdade! Todo o jugo de escravidão foi arrancado. Ele tem nos motivado e nos ensinado mesmo após a nossa abolição.
Nós, porém, temos preferido, na maioria das vezes, o tronco. Temos nos rebaixado perante a chibata que se encontra nas mãos do capataz. Temos preferido os manjares que trazem morte, roubo e destruição. Temos caminhado distantes da verdadeira Fé em Jesus, que traz o socorro e o consolo dos montes aonde Ele aguarda o nosso clamar.
Somente uma pessoa pode dar o primeiro passo para mudar essa condição: Eu, você, ninguém mais."
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
Sammis Reachers (Prefácio)
Sol Andreazza (Poesia "Ar Fresco")
Ronei Bossolan (Posfácio)

O livro já encontra-se à venda, tanto impresso como em versão e-book. Para adquirir o seu, acesse: http://clubedeautores.com.br/book/140901--VIDA_ABUNDANTE 

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Um poema de Elio Roldan Anderson



Experiências novas...

A quem está interessado em fugir da normalidade,
Seja por insatisfação, seja por curiosidade
Eu dou agora um conselho, de graça, não vou cobrar!
Pense bem no que vai fazer, não venha a se complicar.

O rapaz escolheu a maconha, para dar uma fugidinha
Se complicou, usou outras drogas, hoje está na cocaína.
Como vai se livrar dela, se não tomar uma decisão?
Entrar nas drogas é fácil, sair delas, não é fácil, não!

A moça já gosta do álcool, seja a bebida que for
Diz que isso “a deixa alegre”, e vive nesse torpor.
Aos poucos vai emburrecendo, perdendo o interesse na vida.
Joga fora o seu futuro, sua luta já está perdida.

E os usuários do crack? Se parecem com zumbis...
A droga consumiu sua alma, Que são gente, ninguém mais diz.
Parecem apenas molambos, e nem sabem mais quem são
Uma moeda, eles imploram, nunca um pedaço de pão.

Já não tem outro interesse, se esqueceram da família
O crime é algo normal, faz parte do seu dia-a-dia.
Tem apenas pele e ossos, sua carne já foi consumida
Quanto tempo vão durar? Até quando terão vida?

A sociedade se preocupa, mas, o que se pode fazer?
Fingir que não vê aquilo, sua própria vida viver.
Finge que nada acontece, que daquilo está alheio
E torce para que não aconteça, de um filho cair nesse meio.

Eu quero te convidar para fazer a diferença
Para isso tudo mudar, preciso da tua presença
Vamos alertar nossos jovens, também às suas famílias.
Devemos estar atentos para não cair nas armadilhas

Vamos nos unir, marchar juntos para mudar essa realidade
Vamos viver o Evangelho, nos amando de verdade.
Chorar com aqueles que choram, levar uma palavra amiga,
A quem está desesperado, quase a desistir da vida.

Eu já fui escravo do vício, vivia desesperado
Tão longe dos objetivos para os quais fui educado.
Fugia dos outros, e de mim, eu me escondia no vício
Cheguei ao fundo do poço, e pensei no suicídio

Quando eu era um pecador Jesus Cristo me amou
Me livrou dessa vida suja, para perto de si me levou
Me mostrou um caminho novo, de paz, justiça, humildade,
E me mandou falar ao mundo para viver a Sua Verdade.

Para isso, ele usou pessoas que um dia venceram o vício,
se renovaram, e então, assumiram um compromisso
Sairam a campo, cuidando de quem ainda estava sozinho
Me acolheram, amaram, cuidaram, me ensinaram o caminho

A saída é essa, eu garanto. Vencer as drogas pelo amor
Trazer de volta o ente querido que vive hoje na dor.
Se não é de sua família, não se omita, venha também
Unidos nós venceremos, então, propaguemos o bem.

