quarta-feira, junho 18, 2014

PEQUENAS ORAÇÕES DAS MANHÃS DE FÉ, poema de Josué Ebenézer



PEQUENAS ORAÇÕES DAS MANHÃS DE FÉ

Cada crente possui uma fé.
Não é fácil subir os degraus da vida
– estes degraus da espiritualidade –
sem a oração que sustenta a fé do que crê.
E cada crente tem também um deus.
Mas serão imprevisíveis escaladas
se este não for o Deus dos impossíveis
que sustenta o justo com o pão diário
e veste o frio com o agasalho da esperança.
Eu até diria que nós crentes somos:
um tanto cegos para os transeuntes incréus;
que escorraçamos a miopia quando
o desafio próximo é enxergar com os olhos da fé;
e somos algo surdos para as vozes que gritam agonias;
e algo mudos para os ouvintes
que esperam encaminhamentos.
Como o Jacó da escada em sonhos
queremos chegar no topo, onde Deus habita,
mas o nosso travesseiro é de pedra
e o sonho ameaça virar pesadelo...
Não abrimos mão da fé, cremos em Deus,
mas, no crepúsculo, o céu alaranjado
por vezes acena horizontes ainda indefinidos.
Há quietude, qual bálsamo suave,
nas pequenas orações das manhãs de fé.
E os cãezinhos farejam as migalhas
que caem da mesa do seu senhor.
E no rito da prece, do sonho, da fé,
as árvores balançam ao vento, despencando frutos.
A chuva da manhã cai sobre a relva
e as orações vão movendo o coração de Deus.

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