O Clamor dos Perdidos
As estrelas estão brilhando no infinito
como brilham no oceano indívagos faróis:
será que estão ouvindo o doloroso grito
dos que sofrem na terra, anônimos e sós?
Há lágrimas de sangue e a dor é de granito:
quem pode sufocar no peito a própria voz
se, em cada ser humano há um coração aflito
e em cada coração o sofrimento é atroz?
Observa quanto é triste e amarga a realidade:
a dúvida aniquila a pobre humanidade
e a nuvem da ilusão para o abismo a conduz...
Pois então já não vês que o mundo todo é um ermo?
E por que onde exista um coração enfermo,
não levas a eternal mensagem de Jesus?
Missionários
Esses que lá se vão pelos sertões bravios,
através dos matagais, transpondo as cordilheiras,
rasgando sem cansaço, as selvas brasileiras,
atravessando vaus, abismos, fontes, rios;
Levam o Pão da Vida aos entes erradios
que vivem a chorar de fome nas lareiras,
sem esse Pão que dá conforto nas canseiras
e as almas alimenta em seus transes sombrios.
São eles os titãs que lutam com denodo
contra a cegueira e contra a idolatria,
para os mortais tirar do mundanário lodo...
Emissários de Deus, vão eles cada dia
levando este Evangelho a todo homem, a todos
que vivem sem a luz que as almas alumia!
Do livro Antologia Missionária (JUERP, 1967)
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