Você consegue calcular o desespero de uma mãe, ou esposa, que sabe que o seu amado está jogado pelas ruas?
Tenho visto com frequência viciados, inclusive do crack, se libertarem da dependência, voltarem ao convívio das famílias, ao trabalho, retomarem o interesse pela vida.
Quer saber mais a respeito?
Visite: http://esquadraovida.com.br


Visite o blog do autor: http://velhopescador.blogspot.com.br/


quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Três poemas de Magno Martins


Nil Catalano

Presente Para Jesus
                                                            
Jesus único Deus da vida
Majestade graciosa refletida
Face glorificada nas alturas
Temor que vence amarguras

Caminho fiel pelo vale obscuro
Canção nova que constrói o futuro
Firmeza poderosa na caminhada
Luz que acende a vela apagada

Presença de paz que exorta a impureza
Ilumina a todos com Sua beleza
Palavra libertária que edifica
Semente que floresce onde fica

Verdade que salva o pecador
Consolador na alegria ou na dor
Amor é Seu atributo celestial
Justiça é  Seu adjetivo paternal

Milagre e cura pelo toque no coração
Confunde os sábios e a emoção
Espada da fé que orienta
Esperança que contenta.


Luz Divina

Que venham as luzes! A anunciar!
A grandiosidade do reino espiritual.
Que venham as luzes! A celebrar!
Os mistérios revelados em nossas almas.

Que venham as luzes! A proclamar!
A liberdade da escravidão das paixões.
Que venham as luzes! A exortar!
Toda falha e imperfeições de nossos atos.

Que venham as luzes! A  batizar!
Pelo fogo do espírito a nova vida.
Que venham as luzes! A profetizar!
Vitórias incessantes em nossa jornada.

Que venham as luzes! A declarar!
Que Jesus é o único caminho.
Que venham as luzes! A incendiar!
Toda sombra do maligno em nós.


Oceano do Espírito

Como o mar me abraça com as ondas
Assim Jesus me cobre com Seu azul
A liberdade para adorar o mestre
Mergulhar no oceano do espírito celeste

Navegar na barca da fé dourada
Os remos fortes na direção do sol
Clamar pela multiplicação dos peixes
Ter fome de tua palavra edificante

Velejar talvez por temerosa tempestade
Ter fé que a calmaria vai chegar
Independente de onde tenhamos que estar
Terra firme é  tua unção que me guia

Cura minha cegueira etérea
Para que eu aporte em cais seguro
Abençoe minha mente ansiosa
Para que a ferrugem do pecado não prevaleça.



sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Três poemas de Marilaine Guadalajara




Amor sem Limites

Tanto tempo já passou,
Os homens se modificaram,
O mundo se modificou!
Fecho meus olhos
Parece que foi ontem!
As cenas terríveis daquele dia
Reaparecem vivas diante de mim:
Um homem, um Deus!
O Senhor Poderoso!
Posto de lado, judiado.
Vejo meu Senhor ser julgado,
Vejo Jesus condenado,
Vejo Jesus numa cruz!

Vejo suas mãos feridas,
Seus pés, sua fronte, sua vida!
Vejo meu Deus se entregar
Às mãos por Ele criadas,
Mas pelo Mal transformadas
Em armas do mal, tão cruéis!
Ouço em meio aos murmúrios
Uma voz sofrida, mas doce.
Ouço a voz do meu Senhor.

Por um momento eu choro, me desespero, me apavoro!
Vejo meu Deus reduzido a homem da vida banido...
E reflito nesse momento em tudo o que ocorreu:
Choro, sofro e lamento ao ver que o sofrimento
Do meu Senhor era meu!
Vejo meu Senhor ser levado
Seu corpo ser colocado
Num sepulcro escavado em pedra
E em pedra ser selado!
Seria o fim da história? 
Cai a noite sombria...
Onde estaria sua glória?

Vem o alvorecer...
Percebo nesse instante
Algo tremendo e intrigante:
Vejo a pedra removida
Vejo mulheres aturdidas,
Vejo figuras brilhantes
Vejo os lençóis de linho
Abandonados, sozinhos,
Pois o corpo do meu Senhor
Ali já não se encontra!!!
Meu ser se enche de gozo.
Meu coração se rejubila.
Agora vejo a glória
Daquele que nos deu vitória,
Mudou o curso da história
Ao derrotar a morte inimiga
Pois ele deu sua vida
Por amor de todos nós.
Ouço o coro dos anjos...
Bem perto, mais perto a cantar:
Jesus ressuscitou!!!

Abro meus olhos!
Estamos no terceiro milênio
Muitos já se esqueceram
Outros jamais sequer creram,
Em tudo o que sucedeu.
Esse Jesus, meu amigo,
Morreu também por você!
Ele quer que você o conheça
Quer você ao seu lado,
Quer ter o seu coração!
Ele é nossa vitória,
Pois desceu  lá da glória
Para nos dar salvação.


