domingo, dezembro 23, 2012

Três poemas de Elio Roldan Anderson


Não havia lugar!

Não havia lugar para ele naquela noite, em Belém
E não há lugar inda hoje em muitas vidas, também
Alguma vaga em pousada, ou talvez hospedaria?
Em Belém José procurava um bom lugar para Maria

“Estamos lotados, sentimos! Procure em outro lugar,
Talvez alguma família que os possa alojar”
José, penalizado, olhava a sua bela Maria
O único lugar que encontrara era uma estrebaria...

Recolheu-a ali, com amor, pois ele mesmo sabia
Que nasceria o filho, ainda naquele dia.
O lugar ele arrumou, limpou o melhor que podia!
Um leito de palha formou para sua amada Maria

Logo o bebê nasceu... E era um lindo menino,
Que logo adormeceu embalado por um hino
Que os anjos cantavam, nos céus, e na terra, com muita euforia
“Hoje nasceu o Salvador que consta das profecias”

Era o Senhor de tudo, mas luxo nenhum queria
E nasceu de uma virgem em uma mera estrebaria
Cresceu, e em todo o tempo um ótimo filho seria
Aprendeu a profissão em uma carpintaria

Um dia, aos doze anos, estando em Jerusalém
Conversava com os doutores, pois era um Doutor, também
Todos ali estranhavam a sua sabedoria
Quem era aquele menino? De onde será que viria?

Onde aprendera as leis e aquela aplicação?
(Ele era Mestre nas leis e o autor da Salvação!)
Adulto, homem formado, com trinta anos, então,
O Mestre foi batizado, recebendo a confirmação

João Batista, o profeta, batizava no Jordão
E, ao ver Jesus chegar inclinou-se até o chão
“Tu és maior do que eu, ou que qualquer predicado.
Tu és o Cordeiro de Deus que nos livra dos pecados!”

“Tu vens a mim... Quem sou eu para tirar os teus sapatos?
Tu és o Cordeiro de Deus Que nos livra dos pecados!”
Obedecendo, batizou-o, então ouvi-se Deus a dizer
Este é o Meu Filho amado E nele eu tenho prazer!


Ao deserto ele foi levado, em jejum, por quarenta dias
O diabo veio tentá-lo pensando que o venceria.
Jesus logo o derrotou, fê-lo sair envergonhado
Pois o prometido Messias estava bem preparado

Começou a fazer milagres, a curar, a ressuscitar
Multiplicar pães e peixes... e muita gente salvar
Durante três anos e meio entre nós ele viveu
E ao final de tudo isso, sua vida ele deu

Morreu numa cruz infame para trazer-nos perdão
E com o seu próprio sangue proporcionou salvação
Ele era a luz do mundo, que veio para salvar
Porém será como Juiz que um dia irá voltar

O Natal foi só um dia, dentro da eternidade
Porém foi a morte na cruz que nos trouxe a liberdade.
Hoje, não resista, não! quando à porta ele bater
Para te dar salvação e muito feliz te fazer.



Em Papai Noel eu não acredito!
Velhinho mentiroso está ali...
Fica pelas portas, das lojas, no comércio,
incentivando as crianças a pedir

O que pedir, Papai Noel?
Um sapato, uma bola, um carrinho?
Tantas crianças vivendo ao léu
Tanta gente vivendo sem carinho

Ela queria uma boneca, a menina,
que tivesse roupinhas para trocar
O brinquedo que ela viu, lá na vitrina,
e o seu papai nunca pode comprar

Comprar como? Tirar do salário
minguado, com o desemprego às portas?
O preço? Só se for no crediário,
e o pai já não consegue pagar as contas...

O Natal não é presente, não é o velhinho
das barbas brancas, e a roupa em tom vermelho...
É mais que isso, é Jesus que está nascendo
trazendo a vida, em lugar do desespero

Quando Ele chega, altera logo o rumo
da tua vida, faz reviver a Esperança
Leva tuas dores, o desespero, tudo,
e te faz feliz, te faz como uma criança

Deixe-o entrar, pois Ele está batendo,
Jesus está pedindo para entrar.
Abre-lhe a porta, o Natal está chegando
e Jesus, em tua casa quer cear



CRACOLÂNDIA 

(O barulho dos trovões, ao longe... 2)

O barulho dos trovões, ao longe
Acordou aquela mãe, que assustada,
Dobrou os seus joelhos, junto ao leito
E orou pelo filho amado: Onde estava?

Desde que se envolvera com o vício
Já não era meigo, amigo, orientado.
Aparecia, às vezes, lá no pátio,
Abatido, mentindo, esfomeado.

Ah, as amizades ajudaram
A levá-lo ao caminho quase sem volta...
Deixou de ser o homem de futuro
Tornou-se joão-ninguém, pedindo às portas.

Cracolândia! Será que lá estaria,
Em algum canto sujo, esparramado?
Estaria cometendo alguns crimes,
Para conseguir o dinheiro desejado?

E aqui, de joelhos, a mãe ora
Pedindo de Deus, pelo filho, “Misericórdia!
Não deixe que o pior lhe aconteça,
Não deixe que no vício ele pereça”.

Ele é tão bom, tão meigo e amado...
Está apenas perdido, dependente
De uma pedra pra fumar... Vive drogado.
Já nem sabe que ainda é jovem, que é gente.

Se tu podes... Me perdoe, eu sei que podes...
Tira-o agora, inda agora, neste instante,
Dos horrores do vício que o domina,
Livra-o das mãos dos traficantes.

Traze-o de volta à casa, ao meu seio,
Ao lar, que sem querer, abandonou.
E eu o receberei com meu carinho,
O ajudarei a vencer, com meu amor.

E quando, de novo, ouvir soar
Ao longe, o barulho do trovão.
Hinos de louvor irei cantar
Dar graças, pela tua salvação."

Você consegue calcular o desespero de uma mãe, ou esposa, que sabe que o seu amado está jogado pelas ruas?
Tenho visto com frequência viciados, inclusive do craque, se libertarem da dependência, voltarem ao convívio das famílias, ao trabalho, retomarem o interesse pela vida.
Quer saber mais a respeito?
Visite: http://esquadraovida.com.br


Visite o blog do autor: http://velhopescador.blogspot.com.br/

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