MONTE MORIÁ
1
Abraão pela manhã de madrugada,
Albarda seu jumento,
Toma seus moços e seu filho Isaque amado;
Fende lenha para o sacrifício, e caminha pela estrada,
Caminha em direção ao monte Moriá,
No coração o sentimento que igual não há;
Talvez a razão no coração calado por momento,
Mas, com a fé de um homem determinado,
Confiava que Deus iria deparar o cordeiro;
Guardou de Isaque o segredo sobre o cordeiro.
2
Ao terceiro dia da caminhada,
Levantou Abraão os olhos, e viu o monte Moriá de longe.
O silêncio do coração acorda ao olhar o monte;
Deixou seus moços com o jumento, e foi com Isaque mais adiante;
E disse Abraão: “...,e havendo adorado, voltaremos”.
Ia com a certeza da provisão pela estrada,
Na alma o amor fervilhante!
Pôs a lenha sobre os ombros de Isaque, tomou o fogo e o cutelo na mão,
E juntos caminharam para a adoração.
No coração os sentimentos que muitos de nós remoemos.
3
No coração de Isaque a pergunta soava:
A lenha e o fogo estão aqui, e o cordeiro?!
Pelo caminho de Moriá o silêncio que na alma bradava,
Parece que ninguém perguntava nada,
Só o tropel dos pés pela estrada.
O coração de Isaque e dos moços: apreensivo;
O coração de Abraão inexpressivo,
Mas, um coração fiel e verdadeiro.
E a pergunta bradava: a lenha e fogo estão aqui, e o cordeiro?!
E Abraão guardava o segredo com o coração calado.
4
De repente Isaque acorda as palavras no coração:
Meu pai! Abraão diz – eis me aqui. Talvez, com olhar de carinho,
E sem palavras de explicação.
Eis aqui o fogo e a lenha, onde está o cordeiro para o holocausto?
Deus proverá para si a vítima para o sacrifício.
Iam juntos caminhando pelo caminho;
Isaque porventura exausto,
Mas, juntos no dever do ofício;
Seguem para o lugar da adoração,
E Abraão com a fé na provisão.
5
Chegaram ao lugar onde Deus determinara,
E Abraão determinado edifica um altar,
Coloca em ordem a lenha, e amarra Isaque seu filho amado;
Deita-o sobre o altar em cima da lenha.
Abraão estende a mão,
E pega o cutelo para imolar seu filho.
E eis que o anjo do Senhor do céu grita:
Abraão, Abraão! E ele responde: Aqui estou.
E diz o anjo: Não estendas a tua mão sobre o moço,
E não lhe faças nada; agora sei que temes a Deus, e não negaste teu filho.
6
Agora, Abraão depois do brado,
Levanta os olhos e eis detrás de si um carneiro,
Travado pelas pontas num mato;
Ele toma o carneiro e oferece em sacrifício a Deus no lugar de seu filho.
Na alma de Abraão bradava a providência do cordeiro;
Aperto na alma, mas destemido em atender de Deus, o ultimato.
Abraão dissera aos seus moços antes: ...”e havendo adorado voltaremos”.
O provimento de Deus celebrado,
Da alma de todos irradia o brilho,
Com a fé Abraão chega aos extremos.
7
Pelo caminho agora os corações em celebração,
Quebra o silêncio da alma, e explode a alegria.
Monte Moriá, o Senhor providencia.
Pela trilha de Moriá agora ágeis tropéis dos pés,
A alma fervilhando a adoração,
Rendendo a Deus os lauréis.
O carneiro amarrado entre os espinhos apareceu,
Abraão largou do cutelo e ao anjo obedeceu;
O coração recompensado,
E Isaque seu filho amado do seu lado.
FORASTEIRO DO CÉU nº 102
1
Propriedade das mansões celestiais perdida,
Forasteiro pela terra numa árdua jornada;
Pelos solos pedregosos que esfoliam pés cansados,
De cidade em cidade falando da minha naturalidade;
Regaço do sofrer, eu não tenho,
Escondo-me em tenda nos desertos da tempestade,
Pela graça divina minh’alma erguida.