Desperta, tu que dormes!

Não foi nada, acordei!
Saí do êxtase e cai na realidade,
Quando na verdade apenas continuei...

Não foi nada, acordei! Saí do estado latente
dos que não querem ver a Verdade.
E não é que o pássaro cantou???

Cantou e na sua canção mostrou-me a luz
Mostrou-me o vento, mostrou-me o mar
E vi diante de mim uma vida
Vi diante de mim uma cruz.

Percebi que há algo muito além de sonhos e realidades,
Existe, sim, uma verdade,
Nessa Verdade vi Jesus!!!

Ao vê-lo ali tão próximo,
Senti seu amor profundo,
Vi então que o mundo não mais me contemplava,
Percebi no seu olhar que a vida e a morte
Assim como o sul e o norte
Apesar de opostos são um...

Voei então nas suas asas
E com o peito em brasa
Corri os campos a gritar
E os poucos que me ouviram
Viram de perto o Rei
E como eu também disseram:
- Não foi nada, passou, acordei!


Dentro de mim...

Flor do mar e da terra,
encerra no céu esta Era,
finda do sol o poder.
Não sou mais humano, sou ser!
Martírio de tempos em tempos,
som da suposta angústia
graves e meros momentos,
sombras da sorte, repulsa!
Se em tempos de sol, sou estrela,
e em tempos de mar onda sou,
quem serei eu em tempos de guerra?
Mas a estrela é o sol e não eu,
e do mar vem a onda sem fim
resta-me apenas ser eu mesma
e a poesia que habita em  mim.



segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Poesia evangélica para aniversário de quinze anos - Eliúde Marques



QUINZE ANOS

É o dia que desponta
da madrugada nascente,
é um botão que desabrocha
aos beijos do sol ardente.

Era criança, a menina
em toda a sua pujança,
brincando pelo jardim,
entre as flores da esperança.

Ei-la, surge para a vida
para sofrer e amar.
Tão feliz, tão radiosa,
é uma estrela a cintilar.

Sonhadora e altaneira,
belo rosto em rosicler,
é a menina derradeira
que parte pra ser mulher.

Querida, que em tua vida
sempre alegre e jubilosa,
de amor e graça envolvida,
sejas moça virtuosa.

Prudente como Ester,
como Ana, perseverante,
como a Viúva pobre, de fé,
como Priscila, ajudante.

De Dorcas segue o exemplo
que foi mulher caridosa.
Sê como Marta e Maria:
amigas e cuidadosas.

Hábil, como Abigail,
como Lídia, hospitaleira;
fiel como foi Noemi,
qual Débora, líder, guerreira!...

De poder, como foi Hulda;
qual Rebeca, encantadora;
diligente quais Marias
que foram madrugadoras.

De Maria Madalena,
adquire a gratidão
e de Ana, a profetisa,
a vida de oração.

Retrata a Samaritana,
evangelista com afã;
observa a lealdade
da serva de Naamã.

Tal qual a doce Maria,
aquela santa mulher,
faças com amor e alegria
o que Jesus te disser.

Obedecendo ao Senhor
como jovem convertida,
a recompensa terás
com muitos anos de vida.

Que em tudo quanto fizeres
reveles virtude e luz,
para honra de teus pais
e pra glória de Jesus!

Eliúde Marques

no livro Luzes do Arrebol – Poemas que a Fé inspirou (1998)

sábado, fevereiro 02, 2013

O EXEMPLO DE PEDRINHO e outros dois poemas de Myrtes Mathias




O EXEMPLO DE PEDRINHO

Tudo começou naquele dia
Em que Pedrinho a conheceu:
Era toda verde,
Os raios brilhantes,
O farol enorme,
- a mais bonita bicicleta da loja.

- “Seu moço, quanto custa?"

O negociante estendeu o lábio com desprezo:
- “Três mil cruzeiros.”

Três mil cruzeiros?!
Pedrinho coça a cabeça desanimado,
Mete a mão no bolso
E tira, envergonhado,
Uma amassada notinha de dois cruzeiros.
Sai da loja,
Sobe o morro
E entra no barraco,
Onde o tio dorme seu sono de ébrio.
Apanha uma lata vazia
E guarda a velha nota.
Era o início da luta:
Engraxa sapatos,
Carrega água,
Guarda carros,
Aluga os bracinhos magros,
Nas feiras de sábado...

