UM SALMO 121
«Elevo os meus olhos para os
montes.
De onde me virá o
socorro?»
Não vou deixar que os montes
me tornem pequeno
para não ver as alturas acima deles
os pássaros pousados
no ar, as estrelas
no meio de um mar obscuro,
o fogo
penetrante do sol
não vou deixar que eles
me ceguem
para não ver o sol
que se abatam sobre mim
como paredes
não deixarei que os montes
resumam os meus olhos
a duas poças da alma.
CHAMO-OS
(Uma conversação sobre Hebreus
11, 4, ss )
Os ombros de Abel, de longe
voltam-se para mim
e um cordeiro emana
como nuvem de lã
E Enoque, que saía do chão, volúvel
transparente
para a alegria celeste
Era Noé no silêncio
da sua janela, no meio de escura água
e olhava para cima, movido
pelas fontes do céu
Abraão, quando chamado
viu ao longe, desafiou os olhos
para a luz suave das estrelas
Em algum sótão do sono
Jacob necessitava de um pouco
de sonho
E pelas pegadas do gado Moisés,
pelo deserto, regressa
até mim.
Chamo-os, enquanto
Raabe do corpo
desenlaça
um fio escarlate.
domingo, dezembro 17, 2006
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