Dádiva
II
Antes
de Ti
tudo
eram sombras,
vã memória
elevaste-te
em
hino de amor
perfume
de cultivo
Gentil
Desceste
na
carne, sorriso
e
manto perene
de
esperança
Teceste.
Aos
teus pés
o
azul prostrado
rendido,
e o sangue
como
o sorriso das flores
derramando,
claridades
perpétuas.
Dialectos
O amor
baseia-se na força
de quem lapida oceanos
Engole montanhas
E contudo, chora.
Lágrima
talhada no lapidar desenfreado do tempo,
escassez dos membros da
Fauna, gota
envolvente seda
E
faz brotar rosas nos olhos áridos.
Quem pare o amor
Respira dialectos de saber
Ser
E se for,
Dicionário efêmero e universal
necessário à sobrevivência da espécie
Ou uma nova espécie de sal
E Luz
Talvez bússolas ou mapas nos ajudem,
Ou talvez não
E seja apenas necessário
O beijo da palavra e
a pluralidade
de quem abraça com o coração.
O odor de um livro
como forasteiro recém chegado
procurando alojamento
inspiro o odor viciante
e parto em digressão
sou eremita abstinente
em terra distante
desbravo clássicos
onde Dumas molha a pena
à guarda do Luzeiro
da mente que não se apaga
renegando ao ardor dos meus olhos
relato em alta voz
o que apenas alcanço
sonhando
fecho um livro e sinto
o seu cheiro amarelo
penetrando
num cérebro pueril
viajando ao século XIX
Aos
arrozais
Foi
para ti
que
cultivei a goma
do
riso
Lembras-te?
Na
pátria dos esquecidos
Para
ti
desfolhei
Colhi,
aguardei
todos
os sentidos
adormecidos
do
estandarte vitorioso
minha
miragem
como
gomos de ausências na alma traçados
Por
ti achei e minei
as
frestas (fria)mbulantes
do
tempo
esse
carrasco que se diz senhor
da
dor
Como
sabes,
soltei
todos os perfumes da terra
que
velei
na
tua goela longínqua
e
encontrei-me
Perdida
em
ti cingida sem peito
dando
voz ás mil águas
Da
nossa foz
onde
te Incluo
Incólume
fluente
caudal
supremo
de
vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário