As
vozes que eu ouço
São
duas as vozes que eu ouço
E
ambas são bem atuantes
Uma
é amável e elegante
A
outra, autoritária e arrogante.
As
vozes que falam comigo
Relutam
pelo meu abrigo
Uma
quer trabalho e leitura
A
outra, prazer e aventura.
Uma
me chama pelo meu nome
A
outra, sequer me chama, manda-me!
Uma
me orienta que eu busque equilíbrio na paz
A
outra me instiga a ser mordaz.
Uma
tem sentimento de perdão
A
outra, grande mágoa no coração.
Uma
é dinâmica e altruísta
A
outra, infrutífera e egoísta.
Uma
me traz à memória, as minhas esperanças
A
outra me recorda meus dias de lama.
Uma
me deixa em situação de conforto
A
outra, em atuação de confronto.
Uma
canta lindas melodias de amor
A
outra recita sua cartilha de terror.
Uma
esquece as afrontas facilmente
A
outra guarda todas diligentemente.
Uma
não mede esforços
Em
me conduzir à casa do Pai
A
outra não desiste de bloquear meu caminhar.
Uma
me diz que eu preciso me consagrar mais
A
outra diz que é bobagem, bom mesmo é aproveitar.
Uma
me fala de versículos bíblicos
A
outra, de um passado triste.
Uma
me leva a louvar
A
outra, a amaldiçoar.
Quando
desagrado à primeira
Ela
me admoesta com firmeza
Quando
não obedeço à segunda
Ela
me trata com desprezo.
Estando
neste dilema
Corro
em busca de uma solução
Que
traga tranquilidade
Para
o meu caótico coração
Então
abro o Evangelho
E
medito na Palavra de Cristo
E
nela encontro conselho
E
plena certeza
De
que com Ele estou livre.
Bendito seja Deus
Pelo sol
que aquece
Pela
chuva que refresca
Pelo
fruto da terra
E pelo
arco-íris suspenso na atmosfera
Bendito
seja Deus
Pela lua
que ilumina o viajante
Pelo
brilho das estrelas que direcionam o itinerante
Pelas
árvores que dão sombra
E pelo
bordão que dá abrigo
Bendito
seja Deus
Pelas
mãos que abençoam o necessitado
Pelo
abraço que conforta o angustiado
Pelo
sorriso que contagia o exasperado
E pelos
conselhos dos sábios
Bendito
seja Deus
Pelas
palavras que levantam o caído
Pelas
orações que libertam o cativo
Pelo
jejum que salva o oprimido
E pelos
joelhos que se dobram a Cristo
Bendito
seja Deus
Pelas
ondas que se delimitam na praia
Pelas
lágrimas que purificam a alma
Pela euforia
de nascer e louvar ao Criador
E pelo
júbilo de morrer e me apresentar ao Senhor
Bendito
seja Deus
Refúgio
Quando pressinto que
ele
Aproxima-se de mim
Corro em busca dos
meus discos,
Meus filmes,
Meus livros.
Mas ele é implacável,
atroz, desumano,
Arrancando de mim todo
o interesse
Em ouvir, assistir,
ler.
Então elevo os meus
pensamentos
Ao Senhor,
Meu refúgio e
fortaleza,
Porque sei que é Dele
Que me virá o
socorro.
Sua Palavra me
conforta
E o seu amor me
acalenta.
E quando percebo
Já estou limpando os
estragos
Que o furacão deixou.
Um comentário:
Olá, amigo! Tudo Bem? Descobri seu blog através de muitas buscas a duas poesias da irmã Eliúde Marques, porém ainda não consegui encontrá-las. Minha mãe e minha tia procuram há muito tempo o livro de poesias Primícias do Meu Jardim, mas sem nenhum êxito. Acho que não está sendo mais publicado. Caso vc tenha as poesias, deste livro, "Visão do Gólgota" e "Num mundo de trevas, dores e agonias...", peço sua ajuda, se vc puder, teria como mandar por email pra mim (sonnasci83@gmail.com) ou, se preferir, postá-los aqui? Desde já o parabenizo pelo seu blog e agradeço a sua atenção.
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