domingo, fevereiro 24, 2008

Dois poemas de Mauricio Moreira


“Servi neste Chão”

Poesia dos Missionários e Pregadores

Ainda no fragor dos dias
Sentimos a ternura sem fim
Do profundo Céu em que habitas
Tu és consolação para mim

Terras distantes que eu veja
Ainda que de lá nunca volte
Meu sopro de vida é uma oferta
Que eu prestarei até a morte

A voz com que clamo em teus átrios
São sons pelos quais anuncio
O amor por teu Filho querido
Do fim que já é aguardado

Tu és o Filho único amado
Desceste a este antigo jardim
Por ter-nos muito amado
Foste tão desprezado assim

És o mesmo de ontem e de sempre
Nunca houve outro d’além
Um Deus como tu tão perfeito
Nunca, jamais houve quem

Quem pode amar desse jeito
Por nós simples vermes morrer
Senão este filho perfeito
Varão que desceu pra vencer

Este é aquele menino
Que até aos doutores encantou
Como pôde ser tão sabido
Se aqui ele nunca estudou?

Quando a cidade em festa
Verteu as palmas no chão
Era o triunfo das décadas
Chegada estava a Salvação

Hoje as cidades carecem
Da tua suave presença
Não temos aquela alegria
Sentimos toda a diferença

Levo comigo saudades
Por terras que ainda não vi
São casas, vilas, cidades
Irmãos pelos quais eu parti

A cada pedaço de terra
Na qual eu venha te anunciar
Lágrimas vertidas em terra
Ao partir certamente haverá

Com muita vontade bem sei
Que para ti eu trabalharei
E a cada nova vida liberta
Do chão eu te agradecerei

Do chão eu te clamo Senhor
Do chão eu um dia serei
Mas por meio daquele a quem sirvo
Do chão eu ressuscitarei

Assim se passaram os meus dias
Eram dias muito difíceis
Anunciávamos a tua graça
A povos, ilhas, países

Agora que cumpri a minha meta
De anunciar Salvação
Ainda que tombado esteja
Não deixar-me-ias no chão

Eu serei ressuscitado
Seja de qual for o chão
Pois aquele a quem tenho servido
Este é o perfeito varão

Obrigado Senhor pela oferta
Por ter-me confiado a missão
Cumprida está a minha meta
Missionário eu fui deste chão


"Te Aguardo do chão"

Ontem estive de pé
Hoje eu moro no chão
Tornei-me um verme se forças
Mas nunca vendi o coração

Não presto a Baal nenhum culto
Não temo a nenhum futuro
Ainda que me seja obscuro
Por Cristo eu me deito no chão

Ainda que eu durma no chão
Não troco o meu Amor por Cristo
É fruto da minha Gratidão
A Cristo me ponho no chão

A Ele todo o meu fôlego
Ainda que eu não tenha pulmão
Eu só obedeço a Cristo
Te entrego então o Coração

Não importa o quanto eu sofra
Quantas lágrima eu ainda derrame
São todas elas guardadas
No cálice da Salvação

Em Cristo não há ilusão
É Ele o meu único alvo
É Ele o único porto seguro
Só Cristo no traz Redenção

Ainda que Canaã esteja longe
Ainda que a vide pereça
Que o mar não possa ser aberto
A Cristo eu me ponho no chão

Ainda que o canteiro inteiro
Morra de tantos maus tratos
Ainda que o meu Jardineiro
Não queira renovar este caco

A Cristo eu me ponho no chão
A Cristo eu me ponho no chão
A Cristo eu me lanço no chão
A Cristo eu me lanço no chão

Ainda que eu seja expulso
Da Igreja que tanto amei
Ainda que publiquem calúnias
A Cristo pra sempre Amarei

Ainda que um fora eu leve
Daqueles que um dia ajudei
Ainda que eles me vendam
Que digam a todos maldades

Ainda que nunca mais me levante
Ainda que só haja tristezas
Ainda que morra a beleza
Por Cristo eu o adoro do chão

Ainda que o mar todo traga
Minha pobre e frágil estrada
Que construo na minha solidão
Por Cristo me ponho no chão

Ainda que um dia apareça
Um renovo ainda em vida
Ainda que tudo de belo aconteça
A Cristo eu clamo do chão

Ainda que eu seja mais rico
Do que o meu pai Abraão
Ainda que eu seja mais sábio
Que o próprio Rei Salomão

Ainda que Davi me escolhesse
Para ser o seu pajem d’armas
Por Cristo eu só clamaria
Coberto pelo pó do Chão

Ainda que Eu veja em vida
A vinda de meu Senhor
Ainda que minha casa não seja
Tragada pelo seu furor

Ainda que eu seja convidado
Para um dia a Glória visitar
Ainda que eu possa a todos
De todas as doenças curar

Ainda que tudo me seja
Sujeito para reinar
Ainda assim tenho certeza
Só do chão eu iria clamar

Ante tão Divinal Beleza
Que Cristo é e conduz
Ante tão Eterna Grandeza
Deixou-se conduzir à cruz

Ante a assassinos e fraudes
Calúnias e injúrias sem fim
Deixou-se meu lindo Jesus
Ser morto só pra nos salvar

Visite a página do autor: www.quartocanteiro.blogspot.com

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