quinta-feira, outubro 27, 2011

Um poema de Felipe Prates





Sobre rios e adoradores
“Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche;ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr.”
Eclesiastes 1:7
Os rios correm para o MAR …
Caudalosos por verdes campos e lindas flores,
Mas com caminhos nem sempre aplainados.
Às vezes espremidos entre paredes gigantes;
Às vezes c o r t a d o s,
feridos em pedras,
suas águas falam ainda mais ALTO.
Às vezes tragados,
somem sozinhos,
para trilhar suas cavernas escuras.
Os rios … correm para o MAR …
Às vezes assolados
por um calor impiedoso,
quase chegam a minguar.
Às vezes cansados
por fardos,
detritos pesados que turvam suas águas.
Às vezes detidos,
prisioneiros aflitos,
represados procuram,
uma trinca pequena por onde passar.
Os rios correm para o MAR …
É preciso ser rio para entender
Tanto anseio para no MAR desaparecer.
Adoradores … às vezes são como rios …
Das quedas tiram força,
Da pressão tomam impulso,
As paredes apressam seu passo para o MAR.
Quando encontram pedras, suas vidas adoram mais alto;
Tragados, anunciam vida nas entranhas da sombra da morte;
Cansados e ainda minguados, tornarão a viver.
Se a prisão não ruir, se a represa não trincar,
A “Presença da Nuvem” os fará transbordar
Porque a VOZ DAS MUITAS ÁGUAS não cessa de por eles chamar.
Rios procuram o mar,
DEUS encontra Seus adoradores.
O mar não se enche dos rios,
Mas DEUS, de vida enche os Seus
Que “para ELE tornarão a correr.”
Adoradores trincados, quebrados, derramados,
Adoradores podem dizer
Que prazer é esse: encontrar o MAR !
Correrem juntos para misturar suas águas às águas do MAR,
Para misturar suas vidas com a Daquele que os faz transbordar: JESUS.
Fonte: http://www.gideoes24h.com

sábado, outubro 22, 2011

AQUELE DE CUJA MÃO FUGIU O ANJO, novo livro de poemas de J.T.Parreira para download gratuito



Para os apreciadores da dita poesia evangélica, desnecessárias são as apresentações à obra de J.T.Parreira. Mas para proveito de todos, devemos prestar os devidos esclarecimentos. Poeta evangélico lusitano, com já mais de quatro décadas dedicadas à poesia, JTP é autor de seis livros de poesia e tem participação em diversas antologias; poemas vertidos para o inglês, italiano, espanhol e turco. Foi um dos deflagradores, juntamente com o poeta e pastor brasileiro Joanyr de Oliveira, do movimento pela Nova Poesia Evangélica, que a partir das décadas de sessenta e setenta do século passado insuflou um benfazejo espírito de renovação e atualização em nossas letras. Faço minhas as palavras do economista e escritor João Pedro Martins: “João Tomaz Parreira é um autor  incontornável no escasso universo da literatura feita por evangélicos. A sua poesia é Poesia Gourmet.

É pois com prazer que apresentamos um novo e-book de poemas de nosso irmão. O livro Aquele De Cuja Mão Fugiu o Anjo reúne 30 poemas de inspiração cristã, plena substanciação da fina literatura que tem consagrado o autor como um dos maiores poetas evangélicos de nossa língua.

Para baixar este livro, CLIQUE AQUI.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Encontro com o poeta Rui Miguel Duarte



No dia 18 deste mês estive no luminoso bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, para um breve encontro com o irmão, poeta e professor lusitano Rui Miguel Duarte. Rui é formado em Línguas e Literatura Clássicas, e esteve no Rio para participar do XVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. 


Na ocasião, tive a honra de ser presenteado com três pequenos tesouros poéticos: O livro Muta Vox, do próprio Rui, que reúne a fina produção do autor; o livro Encomenda a Stravisnky, primorosa edição bilíngue (português - espanhol) de nosso mestre J.T.Parreira; e a oportuna antologia Nada Onde Pousar o Sonho, iniciativa do Desafio Miquéias de Portugal, congregando a obra de onze poetas evangélicos portugueses, livro com design gráfico digno de nota (ao estilo livro antigo, vide imagem).

