Contato Interrompido
Apenas
um sorriso – o olhar de simpatia
Que
visse em teu semblante a velha acabrunhada
Ter-lhe-ia
dado alívio. E não custava nada!
Seu
coração gemia e era profunda a dor.
Ela,
porém, se foi, magoada e em agonia,
Porque,
quando a encontraste e viste, aquele dia,
Estavas
sem contato, irmão, com teu Senhor.
Somente
uma palavra, uma palavra breve –
O
Espírito dizia: “É hora!” E não o ouviste!
Foi-se
o trabalhador desanimado e triste!...
Mostrar-lhe
simpatia e fé, mostrar-lhe amor,
E
assim, reanimá-lo em tuas mãos esteve.
Mas
não pudeste ouvir aquela voz tão leve:
Estavas
sem contato, irmão, com teu Senhor.
Apenas
um recado, um rápido recado –
Mensagem
a um amigo em um país distante –
O
Espírito dizia: “Escreve!” E, nesse instante,
Julgavas
ter à frente ação de mais valor,
E
não te incomodaste! E foste descuidado!...
Terias
salvo uma alma em pecado!
Mas
não tinhas contato, irmão, com teu Senhor.
Um
cântico somente, um cântico singelo –
Que
o Espírito dizia: “Entoa nesta noite;
Tua
voz pertence ao Mestre: Ele a comprou.” Mas foi-te
Inútil
a insistência. É que tiveste horror
De
vir falar do céu à turba em atropelo!
Terias
despertado corações de gelo!...
Mas
não tinhas contato, irmão, com teu Senhor.
Somente
um breve dia, um dia pequenino –
Calculas
bem, qual seja, irmão, a consequência,
De
um momento esbanjado, inútil, na existência,
Das
horas que empregaste em cousas sem valor?!
“Permanecei
em mim”, diz o Senhor divino;
Qualquer
serviço é vão, terá fruto mofino,
Se
perdes o contato, irmão, com teu Senhor.
A Cruz de Cristo
Para viver entre nós,
numa cama emprestada,
Ele humilde nasceu
E em jumento emprestado andou toda a estrada
Da montanha à cidade e à cidade desceu
Mas a cruz dolorosa
E a coroa espinhosa
Eram Suas, bem Suas:
A ninguém as deveu!
Tomou o pão dum
menino e o peixinho emprestado
E ambos abençoou:
Fez o povo assentar-se em redor pelo prado:
Foi o pão repartindo e a todos saciou.
Mas a cruz dolorosa
E a coroa espinhosa
Eram Suas, bem Suas,
De ninguém as tornou.
Num barco emprestado,
a vagar de mansinho,
Ele pôs-se a ensinar.
O pardal tem sua casa, a andorinha seu ninho…
Para Ter Seu descanso, Ele nem teve lar!
Mas a cruz dolorosa
E a coroa espinhosa
De ninguém foi tomar
Eram Suas, bem Suas.
A caminho da tumba,
em salão emprestado,
Um jantar celebrou.
Foi em morto envolvido em lençol emprestado
E em sepulcro emprestado, afinal repousou.
Mas a cruz dolorosa
E a coroa espinhosa
Eram Suas, Bem Suas:
De ninguém as tomou!
Mas o berço entregou,
Entregou o jumentinho,
Devolveu casa e barco,
E os tecidos de linho
Ressurgindo, vazio o sepulcro deixou.
Mas as vestes de luz
E as marcas da cruz
Essas eram bem Suas
E consigo as levou!
Um comentário:
Lindo poema👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿
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