O RUÍDO DA RESSURREIÇÃO
Ele não está aqui, porque já ressuscitou.
Mt 28.6
que impelia
a alma
ao céu aberto.
Com a velocidade
de uma pedra
que sobe.
2.
Não é possível
ressuscitar
sem o grão
descer
ao cogitar
denso
da terra.
O século
de uma semente.
3.
A pedra tinha um ruído
de eternidade.
E não se confundia
com o anjo
que a empurrava
para deixar entrar
o sol.
4.
E entrou.
Aquela pedra
desposara
o monjolo
das manhãs.
Queimava
queimava.
Separava o corpo
da alma. Era
o corpo que se
desprendia
para que
a morte
fosse uma pedra
de vento.
5.
A luz descia
subia, enxame
de celestes vinhas.
E a colmeia, pedra
harmoniosa, zumbia.
Era a ressurreição.
Do livro Os Viventes (Ed. Record).
Um comentário:
Essa foi de arrepiar. Linda poesia. Obg.
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