Meus abraços fraternais ao Rui, agradecido pela felicidade de poder continuar estreitando os laços que unem poetas evangélicos de Brasil e Portugal, tradição que remonta ao tempo do saudoso poeta Joanyr de Oliveira, quando, em sua coluna na Revista A Seara (na década de setenta do século passado), mantinha já profícuo intercâmbio com bardos lusitanos como J.T.Parreira e Brissos Lino, dentre outros.

A poesia evangélica segue cumprindo sua função de evangelizar, edificar e promover a unidade do grande corpo de Cristo!

segunda-feira, outubro 17, 2011

Dois poemas do Pr.Jorge Neves Oliveira



Morrendo

ESTIOLANDO
A vida se esvai, as lágrimas rolam...
A morte assusta... as imagens vão Sumindo
DERREPENTE as expectativas se Afunilam...
DERREPENTE o SONHO é substituído pela FRIEZA da REALIDADE!
DERREPENTE a sua VISÃO se resume ao teto do quarto
Derrepente VOCÊ percebe que está trilhando o CAMINHO sem Volta!
Derrepente você percebe que já realizou a última retrospectiva de sua vida, se é que você a considera vida...
Derrepente você lê nos olhos dos médicos e dos poucos que estão ao seu lado:CONDENADO! MORTE CERTA!
dERREPENte você percebe que tudo foi rápido. O tempo.... continua! Você passou...
Derrepente, VOCÊ, não sabe o que virá depoi-s
DERREPENTE, O MEDO esfria MAIS o FRRIO da MORTE
F A L T A ... a r... As coisas EMBAÇAM,...embaçam -...-......-........-.-....--------------------------------------------------------------
Morreu derrepente....
“Aquele que crê em Mim, ainda que morra viverá. Crês tu nisso?” – (Jo 11.25-26)



Cidade de São Paulo em Estrofes

Sangue, suor, cimento e silêncio; assim, seguem as formigas almadas...
Multidão de anônimos se engarrafam.
Em cada dia, o desafio da sobrevivência e a incerteza da volta.
As águas caem...
Muitas interrogações para apenas um dia...
O medo amordaça, e os zumbis seguem o seu fluxo nas inúmeras filas...
No metrô as pessoas se olham e não se enxergam, se apertam e não se tocam, se desejam e não sabem. Quanta artificialidade no palco vital... em raras vezes sorrisos partem de rostos pálidos a procura de reciprocidade.
Em meio aos contrastes existe espaço para amar. Faça o seu!
A vida segue seu fluxo e a cidade exaure e nutre a sua prole... 



Visite o blog do autor: http://projetonur.blogspot.com/

quarta-feira, outubro 12, 2011

Dois poemas de Joanyr de Oliveira


Diego Rivera: Construção do Palácio de Cortéz (detalhe)


ESCONDO-ME


Escondo-me de Hernán Cortez
(como os astecas: súditos e reis),
dos bacamartes de Espanha
que emergiram sorrateiros.


Escondo-me da fome de esmeraldas
que bebeu rios de sangue
nas veredas do Anhanguera.


Com os escravos brancos
daquelas guerras antigas,
com os cativos soluçantes
(ah, os zonzos navios negreiros),
vou estendendo meu grito
nos subterrâneos do dia.
Com os pássaros enlouquecidos
e os nativos do sul,
escondo-me de corpo inteiro
- antes da vinda do Sol –
da ordem unida dos “marines”,
e das nuvens de napalm
a apunhalar as alturas,
e das nuvens de napalm
a incendiar o galope
dos meninos amarelos.
Escondo-me dos tanques vermelhos,
com a grande estrela do pânico,
nos brancos portais de Praga.


Escondo-me das mãos
que mataram as canções longas
do poeta Federico,
das baionetas noturnas
que assustaram toda a ilha
e os sóis de Pablo Neruda.


