J. T. PARREIRA, O CONTADOR DE ESTRELAS
Brissos Lino*
Poeta de referência da língua portuguesa, sobretudo na de inspiração cristã, traduzido em várias línguas, João Tomás Parreira (JTP), que também assina J. T. Parreira, é o pioneiro da nova poesia de expressão evangélica em Portugal.
Percebem-se algumas influências na sua obra de toda uma vida dedicada à arte poética.
Desde logo uma influência de carácter bíblico e religioso. Trata-se da influência mais antiga do seu percurso (ex: “Do Paraíso para nenhuma direcção”, “Como Abraão”, “Mulher com cântaro”). O que é natural, num tempo em que, nos meios evangélicos, outros tipos de poesia, ou a poesia em si mesma pouco valiam, a não ser, e só, enquanto veículo de divulgação da fé. Aliás, este foi um ponto de partida do qual muitos nunca ousaram sair.
Não foi o caso de JTP, que soube explorar outros campos do Poema, percebendo a tempo que o verdadeiro cristianismo não está na declaração de fé que se faz, na temática religiosa em si, ou em qualquer espécie de imperativo proselitista, mas no testemunho da vida toda, o que inclui o uso da palavra sem fronteiras nem estreitos compromissos estéticos ou temáticos.
Por isso há também em JTP uma clara influência histórico-cultural que lhe permite fazer poesia a partir dos clássicos (ex: “Ulisses entrando em Ítaca”), assim como da cultura moderna europeia e americana (ex: “Marilyn”, “Sílvia Plath”, “Picasso”, “A bailarina de flamenco”), revelando um homem que, apesar de estribado na cultura clássica que está por alicerce da nossa identidade ocidental, não deixa de permanecer também atento à modernidade.
Ultimamente verifica-se em JTP um interesse por fórmulas minimalistas da arte poética, como, por exemplo, a influência japonesa dos haicais, que tão bem desenvolve, com a mestria que se lhe reconhece. Neste tipo de discurso poético, a economia das palavras desnuda a força das imagens poéticas, o que torna mais exigente a sua construção e mais rigorosa a utilização da palavra, aguçando assim o engenho e a arte.
Mas como qualquer poeta JTP não dispensa uma dimensão intimista nos seus escritos (ex: ”Nocturno de mim“), através da qual discorre poeticamente sobre os sentimentos, sensações e pensamentos que fazem do ser humano aquilo que ele é, uma enorme complexidade sujeita à maior das volubilidades.
JTP extravasou já as fronteiras da língua pátria, aventurando-se tanto na tradução de autores estrangeiros como na delicada operação de transporte de poemas seus para outras línguas, entre as quais o inglês, o italiano e o turco.
Longe vai o tempo em que assinámos ambos (eu ainda muito jovem), juntamente com Joanyr de Oliveira, do Brasil (o mais velho dos três), o Manifesto da Nova Poesia Evangélica, publicado nos dois países. Estávamos em 1974, quando fizemos história, e esse documento constituiu uma espécie de texto fundador para uma nova forma de fazer poesia, que se desejava no meio evangélico dos dois países, de modo a dar lugar à Arte, e contribuir para acabar com aquilo a que o poeta Ary dos Santos chamou em tempos os “açougueiros das palavras”.
JTP, aos sessenta anos, continua a ser um esforçado contador de estrelas. Durante estes cerca de quarenta anos de amizade e companheirismo literário, nunca o vi de outra forma.
Percebem-se algumas influências na sua obra de toda uma vida dedicada à arte poética.
Desde logo uma influência de carácter bíblico e religioso. Trata-se da influência mais antiga do seu percurso (ex: “Do Paraíso para nenhuma direcção”, “Como Abraão”, “Mulher com cântaro”). O que é natural, num tempo em que, nos meios evangélicos, outros tipos de poesia, ou a poesia em si mesma pouco valiam, a não ser, e só, enquanto veículo de divulgação da fé. Aliás, este foi um ponto de partida do qual muitos nunca ousaram sair.
