domingo, abril 01, 2018

PÁSCOA - Dois poemas de Sâmara Antero



Sábado

Hoje o dia estava nublado,
uma expectativa rondava os corações
o vazio de Sua presença tão doce
ecoava
nas casas fechadas
nos olhos aflitos,
será que ele voltará?
Suas mãos perfuradas, Seu lado transpassado
vi seu corpo velado
não consigo enxergar,
que Ele possa estar perto novamente
poderei ouvir Sua voz?
Com o poder de Tua palavra mudaste
nossas vidas
diante de Deus e do homens…
Voltarei ao túmulo,
amanhã bem cedo
antes que desponte o dia
meu coração se aperta em agonia
deixarei ao menos
minhas lágrimas
àquele que por muito tempo
transformou-as em alegria


Domingo

É madrugada
meu coração levanta
triste e ansioso
para visitar o túmulo do meu Senhor
levo comigo perfumes para
adorná-lo de amor
um amor tão pequeno comparado
com o Teu
que naquela cruz por nós se rendeu
e em vida abriu os nossos bagos olhos
da escuridão para a luz
ah estimado Jesus…
Por que foste morrer?
Chegando ao sepulcro meu coração foi
arrebatado em temor
a pedra deslocada estava,
e dois anjos ali a guardavam
meus olhos não retiveram as lágrimas
e então me perguntaram:
Por que choras?
Levaram o meu Senhor… Pensei
não poderia existir outra razão
mais dolente que a perda de quem
mais se estima
olhei para trás e o jardineiro
me perguntou:
Por que choras?
A quem procuras?
Então lhe respondi,
Senhor, se tu o tiraste do túmulo,
dize-me onde o puseste e eu o levarei
Antes que pudesse pensar em algo
como um delírio da alma ouvi:
Maria!
Era a doce voz de Raboni,
era a doce voz do Mestre.
O mestre voltou como a alva manhã
nos aquece e traz esperança
depois da densa noite
não o detive
meu coração queria parar aquele momento
como um eterno alento
dentro de mim
todavia fui anunciá-lo
e o farei
na minha vida até
o fim

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