A poesia de
Jorge F. Isah nasce carregada de enlevo hermético. Como os mestres hermetistas
italianos do século XX (Montale, Quasimodo, Ungaretti), a cada poema de Jorge
somos confrontados pelo toque da Esfinge, “decifra-me ou te devoro”, e mais,
“decifra-me e devora-me”: que maior
convite pode fazer um poeta, pode propor um poema?
E Jorge avança,
como alfarrabista de palavras que é, como artista ora cônscio, ora febril, a
estabelecer seus mosaicos na tabula rasa
do papel; sua arte nunca é superficial, nunca é simplória: ela não solicita,
mas é uma onda densa que arrasta, desperta e conclama ao mergulho em suas
torrentes verbais. Exige a atenção, engaja e transveste seus leitores no
tensionado herói Teseu, cuja atenção freme ululante enquanto avança pelo labirinto
- cujas bifurcações vão se adensando a cada quadra. O prêmio para aquele que
perseverar está ao fim do labirinto, embora feito da soma de suas partes: o
gozo silencioso da celebração poética, o graal misterioso e assaz buscado, o
pequeno êxtase quase epifânico (pois a poesia tem e terá sempre - quem a
furtará? - algo de religião, de religação com o divino) que só a verdadeira
arte pode inocular nas veias da alma.
Este A Palavra Não Escrita é um manjar pleno
para o verdadeiro apreciador de poesia, posto em salvas de prata onde o leitor
sorverá a multiplicidade de percepções do autor, cujos versos transitam das
elucubrações de sua alma às mazelas da sociedade, do fulgor metapoético, da
poesia que se dobra sobre si mesma, à louvação dAquele que é a fonte matricial
de toda poesia, justiça e beleza.
Uma jornada com
poder de transformar percepções, cujo arco tensionado se estende do álacre ao
pungente: esta é a proposta de Jorge Isah neste seu elaborado labirinto.
Sammis Reachers
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Um comentário:
Irmão , toda Gloria ao Deus do céu pela sua nobre e bela iniciativa.
Jesus nos ama
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