O evangelho segundo Lucas em versos - Trechos selecionados
Introdução
O médico e evangelista que
este livro inspirado escreveu,
com seu chamado a Cristo a
receita da vida nos deu.
E, ao formular estes
versos, não vou esconder de ninguém
que a receita do doutor
Lucas é minha receita também.
E deixo mais um recado: O
Lucas original
ainda é muito mais rico
que nossa versão especial.
Para mim, é o evangelista
que melhor entendeu que Jesus
veio para salvar os que
sofrem, levando-os das trevas à luz.
Além de pregar o
evangelho, como médico clinicou,
e com seu fervor
missionário a equipe de Paulo apoiou.
O próprio apóstolo o
chama, ao saudá-lo em Cristo, o Senhor,
de “Lucas, o médico amado”;
um médico a serviço do amor!
Nossos versos, que sirvam
de ponte para quem deseja sondar
o fundo da própria Bíblia,
para nela Jesus achar.
Eles poderão ser usados
por pais que queiram passar
a boa mensagem aos filhos.
São fáceis de memorizar:
O ritmo, bem como a rima
despertam sua atenção,
e, enfim, “decorar” pode
mesmo ser coisa do coração.
E se por acaso um violeiro
dos versos fizer canção,
poderá cantar a mensagem
aos acordes do seu violão.
Pensamos também em
obreiros engajados em educar:
Em sua nova roupagem os
versos podem ajudar.
Baseados sempre no texto
da original versão,
são bastante livres na
forma, mais paráfrase que tradução.
Creio que o bom doutor
Lucas, se à terra pudesse voltar,
com um gesto amigo e um
sorriso nossos versos viria a saudar.
O bom samaritano (10.25-37)
Certo dia, um douto
escriba de Jesus se aproximou;
querendo pô-lo à prova, de
chofre lhe perguntou:
“Para herdar a vida
eterna, ó mestre, o que devo fazer?”
respondeu Jesus: “Dize-me
antes o que na lei podes ler!”
Retrucou-lhe logo o
escriba: “Amarás teu Deus e Senhor
com todas as tuas forças e
com todo o teu fervor.
Amá-lo-ás de toda a tua
alma e de todo o teu coração,
e amarás da mesma maneira
o próximo, que é teu irmão”.
Jesus disse: “Bem
respondeste; faze isto e hás de viver”.
Mas desconversando, ele
disse: “Quem virá meu próximo a ser?”
Disse o Mestre: “Um homem
descia de Jerusalém a Jericó.
caiu nas mãos dos bandidos,
que o golpearam sem dó.
Tiraram-lhe tudo o que
tinha e, deixando-o prostrado, a sangrar,
fugiram com sua presa, sem
com ele se importar.
Por acaso, um sacerdote
passou pelo ermo lugar;
viu o homem ferido e, de
medo, seus passos tratou de apressar.
Do mesmo modo, um levita,
ao ver a vítima infeliz,
igualmente passou de
largo, e prestar-lhe ajuda não quis.
Um samaritano, no entanto,
ao ver o ferido no chão,
chegou-se ao infortunado,
tomado de compaixão.
Ajoelhando ao lado dele,
as feridas do homem cuidou,
e, após limpá-las com
vinho, com óleo de oliva as tratou.
A seguir, sobre o seu
jumento aquele infeliz colocou
e, levando-o a um
albergue, com carinho dele cuidou.
Depois deixou uma soma
para o hospedeiro gastar,
dizendo-lhe: cuida do
homem, que na volta vou tudo ajustar.
E Jesus perguntou ao
escriba: “Qual dos três, a teu ver, agiu
como próximo daquele homem
que nas mãos dos bandidoscaiu?”
Respondeu o escriba: “Por
certo, o que dele se compadeceu”.
E disse Jesus: “Vai tu
mesmo e segue o exemplo seu!”
A parábola do pai misericordioso
(ou do filho perdido: 15.11-32)
Na mesma ocasião Jesus
disse: “Havia em certo país
um pai que tinha dois
filhos, que levavam vida feliz.
Um belo dia, o mais novo
de súbito disse ao pai:
Pai, dá-me a parte da
herança que para meu lado cai!
O pai cumpriu-lhe o
desejo. Partiu a herança em dois,
e o filho mais novo
mandou-se, não muito tempo depois.
Juntando tudo o que tinha,
foi para distante lugar,
passando a viver à toa, e
a sua fortuna a gastar.
Depois de ter gasto o que
tinha, uma fome assolou a região,
e o rapaz, sentindo o
aperto, se pôs à procura de pão.
Por fim, tentou
encostar-se num cidadão do lugar,
e este o mandou ao campo
seu rebanho de porcos guardar.
Desejava encher a barriga
com as bagas e a imunda ração
que os próprios porcos
comiam, competindo com estes em vão.
Aí caiu em si mesmo e
falou a seu coração:
No lar de meu pai, quanta
gente tem abundância de pão!
Mas eu, aqui, morro de
fome! Eu sei o que vou fazer:
Vou me embora daqui, vou
direto a meu pai e vou lhe dizer:
Meu pai, eu volto sem
nada, pequei contra ti e contra Deus.
Não mereço mais ser teu
filho. Conta-me entre os servos teus!
Partiu no mesmo instante e
foi o pai procurar.
O pai, ao vê-lo de longe,
não aguentou esperar.
Correu ao encontro do
filho, abraçou-o e o beijou,
e o filho criou coragem e
confiante ao pai falou:
Meu pai, eu volto sem
nada; pequei contra ti e contra Deus.
Não mereço mais ser teu
filho... Mas o pai disse aos servos seus:
Depressa, trazei-lhe uma
roupa, a melhor que podeis achar!
Botai-lhe um anel no dedo,
fazei-o sandálias calçar!
Trazei o novilho cevado,
matai-o e preparai
o assado para o banquete,
de comida e bebida cuidai!
E começou a festança. O
filho mais velho, porém,
trabalhara fora, no campo,
e não o avisara ninguém.
Chegando perto da casa,
som de música e dança ouviu.
Aí chamou um criado, e o
motivo da festa inquiriu.
Tocado pela alegria, o
homem lhe respondeu:
Teu irmão voltou para
casa, e teu pai, feliz, o acolheu.
Fez matar o novilho
cevado, e depois ele mesmo mandou
todo mundo cair na festa,
já que salvo seu filho voltou.
Aí o filho mais velho
ficou zangado a valer.
Negou-se a entrar na casa
e a seu irmão receber.
O pai, vendo o que se
passava, saiu, e o filho implorou,
mas este, cego de raiva,
ao solícito pai retrucou:
Há tantos anos te sirvo e
jamais desobedeci
uma única ordem tua;
obediente, tudo cumpri.
E em todo este longo tempo
tu nunca chegaste a me dar
nem um modesto cabrito
para eu com a turma farrear!
Agora, ao voltar teu
filho, que com prostitutas gastou
teus bens, pelo mundo
afora, o pai o novilho carneou!
Mas o pai respondeu: Meu
filho, tu vives comigo, e o que é meu,
já que és herdeiro de
tudo, por direito também é teu.
Mas como não sermos
alegres e como não festejar,
quando teu irmão, meu
filho, voltou, enfim, ao seu lar?
Em verdade, ele estava
morto e agora a viver voltou.
Estava de todo perdido e,
ao voltar, se reencontrou.
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Via http://lindolfow.com
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