Quanto tempo!
Quanto sacrifício!
Quanto pontapé do tio embriagado,
Até ao dia em que Pedrinho pôde contar:
- 50, 100, 500, 1.000, 2.000, 3.000 cruzeiros...
Faz um pacote e desce o morro
Para o grande encontro.

Na casa da esquina Pedrinho para.
Havia tanta gente...
Entra...
Um homem de preto está falando:
“Irmãos, grande desgraça na China:
Doença, frio, falta de pão.
Crianças morrem de fome,
Velhos perecem sob a neve...”

Mostra fotografias:
Crianças amarelinhas,
De mãos estendidas,
Os olhos amendoados no rostinho sujo.

Passam uma bandeja pelo auditório
E começam a cair as moedas.
Pedrinho não entende porque dão dinheiro.
As crianças da China querem pão.
Ele não sabe onde é a China,
Nem o que é morrer sob a neve,
Mas sentir fome, ele o sabe bem.

O menino não resiste.
Deixa o auditório, corre à padaria
E começa a comprar muitos,
Muitos pães cobertos de açúcar.
O preço do seu tesouro,
Toda sua economia de longos meses...

Volta curvado sob os pacotes enormes.
O homem de preto interrompe o apelo
E Pedrinho explica:
- “Moço, é para as crianças da China.”

A multidão está boquiaberta.
Teria roubado?
Interrogam-no.
E a criança, fazendo força para não chorar,
Piscando para esconder a lágrima teimosa,
Balbucia:
- “É o dinheiro da bi-ci-cle-ta verde...”

Um murmúrio cresce no auditório
De admiração e vergonha
Diante do sacrifício da criança.
Os pães são vendidos por milhares de cruzeiros,
Maravilhosamente multiplicados
Como os cinco pães do menino galileu...

As crianças da China teriam pão
Porque um menino pobre do morro
Dera tudo quanto possuía,
Seu sonho,
Sua bicicleta verde,
Seu primeiro amor...

Talvez pareça um exagero de poeta
Numa tremenda força de expressão.
Mas se sentirmos em toda intensidade
O peso de toda a humanidade
Que geme sem Cristo, o verdadeiro Pão...

Se contemplarmos milhões de mãos crispadas,
De almas revoltadas que suplicam amor.
Milhões de famintos, pobres que morrem de frio
Num mundo vazio – rebanho sem pastor.
Se olharmos através do IDE de Jesus,
O campo enorme que é o mundo sem Deus;
Se sentirmos também de igual maneira,
Tudo entregaremos à Obra verdadeira:
De semear na terra, para colher nos céus.

Eu sou, tu és, nós somos responsáveis,
Pelos que perecem sem amor, sem luz.
Que Deus nos arranque do vil comodismo,
Nos faça mártires, se assim for preciso,
Mas que o mundo se dobre ao nome de Jesus.




QUANDO O PRÍNCIPE VISITOU O PRESÍDIO

A notícia começou no gabinete do diretor
E, apesar do sigilo, atingiu as selas solitárias:
O Príncipe visitará o presídio!

A esperança renasce nos corações
Que o isolamento e o desespero se atrofiam;
Porque quando o Príncipe visitava a prisão
Havia sempre uma comutação de pena,
Um precioso indulto,
Tão precioso porque apenas um,
Em cada visita.

A espera já tem sabor de desespero,
Quando surge, o homem que traz nas pontas dos dedos
O poder de libertar ou condenar para sempre.

Passos firmes,
cônscio do próprio poder e responsabilidade,
O Príncipe entra no corredor da morte.

Há uma expectativa dolorosa em cada rosto
Que se comprime às grades para implorar
E para prometer.

Sabem que a um gesto da mão acostumada a dar ordens,
Uma porta se abrirá para o sonho da liberdade.
E isto torna ainda mais difícil argumentar,
Pedir, explicar, encontrar razões,
Fazer uma autodefesa, diante daqueles olhos
Que cortam qualquer tentativa de fuga ou simulação:

- Alteza, sou inocente...
- Condenaram-me sem razão...
- Eu não fiz nada...
- Foi tudo um erro judiciário...
- Uma traição, Alteza...

Cansado dos gritos e dos protestos,
O Príncipe chega à última cela.

