quinta-feira, junho 24, 2010

Três poemas de Luciano Motta

*

 Perto da Meia-Noite

Perto da meia-noite.
Cela sombria, suja, abafada.
Cárcere interior.
Dois homens.
Rasgados.
Inchados.
Latejantes.
Marcas profundas.
Varadas nas costas.
Feridas abertas.
Vergões.
Insetos.
Incômodos.
Espasmos.
Pés encerrados no tronco.
Bocas salgadas, empapadas.
Suor que arde os roxidões.
Estômagos desidratados, apertados, retorcidos.

Quase meia-noite.
Olhares se entrecruzam, se fecham, se elevam.
Sons da alma, canção de amor.
Dois adoradores.
Rasgados de si mesmos.
Inchados de paixão.
Latejantes de motivação.
Suplantam as dores.
Vencem os odores.
Emudecem o lamento.
Superam o momento.
Sobem aos céus e perfumam a Sala do Trono.

Não é mais meia-noite.
Amor extraordinário, Ágape, sobrenatural.
Explosão invisível.
Graça.
Compaixão.
Treme a terra.
Move o cárcere.
Abre as portas.
Despedaça a prisão.
Acalma o desesperado.
Salva o perdido.




(des)matar

machados
demais
cruzes
de menos


altares sem
lenha
fogo
virtual


arca
de papel
no dilúvio
das últimas horas



 AC/DC

Chronos se dividiu
Antes de Cristo
Depois de Cristo


Kairós apenas sorriu
Antes de Cristo em mim
Depois de Cristo em mim


Visite o blog do autor: http://versarviver.wordpress.com/

2 comentários:

julianagoes disse...

.lindaas

pazz


visite
julianamgoes.blogspot.com

Rô Moreira disse...

Lindas. meu amrido tbm tem um blog,e esta no Recanto das letras, visite é só procurar no google Djalma CMF texto no recanto. e se quiser visitar meu blog fique avontade também. paz querido. Poesia sempre!

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