Escondo-me das mãos ainda
que escrevem com cassetetes
a suja palavra: “apartheid”.


Escondo-me dos que me exilarão
de itinerários antigos,
se barrigas indiscretas
roncam seu pleno vazio
e os roncos fendem meu sono.


Escondo-me com meus irmãos
dos loucos tecelões da noite.




Quase à Guisa de Bertold Brecht


Os donos da indústria bélica
louvam a destreza das máquinas
em seus partos desvairados
de canhões, morteiros, bombas,
fuzis, metralhas e lâminas
nos campos da guerra.

Aplaudem os genocídios,
freneticamente. Brindam à saúde
de suas contas bancárias.
Os donos da indústria bélica,
sem olhos para os órfãos,
sem tímpanos sensíveis
ao clamor lancinante
das noivas e viúvas.

Os donos da indústria bélica,
parceiros de corvos, de abutres,
brindam ao regozijo das trevas
nos campos de batalha,
a sorver na mais funda sofreguidão

o sangue dos mortos.


in Tempo de Ceifar (Thesaurus Editora, 2002)

sexta-feira, outubro 07, 2011

Dois poemas de Fernanda Maria Akiquite




Confiança


Em Ti repouso confiante,
Rocha Eterna, Amor constante
Em que minha alma se banha


E se a vida for estranha
E se a dor bate _tamanha_
Meu refúgio é nos Teus braços


Se o corpo e alma estão lassos
Se me perco dos compassos
Em Ti busco direção


Se caminho em meio à treva
É o Senhor quem me leva
Nada temo. Em Ti confio!




Príncipe da Paz


Príncipe da Paz, estou sozinha
Na Terra que é o estrado dos Teus pés
E vendo a minha pequenez,
Prostro-me e choro
Pedindo o Teu socorro.
Sinto frio.
Perco a calma
Nas lembranças do que fiz.
Abro janelas, cérebro agitado,
Vislumbro sombras: são o meu passado,
Recordações amargas do que já vivi...
Trago o coração diminuído,
Apertada a garganta,
Visão turvada pelas lágrimas.
Eu sei que tudo sabes
E que me vês assim, como hoje estou.
Sei que me amas
E que de mim tens compaixão.
Por isso, de repente,
Sinto o Teu olhar amoroso sobre mim
E uma força nova me alimenta
E a voz, antes presa na garganta,
Explode num louvor.
Teu nome me acalma,
Tua presença me consola,
Teu amor me aquece.
Fecho, então, todas as janelas que abri,
— Uma a uma —
E abro a porta, embriagada,
E Te adoro
E Te louvo
E Te agradeço a visita.
Já não estou mais só
E minha alma salta do estrado dos Teus pés
Para os Teus braços.


Visite o blog da autora: http://fakiquite.blogspot.com/

domingo, outubro 02, 2011

Dois poemas de Carlos Nejar



FONTES, AROMAS


Todas as fontes
estão em ti, amado.
Estão em ti
as fontes, os poentes,


as pontes, os cálidos
aromas. Em ti
o que não tocas,
persiste.


E avança.
As nascentes
avançam. Todas
as fontes
cantam. Todas
as fontes
do amor
estão jorrando.






O CORAÇÃO É NOVO


o coração é novo,
igual àquele fogo
que um dia conduzia
o sonho do menino.
Não inventava. Era
com as mãos
que ele sonhava.


Mas descobri na escola,
entre árvores, túneis,
em letras e tabuadas,
suas plumas de alva.


Andei por terras e ondas,
por raízes e guerras,
nas casas, forasteiro
como de mim, estava.
Nas páginas e amadas,
velhas caligrafias
de ervas, biografias,
a voz do amado era
o que mais procurava.


E ouvia a voz no vento
e pela sombra casta
gota de luz filtrava
a presença do amado.
Ah, como é curto o sonho
no sono tão pesado!


Do livro Todas as Fontes Estão em Ti (Editora Eclesia, 2000)

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