Não foi o caso de JTP, que soube explorar outros campos do Poema, percebendo a tempo que o verdadeiro cristianismo não está na declaração de fé que se faz, na temática religiosa em si, ou em qualquer espécie de imperativo proselitista, mas no testemunho da vida toda, o que inclui o uso da palavra sem fronteiras nem estreitos compromissos estéticos ou temáticos.
Por isso há também em JTP uma clara influência histórico-cultural que lhe permite fazer poesia a partir dos clássicos (ex: “Ulisses entrando em Ítaca”), assim como da cultura moderna europeia e americana (ex: “Marilyn”, “Sílvia Plath”, “Picasso”, “A bailarina de flamenco”), revelando um homem que, apesar de estribado na cultura clássica que está por alicerce da nossa identidade ocidental, não deixa de permanecer também atento à modernidade.
Ultimamente verifica-se em JTP um interesse por fórmulas minimalistas da arte poética, como, por exemplo, a influência japonesa dos haicais, que tão bem desenvolve, com a mestria que se lhe reconhece. Neste tipo de discurso poético, a economia das palavras desnuda a força das imagens poéticas, o que torna mais exigente a sua construção e mais rigorosa a utilização da palavra, aguçando assim o engenho e a arte.
Mas como qualquer poeta JTP não dispensa uma dimensão intimista nos seus escritos (ex: ”Nocturno de mim“), através da qual discorre poeticamente sobre os sentimentos, sensações e pensamentos que fazem do ser humano aquilo que ele é, uma enorme complexidade sujeita à maior das volubilidades.
JTP extravasou já as fronteiras da língua pátria, aventurando-se tanto na tradução de autores estrangeiros como na delicada operação de transporte de poemas seus para outras línguas, entre as quais o inglês, o italiano e o turco.
Longe vai o tempo em que assinámos ambos (eu ainda muito jovem), juntamente com Joanyr de Oliveira, do Brasil (o mais velho dos três), o Manifesto da Nova Poesia Evangélica, publicado nos dois países. Estávamos em 1974, quando fizemos história, e esse documento constituiu uma espécie de texto fundador para uma nova forma de fazer poesia, que se desejava no meio evangélico dos dois países, de modo a dar lugar à Arte, e contribuir para acabar com aquilo a que o poeta Ary dos Santos chamou em tempos os “açougueiros das palavras”.
JTP, aos sessenta anos, continua a ser um esforçado contador de estrelas. Durante estes cerca de quarenta anos de amizade e companheirismo literário, nunca o vi de outra forma.
Março de 2008
* Pastor, Psicoterapeuta e Poeta
2 comentários:
Olá querido irmão/ A e com muita alegria que encontro mais um blog a ser dedicado a este grande Deus, gostai muito da forma que o querido/a irmão fez o seu blog esta muito criativo e bem construído que Deus continue abençoar este grande trabalho.
Querido irmão/A também tenho um blog meu qual chamo o oficial gostava muito de que o irmão/a visse e deixa-se uma opinião, e muito importante para que eu possa cada vês fazer melhor o endereço do blog e este que passo a mencionar.
Irmão me Ajude a divulgar este trabalho, para que Deus possa ser Louvado glorificado exaltado como ele e digno por pode atingir muitas almas .
O Irmão se tiver entrecado me deixar o seu contacto de Email para que eu posso enviar um Email a disser que foi actualizado.
http://pedroaurelio.blogs.sapo.pt/
Querido / O Irmão será que posso mencionar o seu blog no meu
Que Deus a abençoe ricamente a sua vida e dos seus, fique com a paz do Sr.
Neste BLOG você encontrará uma variedade de estudos e diversos textos baseados na Bíblia Sagrada.
Com o objectivo de proporcionar um maior entendimento e aprofundamento da Palavra de Deus.
Disponibilizamos varias áreas ministeriais. Além disso a muitos artigos que lhe serão úteis no dia a dia.
Amado irmão, tentei acessar o seu blog, mas a página não abre. Você não tem nenhum blog pela Blogger?
Sobre mencionar o Poesia Evangélica, fique à vontade.
Meu e-mail é: sammisreachers@ig.com.br
Estou à disposição.
Deus lhe abençoe!
Um fraterno abraço do irmão Sammis
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