domingo, dezembro 12, 2010

UM POUCO DE POESIA À SOMBRA DO GÓLGOTA

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Jefferson Magno Costa 


     O nascimento, o ministério, os ensinamentos, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo constituem o alicerce do cristianismo. Cristo não foi um líder a mais a fundar uma religião, mas o único que, com o seu sangue derramado na cruz do Calvário, abriu para a humanidade o único caminho que conduz ao Céu.

     No decorrer de quase dois mil anos, o cristianismo tem inspirado inumeráveis obras literárias. Por não querer cometer o pecado da prolixidade, reuni aqui tão-somente quatro poemas sobre o significado da morte de Jesus. 

     Dois deles foram escritos por poetas com quem eu tive o privilégio de conviver (Joanyr de Oliveira e Gióia Junior), servos de Deus que já partiram para encontrar-se com o Senhor Jesus, que lhes havia inspirado os mais belos poemas. Foram convocados para participar do encontro de poetas que já tem data marcada para acontecer no Céu, sob a liderança do sublime e inspiradíssimo salmista Davi. Esse é o encontro que eu jamais quero perder. 

     Entre esses poemas, inclui um soneto que escrevi em 1986 (naquela época, com vinte e poucos anos, eu era ingênuo o suficiente para cometer este e outros atentados contra a poesia).




SENHOR, EU VEJO

Joanyr de Oliveira



Com alguns pregos

trêmulos e um madeiro

pesado de angústias

e remorsos futuros
feriram-te, Cristo.
Hoje, Senhor, eu vejo.



Todo o peso do inferno

e a humana culpa

sobre ti desabaram

na extrema hora
da amarga colheita.
(Mas de plena vitória
sobre os braços da morte.) 
Hoje, Senhor, eu vejo.



E eu lá estava, Jesus,

nessa carga de fel

e de agudo silêncio.

Teus olhos em sangue
sobre mim pousaram.
As gotas da fronte
apagaram abismos
de minhas trevas.
Hoje, Senhor eu vejo.



Vera vida brotou

de tua morte, Cristo.

E as colunas da noite

mergulhadas em pânico
gotejaram seu medo.
Mesmo os céus rasgaram
as cortinas do azul.
Em teu corpo moído
as máguas e as dores
deste mundo insano,
deste mundo em pântanos,
deste mundo infame.
Hoje, Senhor, eu vejo.




RECONQUISTA UNIVERSAL NO GÓLGOTA

Jefferson Magno Costa



Prego e carne,

têmpora e espinho,

lábios, sede

e sangue



soerguidos em cruz:

por entre pedras,

trapos de véu,

tremores



e túmulos iluminados,

rasgam um caminho,

vertical e límpido.



Equilibram, pesam

e compram

horizontes reencontrados.




A GRANDEZA DO AMOR DIVINO

José de Abreu Albano



Amar é desejar o sofrimento,

E contentar-se só de ter sofrido,

Sem um suspiro vão, sem um gemido,

No mal mais doloroso e mais cruento.



É viver desta vida tão isento

E neste mundo enfim tão esquecido,

É por o seu cuidar num só sentido,

E todo o seu sentir num só tormento.



É viver qual humilde carpinteiro,

De rudes pescadores rodeado,

Caminhando ao suplício derradeiro.



É viver sem carinho nem agrado,

E ser enfim vendido por dinheiro,

E entre ladrões, morrer crucificado.




ENCONTRO

Gióia Júnior



No espaço

sem luz

um traço

seduz.



Reduz

cansaço,

conduz

meus passos.



E avisto

o espaço

em luz. 



– É Cristo

nos braços

da cruz!

Visite o blog do Pastor Jefferson: http://jeffersonmagnocosta.blogspot.com/

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