segunda-feira, setembro 03, 2007

Um poema de Jonathas Braga


Os Três Seguidores

Ambicioso talvez, talvez interesseiro,
chegando-se a Jesus, assim disse o primeiro:
- Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores
e te acompanharei sem mágoas, sem temores!

Respondeu-lhe Jesus: - As aves têm pousadas
e as raposas, covis distantes das estradas,
mas ao Filho de Deus não há quem lhe ofereça
ao menos um lugar onde ponha a cabeça.

A um segundo Jesus chamou com voz maviosa:
- Segue-me! A estrada é longa e às vezes espinhosa.
Disse o moço, porém: - Deixa-me que primeiro
Vá sepultar meu pai, num gesto derradeiro.

Respondeu-lhe Jesus: - Ora, deixa que os mortos
sepultem, afinal, também os outros mortos,
e tu, cheio de fé e sem hipocrisia,
o reino que é de Deus a todos anuncia.

Depois, veio um terceiro o Mestre procurando
e de Jesus ouviu: - Vem, segue-me!

Recuando,
o moço respondeu: - Deixa que me despeça
daqueles a quem amo antes que te pareça
muito tarde demais para seguir-te ainda,
então te seguirei por essa estrada infinda!

Respondeu-lhe, porém, Jesus: - O que algum dia
lança mão de um arado e para trás espia,
esse não é capaz de ser meu companheiro
na pregação do reino eterno ao mundo inteiro!

O primeiro é dos tais que buscam o proveito,
mesmo que a salvação jamais tenham aceito;
o segundo é dos que se fazem conformados
ainda que jamais sejam interessados,
o terceiro, porém, indiferente e frio,
porque sempre apresenta um pretexto vazio,
não procura aceitar a mensagem divina
que livra o pecador da morte e eterna ruína.

do livro A Maravilhosa Luz

Um comentário:

Nuno disse...

E os três foram transformados
Quando pela maravilhos luz ilumidados

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