sexta-feira, maio 16, 2025

Cinco poemas de Natanael F. de Melo

 



Mateus vinte e quatro

 

Após Jesus Cristo
explicitar os
pecados dos fariseus
e a profecia
de Jerusalém,

Ele foi para o
monte das Oliveiras.
Chegaram os
Seus discípulos
e perguntaram-Lhe:

“Quando nos
acontecerá
a tua vinda
e a consumação
de todas as coisas?”

“Sejam prudentes,
ninguém vos engane.
Virão muitos cristos,
isto é, mentirosos
que dizem ser eu

– pois, quando eu vir,
não serão
necessárias
apresentações.
Todos verão e saberão.

Aqueles enganarão
muitas pessoas.
Guerras entre
nações e reinos
(ainda não é o fim)

acontecerão,
juntamente a
fome e terremotos,
mas isto é somente
o princípio das dores.

Ainda, surgirão
falsos profetas
com vis doutrinas
e outra vez
a muitos iludirão.

Neste tempo,
o ódio do mundo
por todos os Meus
mostrar-se-á
forte e rude.

Todas as nações
procurarão
vossa matança
por causa
do Meu nome.

Haverá
escândalo,
traição
e amargor
uns para os outros.

Na multiplicação
da iniquidade,
o amor de
quase todos
se esfriará.

Todavia,
todo aquele
que perseverar
até o fim
será salvo.

O evangelho
do reino
por todo o mundo
será pregado,
para testemunho

para todos
os povos.
Então, virá o fim.
Minha noiva já
não mais sofrerá.”

Proclamemos
para todos!
Jesus está voltando!
Falemos de Cristo
pra que Ele venha.

 

 

Alvo

 

Bancos vazios podem ser vistos
nestes lugares que não existe
perseguição. De fato, triste,
nada parece ir contra isto,

contradição. Mas sofrimento
pelo Senhor já foi usado
fazendo os crentes espalhados,
dando pra igreja crescimento.

A liberdade que nós temos
neste gigante, colossal,
tem feito nosso afã banal,
pois o final vai ao que queremos.

O fogo por missões ‘cabou-se,
não plantam mais, não buscam os molhos
nem para os próprios volvem os olhos;
o amor de quase todos foi-se.

Boa vida nos acomodou,
tirou de nós precioso foco:
almas perdidas e doentes
que só de Cristo necessitam.

Cristão, não deixe tradição,
rito ou cultura a fé virar.
Por favor, Jesus, vem nos relembrar
de proclamar a salvação.

 

 

À procura de Deus

 

Afirmou certo homem “Preciso estar com Deus”
e, perguntando a todos que encontrava,
diversas respostas ouvia.

Um dizia “Está Deus nos lugares altos, distantes
e inacessíveis”, outro falava “Está na minha igreja
e somente nela, venha nos visitar, segue a gente
no Instagram ;)”. Ouviu também “Deus não é, apenas
se sente e no fazer coisas boas Ele se faz em você”
e não pode deixar de escutar “deus não existe”.

Como não sabia o que fazer – por isso perguntou –
decidiu de tudo experimentar para encontrar Deus.

Ao que disse “deus não existe”, não deu ouvidos,
pois queria, mais que tudo, encontrar Deus.

Decidiu seguir o conselho dos atos bondosos,
da energia positiva, do passaporte da bondade
para o céu. Enquanto fazia voluntariado em países
de terceiro mundo, alimentando pobres e ajudando
no ensino de crianças carentes, percebeu que uma
falsa espiritualidade, baseada em vanglória,
aos poucos o convencia de que ele era bom
o suficiente para conseguir um espaço no pós-vida.
Percebeu também que havia esquecido do Deus
que procurava, já que tinha criado seu próprio deus
dentro de si. Triste, voltou para casa.

Lembrou-se do convite moderno e despojado
daquela igreja que pregava ser a única habitação
de Deus na terra. “Deus só pode estar lá”, pensou.
No primeiro e último culto que esteve, percebeu
que Deus não estava ali também. O ego de todos
era afagado com músicas centradas na necessidade
de Deus precisar deles e não o contrário. Depois
veio uma palestra motivacional afirmando ainda mais
a sensação de bem-estar, na manipulação dos sentidos
para que, novamente, uma falsa espiritualidade houvesse.

Por último, deu chance à quietude e, na meditação
e na transcendência do espírito, no alto das montanhas
e na reclusão social, esperou Deus aparecer.
Mas ele encontrou seu espírito vazio.
Deus não estava nos lugares altos e quietos,
nas igrejas movimentadas e bem-quistas,
no fazer o bem.

Entristecido por não encontrar Deus pelos próprios meios,
por conselhos humanos, retirou-se e em casa, ficou só.
Ali, em secreto, procurou Deus em espírito contrito,
arrependido. Então Deus, em secreto e espírito, Se mostrou e,
através de Sua palavra, deu direção ao homem que o procurava.

 

 

Amor e ensino

 

O que podemos fazer
para cativar
quem nos ouve?
Muito para se ler
sem a mente alcançar,
o que houve?

Se enche o ar da sala
de ideias retumbantes
e novas tecnologias.
Porém ao coração se calam,
Tudo redundante,
a mesma metodologia.

Da plateia cheia
no fundo se levanta
uma mão trêmula.
Tenha escrito, então leia.
O que propõe? Com tanta
força, levanta sua flâmula.

Já pensaram no ensinar
com amor igual ao Mestre?
De nada adianta livros mil
e Nele não se inspirar,
como um qualquer que palestra
sem amar seus ouvintes a fio.

Formadores se calaram,
no olhar se manifestou
o peso de pensar errado.
Outros o ouviram
e há quem diga que gostou,
mas não queria ser taxado.

 

 

Ruge, outra vez, a gana atroz

 

Ruge, outra vez, a gana atroz
deste mudar só por mudar,
o novo quer, falta de ar,
é contumaz e faze a sós.

O que virá e o que já foi
na mesma página se encontram,
o coração afoito amparam,
se lembra qual ardor diz oi.

Contrapõe, pois, o grito íntimo
‘inda mais forte do seu peito,
o espelho fita e nos céus feito

o mais singelo dentre os ínfimos,
ou, pelo menos, pensa ser.
De Deus preciso no meu ser.


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