segunda-feira, setembro 01, 2008

Dois poemas de Israel Belo de Azevedo


EFÉSIOS 1.3-14

Ao Deus e Pai, meu e do Senhor Jesus, eu bendigo,
porque com bênçãos espirituais me tem abençoado,
fazendo-me santo, irrepreensível e seu amigo

desde que me escolheu antes de o mundo ser criado
por causa do amor gratuito que me tem dispensado
por meio do Mestre e conforme sempre à sua vontade
para que, enquanto louvo, frua de sua gloriosa bondade,

exposta no sangue na cruz na redenção derramado
em decisão que só o mistério de sua graça explica
que me perdoou e me perdoa do meu pecado
e faz que, no tempo próprio, tudo venha para Cristo,
que, em todas as pessoas e coisas, põe sua rubrica

e em mim que, escolhido, não me orgulho desta história,
e agora espero que o Redentor, enquanto não tiver voltado,
me faça espelho do seu Evangelho de plena glória.
com a garantia de estar meu nome no colestial registo,
para ser pelo Espírito Santo no Filho selado,
a Este a quem não canso de oferecer o meu louvor.



O INSENSATO E O SÁBIO

O que faz o sábio quando está cansado?
O que faz o sábio quando está triste?
O que faz o sábio quando está desanimado?
O que faz o sábio quando lhe põem o dedo em riste?
O que faz o sábio quando fica espiritualmente esgotado?
O que faz o sábio quando cruza os braços decepcionado?
O que faz o sábio quando a meta não alcança?
O que faz o sábio quando cai na desesperança?

O insensato se enfraquece enquanto se debate.
O sábio descansa nAquele que alivia
e cujo jugo não lhe faz vergar no fim do dia.

O insensato muito mais ainda se abate.
O sábio ora para ter de volta a alegria
que lhe foi roubada na hora da porfia.

O insensato simplesmente se desanima.
O sábio na Rocha eterna sua espada afia
para romper a corda que seu pescoço asfixia.

O insensato levanta o braço e "parte pra cima".
O sábio, porque na palavra do Mestre confia,
sua face oferece enquanto seu corpo cilicia.

O insensato ainda mais se esvazia.
O sábio no fogo do Espírito se fia
para ser aquecido pela presença que sacia.

O insensato, amargo, a mais ninguém se alia.
O sábio a comunidade como dom aprecia
e busca sem ilusões a força da companhia.

O insensato baixa mais sua auto-estima
O sábio, esperançoso na graciosa sabedoria,
se vê valente como a Gideão Deus via.

O insensato se afunda na lágrima.
O sábio consulta sua memória e dela avia
o que a sua casa com esperança mobilia.

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