CARTA AOS DERROTADOS
Aos derrotados de todas as idades, tempos e lugares:
Jesus já venceu por nós
Aos que escrevem poemas de amor
na língua morta
de um país que já não existe:
Continuemos Poesia contra os muros,
Jesus já venceu por nós
Aos mutilados e deixados pra morrer
em Waterloo e Stalingrado,
Roraima e São Paulo, na próxima esquina,
nos porões das (in)direitas ditaduras
ou nas sibérias comunistas,
no miolo efervescente da multidão
ou nos últimos últimos últimos bancos
das Igrejas:
Olhemos para o alto,
Jesus já venceu por nós
Aos apunhalados enquanto dormiam
por um dos cem milhões
de Judas que Satanás
comissionou e infiltrou
nos mais improváveis meios, famílias e lugares:
Perdoemos,
Jesus já venceu por nós
Aos que sempre ou apenas
numa única hora errada
(apenas)
deram as costas:
Ele é o nosso Grande Perdão
pois Filho do único Onibenevolente;
Jesus já venceu por nós
Aos que nas malfadadas todas
as tantas e tantas e tantas vezes
roubaram e estupraram,
mentiram e abusaram,
traíram e assassinaram;
àqueles e àquelas prostituídos e travestidos,
aos viciados em substâncias, jogos ou pessoas,
aos cães de todas as estirpes,
aos extirpados, a todo aquele
que habita e palmeia
o fundo frio do poço:
Arrependamo-nos, arrependamo-nos, arrependamo-nos
e creiamos:
Em Cristo Jesus somos mais que vencedores.
Águia d'Aurora
A fumaça que sobe de minha choupana incendiada
Tece uma cicatriz na aurora
Me perdoe, mas incendeio baús de passados e amarras
Para voar livre para Ti, Amanhecer
A criança em mim (meu lastro e terna antítese)
apertou o Botão de Alarme
Da minha vida
E esse barulho, como um ranger de trilhos
É meu coração que explode
Meu tempo finda e
Eu aposto
todas as minhas fichas,
Todos os meus ossos
Em Ti
Escapei ainda ontem
Da vila de Maquiavel-dos-Mortos:
- Oh Cristo, eu vim
Em busca de tua Engenharia de Revolução
Diploma-me
Mata-me
Ressuscita-me
Ressuscita-me
Ressuscita-me
Tece uma cicatriz na aurora
Me perdoe, mas incendeio baús de passados e amarras
Para voar livre para Ti, Amanhecer
A criança em mim (meu lastro e terna antítese)
apertou o Botão de Alarme
Da minha vida
E esse barulho, como um ranger de trilhos
É meu coração que explode
Meu tempo finda e
Eu aposto
todas as minhas fichas,
Todos os meus ossos
Em Ti
Escapei ainda ontem
Da vila de Maquiavel-dos-Mortos:
- Oh Cristo, eu vim
Em busca de tua Engenharia de Revolução
Diploma-me
Mata-me
Ressuscita-me
Ressuscita-me
Ressuscita-me
Nenhum comentário:
Postar um comentário