Lá no fundo, sobre o estrado miserável,
Estão 322, o “Zé – Sem – Sobrenome”,
Que nada possuíra durante toda a vida,
Senão a liberdade.
Abençoada liberdade que lhe permitia
Percorrer as ruas...
Um biscate aqui,
Outro ali...
Um pedaço de pão de um,
Um resto de comida de outro...
Um sono pesado num banco de jardim,
Um pouco de amor barato num barraco qualquer.

A liberdade!
Qualquer preço pelo privilégio
De uma corrida pelos campos,
De um dia sob o sol
Que ele só sabe que brilha lá fora,
Porque entra como um fio de luz,
Pela única janela gradeada no alto da parede.
Ouvira que o Príncipe viria
E que comutaria a pena de um deles.
Certamente que não seria a sua.
Não passava de um “Zé – Sem – Sobrenome”.
Sem sobrenome e sem ninguém.

- Trezentos e Vinte e Dois!

Era a voz do diretor.
E a seu lado estava aquela figura soberba,
Da qual o poder emanava quase materializado.

- Como te chamas?
- Zé, sim Senhor.
- Por que estás aqui, Zé 322?

Diante da figura majestosa que se dignava falar-lhe,
O homem sem identidade,
Um número, entre muitos,
Sente, mais dolorosamente que nunca,
O peso do seu passado.
E as lágrimas chegam,
Antes que os lábios encontrem a resposta:

- Estou aqui porque cometi um crime...
Eu matei, Senhor!
Estou aqui porque... matei...

O Príncipe olha-o longamente,
E estende a mão acostumada a dar ordens,
Mudar destinos, governar o povo:
- Deixe-o ir!
Ordena ao Diretor.
E colocando a outra mão no ombro do condenado,
Que o olha sem compreender:

- Não tens nome, disseste...
De agora em diante usarás um dos meus.
Procura honrá-lo.
É a tua oportunidade para vencer.

Aquela promessa e principalmente,
Aquele toque no ombro magro
Que o uniforme humilhante oculta,
Fazem o milagre.
Pela primeira vez, Zé – Sem – Sobrenome
Sente que é alguém
E reconhece que até a liberdade
Que o espera lá fora,
É um bem menor diante daquele gesto,
Daquela voz que o reabilita,
Que o devolve ao mundo dos vivos,
Que faz dele homem.

E como nenhuma palavra de gratidão
É capaz de expressar o que sente,
Cai de joelhos.
E imitando o homem que o salva,
Que lhe dá um nome,
Faz, também, uma promessa:

- Juro, Senhor, nunca mais cometerei um crime!

Dizem alguns que o mundo é um hospício,
Um palco, uma escola, uma prisão...
A Deus não importa o que pensas do mundo,
A Ele preocupa o teu coração.
E este, bem sabes, está condenado,
Ao estigma da culpa, ao medo do castigo:
Não ignoras todo mal que já tens feito,
A condenação eterna que mereces,
E negar, não podes
Que precisas de Um Amigo.

Não de alguém que exija ou dependa de ti,
Mas Um Amigo que possa te ajudar.
Alguém que tendo o poder nas mãos,
Tenha também amor no coração
E que não venha pedir,
Porque vem dar.
No plano eterno só existe um assim:
- Perfeito Homem e Perfeito Deus –
O Príncipe da Paz, Jesus, que hoje te oferta,
Seu próprio Nome e um lugar no céu.
Só Ele, pode te abrir a porta,
Porque é a porta da libertação.
Confessa tuas culpas e a mão estende,
Para receber de graça, porque Deus não vende:
O maior bem que existe – TUA SALVAÇÃO!



O GRANDE ADVOGADO

Myrtes Mathias

Um pensamento.
Um ato.
Um destino.
O despertar tremendo da realidade...
Fora apenas um pensamento, um sonho de adolescente,
possuir um carro...
levar Sandra...
A vida era bela...
e os cabelos da namorada, tentadoramente perfumados.

Ao volante seria um homem importante e sem complexos.
E o sonho toma vulto, vira plano, tornasse obsessão.
Rouba...
Tudo aconteceu como imaginara. Ninguém viu.
E Sandra sentiu-se a mais querida das mulheres
e ele, o mais importante dos homens.
Mas a justiça não é romântica,
nem desculpa os sonhadores.
E Raul ouve, pela primeira vez,
o trágico e metálico ruído da porta da prisão.

