domingo, abril 05, 2009
Um poema de Wolô
Adeus heroínas: - Há Deus!
Era a melancolia
Do cotidiano morno,
Que torneava o torno,
Que só se repetia;
E a sede de amor ardia
Até incendiar o forno;
E a aridez era tanta
Que um simples vapor na garganta,
Gerava a miragem feliz
De mil transbordantes cantis.
Veio o degrau do fumo,
Do cotidiano tonto,
Do embalo sempre pronto
Nos becos do consumo,
E o consumidor sem rumo
Voltava pro mesmo ponto;
E a ilusão era tanta
Que a droga tragando a garganta
Soprava a imagem fugaz
De um minutinho de paz.
Veio uma vida tola,
De cotidiano asco,
Pois no pequeno frasco,
No bulbo da papoula,
No tubo daquela ampola
Reinava o seu carrasco,
E a dependência era tanta
Que o mínimo nó na garganta
Forçava na veia as poções,
Cadeias de suas prisões
Veio o inconformismo
Do cotidiano drama,
Atrás a pobre fama,
Na frente só o abismo
No chão movediço a lama,
No interior pessimismo,
E a solidão era tanta
Que o mundo apertando a garganta
Gritava que ele cedeu,
Berrava que ele se deu.
No beco sem saída
Deitou-se a céu aberto,
A morte já por perto,
A vista escurecida,
Mas num lampejo de vida
Olhou para o lado certo,
E a luz do céu era tanta,
Que o gritou jorrou da garganta:
- Senhor, não se esqueça de mim,
- Senhor tenha pena de mim.
O peito arrependido
Tomou a dose certa,
E numa Bíblia aberta
Achou o amor perdido
Pois Cristo Jesus liberta
O coração oprimido
E a libertação é tanta
Que arranca de vez da garganta,
O vício, o resquício, o pó,
O trago, o estrago e o nó.
Pois foi crucificado
O homem sem defeito
Que amava Deus no peito
E o pecador do lado
Que abominava o pecado
– Pecado por nós foi feito –
E a morte na cruz era tanta
Que Cristo o Senhor da garganta,
Doou seu Espírito são,
Semente da ressurreição.
Veio uma vida eterna,
Ressuscitada e nova,
E a cotidiana prova
É essa fonte interna
Na vida que Deus governa
E ternamente renova;
E a transformação é tanta
Que o próprio Senhor na garganta
Transborda a mensagem da cruz,
Convida a beber de Jesus.
Wolô
via blog Cidadania Evangélica
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Um comentário:
a muito tempo que eu queria ouvir essa música novamente,as rádios não tocam mas,nem nos programas para recordar músicas antigas.é uma pena porque poetas com wolo,não podem ser esquecidos jamais.a melhor composição e a melhor melodia que eu já vi em toda minha vida foi essa:adeus heroínas,ha deus.gostaria de não só lê-la,mas escutá-la também.
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