Prefácio
A poesia de Newton Messias é a verbalização de
sua ampla humanidade: ora ferida (& exposta), ora oferta amiga, contundente
em sua busca de paz e equalização, justiça e misericórdia. Frutos que ela quer e possui, e, em seu amor resiliente, avança semeando-os em todas as
escalas, fundando suas próprias territorialidades semióticas.
Seu verso ora livre, ora liberto em rimas, tem
o toque desconcertante e álacre da poesia marginal; alma e musicalidade são o
tônus de suas composições, onde toda uma herança de modernos faz-se ouvir,
ruído de fundo, eco a perpassar sua prosódia prenhe de linguagens mestiçadas.
Filho e andarilho do mesmo chão pernambucano que um Cabral de Mello Neto e um Manoel
Bandeira, encontramos em Newton um poeta feito, que trabalha a palavra com a
perícia com que dedilha seu violão (é professor da violão clássico no
Conservatório Pernambucano de Música).
Sua poesia não se alheia, refém de vazios
alumbramentos, mas firma sua voz no cotidiano, percebendo e decompondo(-se)
(n)o zeitgeist, o espírito de seu
tempo, como neste trecho de Paz moderna:
após desejar
bom dia em trinta grupos do whatsapp
saiu calado
sem cumprimentar ninguém
depois de
assinar um avaaz contra a corrupção
estacionou
na vaga de idoso (...)
Sua fé é a crença dos alforriados da
religiosidade, dos que depositam em Cristo o somatório de tudo o que são –
fraquezas e dons, sucessos e angústias – enfastiados pelo moroso amor e a célere
corrupção que faz descarrilhar do verdadeiro cristianismo a tantas das
instituições ditas cristãs.
É um prazer segredar ao leitor que este pequeno
volume, para parafrasear o título de um famoso livro de Mário Quintana, é um Baú de (alegres) Espantos, uma aprazível seleta de poesia das mais vivazes, audazes
e comunicantes de empoderamento, empoderamento em amor, que tenho lido nos
últimos tempos.
Sammis Reachers
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