Caminha para o banco dos réus,
curvado sob a vergonha, o remorso, o medo...
Acusam-no...
Ameaçam-no.
É próprio inferno!
Sem esperança e sem salvação.

Onde andaria Sandra, seus pais, seus irmãos?
Procura no auditório
Com uma esperança desesperada.
Ninguem...
Só...
Desgraçadamente só com o seu destino sem piedade.
súbito alguém se levanta:
- Eu defendo este moço!
Escapa um suspiro de alívio e certeza do peito de Raul.
Sabe que estará livre
Quando o homem falar.

E o advogado fala, argumenta, indaga, pondera, insinua, defende.
Faz mágica com as palavras,
brinca com o pensamento,
e salva Raul.

Livre!
Livre!
Livre!
Outra vez a loucura das ruas,
A beleza de Sandra,
A embriaguez da mocidade...

Correm os anos...
o que surgira como pensamento,
culminara como crime, transforma-se em hábito.
Rouba, mata, desonra.
Não mais por um sonho.
embrutecera.
É um criminoso vulgar,
Cínico e sem piedade.
Acostuma-se a enganar a justiça,
aos homens,
a própria consciência.

Mas até os invencíveis tem o seu dia.
E mais uma vez,
Raul ouve o trágico e metálico
ruído da porta da prisão.
Outra vez o inferno do medo e da revolta.
Há ódio nos olhos do júri,
Há ódio em seu coração.
Sabe quanta desgraça existe no mundo por sua causa.
(Se Dr. Fausto aparecesse...
Aquele maravilhoso advogado
Capaz de convencer uma pedra,
De fazer ver num demônio um santo...)


O juíz pede silêncio.
e só, então,
Raul volta-se
para a inviolável figura do magistrado.
- Deus do céu,
seria crível?!
o juiz,
o venerado juiz é Dr. Fausto!
Está salvo!
Salvo!
não importa a cabeleira, a toga,
é Dr. Fausto, o insubstituível defensor.


Não ouve e não vê mais nada.
seus olhos estão fixos,
hipnotizados, no rosto impassível do juiz.
Só desperta quando os seus lábios se movem:

-CULPADO!

Raul salta da cadeira
e atira-se aos pés do homem que o condena.
Não há força que o detenha.
aquela face de pedra é a sua última esperança:
- Lembra-se de mim Dr. Fausto?
O juiz é inflexível e frio:
- Lembro-me, Raul, lembro-me.
eu era advogado e o salvei.
tudo mudou, Raul, tudo.
Um juiz não defende - julga.

Por isso, meu amigo, trago-te um recado
Do grande Advogado, do Senhor dos Céus,
Daquele que se oferece para defender,
Do único capaz de te absolver,
Porque pagou o preço exigido por Deus.

Compreendo teu cansaço e a tua revolta,
A vida te impôs uma pesada cruz.
Mas seja teu problema o maior dos problemas,
Seja teu tormento o maior dos tormentos,
Pára um momento... olha pra Jesus.
Olha-o no calvário, assim crucificado,
Levando teu pecado diante de Deus,
Comprando com sangue tua liberdade,
Pagando na cruz tua felicidade,
o direito de advogar no tribunal dos céus.

Lembra-te que o amanhã é uma interrogação:
Sabes, acaso, se o amanhã virá?
Como podes manter assim a calma?
“Se esta noite pedirem tua alma,
O que tens preparado para quem será?”

Este é o recado que meu Deus te manda!
Crê somente, se queres ser feliz.
Hoje é advogado e pode te salvar,
mas o tempo passa e o dia há de chegar
em que não mais defenda, pois será juiz.

E naquele dia não poderás dizer
nunca ter ouvido a mensagem da cruz.
Neste momento, alguém convida e chora,
Neste momento há alguém que implora:
- Entrega-te, amigo, ao Senhor Jesus.

Olha.
Pensa.
Sente.
És o responsável.
De Deus é a proposta,
tua é a opção.
Não cometas contra tua alma um crime,
Só há um caminho que redime:
Faze hoje a tua escolha
- CRISTO ou a PERDIÇÃO!


Leia muitos outros poemas de nossa poeta maior, Myrtes Mathias, na página POEMAS DA MYRTES MATHIAS, mantida por Elizana Fênix, no Facebook - https://www.facebook.com/MyrtesMathias


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