quinta-feira, novembro 20, 2025

Três poemas de Luciano Alves

 


A BATALHA DE DEUS

 

Do alto dos céus Deus brada.

Sua voz é como o som de muitas águas.

Seus gestos são como ventos terríveis

Que varre seus inimigos para o nada.

Essas metáforas, tão presentes

No Velho Testamento,

Nos faz lembrar do poder de Deus.

Mas quando Ele se encarna e sua vida é vista,

Nas ruas, nas praças, no mercado,

Nas casas e até no templo,

O que se percebeu foi a Sua doce voz,

A Sua verdade proclamada em amor,

Seus abraços desfazendo a dor,

Seu olhar repreendendo o inimigo,

Sua fala de acusação à hipocrisia,

E a alegria do convívio, especialmente,

Na presença daqueles que, por perto,

Ninguém queria.

 

O Deus Pai no Velho Testamento

É o mesmo Pai de Jesus Cristo no Novo.

Mas, o Pai mesmo usou profetas para dizer

Que um novo tempo viria,

Que o coração de pedra dos homens,

Por coração de carne trocaria.

E em leito de morte Davi profetizou:

Haverá um justo que domine

Sobre os homens no temor de Deus,

E será como a luz da manhã,

Quando sai o sol, na manhã sem nuvens.

 

A guerra declarada de Deus sempre foi

Contra o Diabo, o mundo, o pecado

E as vontades da natureza caída, ruim,

Que, desde Adão habita os homens.

Hoje, vivemos em constante batalha,

Mas, a guerra está vencida,

Exatamente porque Ele se fez gente

E habitando entre nós revelou-nos

O caminho a seguir.

A partir da sua morte,

Ressurreição e ascensão

Temos esperança eterna.

A glória do Pai nos garante vitória.

Foi através do Amor

Que Ele nos conquistou

E nos sentimos livres

Sendo escravos desse Senhor.

 

 

 

DEUS DE MADRUGADA

 

Deus está quando ninguém vê,

Quando ninguém sente,

Enquanto a cidade dorme,

Enquanto, debaixo dos lençóis,

O corpo se encolhe.

Deus está enquanto o mundo gira,

Diante da densa treva,

Durante o medo do sozinho

Deus cria a luz.

Mesmo enquanto da tragédia

Pela fresta fina que resta,

Deus, sobriamente, vê,

Vela, vigia, Ele está.

Na tarde morena,

Na manhã pequena,

Na noite sombria.

Deus não perde o controle de nada.

Nem dos barulhos da passarada,

Nem do corre-corre do meio-dia,

Nem do tilintar dos copos

Na madrugada.

Deus vê. Deus está. Deus é.

E segurança tem quem lhe confia a vida.

Aquele é o Seu pastor

E este não precisa de nada.

 


 

POESIA DO NATAL

 

Hoje é 26 de dezembro

E, pelo que me lembro,

Deus nasceu em Belém.

Não do Pará, mas da Judeia.

Ninguém sabe a data.

Dizem, que foi dezembro,

Aqui no ocidente.

Mas, no oriente,

Dizem que foi abril.

Mas, para os da cultura semita

Não existe nem dezembro, nem abril.

Entendem que foi no

Mês de abib (ou nissan),

Mês em que se colhem

Os primeiros frutos.

 

Naquele mês

Foi quando o menino,

Pela primeira vez,

Chorou entre os humanos.

A gente que só sabia que

Deus tinha um texto,

Depois desse evento,

A sua voz foi ouvida.

Primeiro dentro de casa

Onde aprendeu a falar,

Ler e escrever com Maria.

Começou a ler o Tanack,

A Bíblia que o judeu lia.

E depois, sua voz foi sendo ouvida

Na rua, na praça, na feira,

No mercado, nos caminhos,

E até no templo, às vezes.

E ainda hoje, Ele fala.

E quando isso acontece

O coração se aquece

E a pessoa sente

Uma coisa diferente.

 

Então o Natal não é uma data,

Mas a entrada de Deus,

Através da sua encarnação,

Na história do crente.

Hoje é 26 de dezembro

Aqui no ocidente,

E ainda hoje, Deus está

Nascendo, falando, convertendo

Muita gente que

Agora mesmo está crendo.


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