Os espinhos da terra deixam a alma machucada,
Subo os montes e a visão do céu me deixa os sentimentos elevados,
Na alma a seiva da vida que escorreu do lenho.
Propriedade das mansões celestiais perdida,
Forasteiro pela terra numa árdua jornada;
Pelos solos pedregosos que esfoliam pés cansados,
De cidade em cidade falando da minha naturalidade;
Regaço do sofrer, eu não tenho,
Escondo-me em tenda nos desertos da tempestade,
Pela graça divina minh’alma erguida.
Os espinhos da terra deixam a alma machucada,
Subo os montes e a visão do céu me deixa os sentimentos elevados,
Na alma a seiva da vida que escorreu do lenho.
2
No meu alforje pedras preciosas da graça;
Daquilo que não edifica a alma, e que passa,
Procuro desvencilhar o coração,
Não atenho pra meus olhos não sentirem a escuridão,
Não revelo os segredos dos sacrifícios pelas montanhas,
Guardo a convicção da herança nas minhas entranhas;
Na consciência do meu espírito identifico as riquezas divinas,
Ardem no peito os segredos revelados que sinto a beira-mar.
Ruas de ouro, pedras preciosas os meus olhos avistar!
Destila minh’alma as visões dessas riquezas finas.
No meu alforje pedras preciosas da graça;
Daquilo que não edifica a alma, e que passa,
Procuro desvencilhar o coração,
Não atenho pra meus olhos não sentirem a escuridão,
Não revelo os segredos dos sacrifícios pelas montanhas,
Guardo a convicção da herança nas minhas entranhas;
Na consciência do meu espírito identifico as riquezas divinas,
Ardem no peito os segredos revelados que sinto a beira-mar.
Ruas de ouro, pedras preciosas os meus olhos avistar!
Destila minh’alma as visões dessas riquezas finas.
3
Fundada nas promessas do céu minh’alma verte a esperança,
Forro o chão da terra com tecidos que a vida me oferece,
E descanso pensando o que o coração tece;
A alma se cala para o íntimo refrigerar,
Os olhos avistam o céu,
As cortinas abertas mostram a glória a destilar sem véu,
Pulsantes ondas no coração dessa herança;
Olho os lírios nos campos com vestes a encantar,
Gritante glória no peito,
Neste sonho sublime eu deleito.
Fundada nas promessas do céu minh’alma verte a esperança,
Forro o chão da terra com tecidos que a vida me oferece,
E descanso pensando o que o coração tece;
A alma se cala para o íntimo refrigerar,
Os olhos avistam o céu,
As cortinas abertas mostram a glória a destilar sem véu,
Pulsantes ondas no coração dessa herança;
Olho os lírios nos campos com vestes a encantar,
Gritante glória no peito,
Neste sonho sublime eu deleito.
4
Caminho no silêncio da madrugada,
E nos momentos nesta terra aplico os preceitos do céu.
Ancoro-me no porto divino da redenção,
Do farol que me guia na estrada,
Deixo os raios penetrarem no coração,
E tirar das nuvens o negro véu,
Que porventura deixar nos olhos a turva visão.
No amanhecer do dia,
Meu coração novamente pulsar pela estrada que me guia,
E ainda a alma estrelada.
Caminho no silêncio da madrugada,
E nos momentos nesta terra aplico os preceitos do céu.
Ancoro-me no porto divino da redenção,
Do farol que me guia na estrada,
Deixo os raios penetrarem no coração,
E tirar das nuvens o negro véu,
Que porventura deixar nos olhos a turva visão.
No amanhecer do dia,
Meu coração novamente pulsar pela estrada que me guia,
E ainda a alma estrelada.
5
Quando olho a terra vejo a escuridão,
Na minh’alma os céus em ação;
Percorro entre os montes e colinas,
Cordilheiras e campinas,
E vou trilhando a terra com as pedras preciosas no coração;
Paro a beira do lago pra alma refrescar,
Ver a imagem dos meus sentimentos como está;
Procuro levar somente as grandezas celestes pra alma brilhar,
E sentir a glória que verá;
Quando a noite chega durmo pra sonhar.
Quando olho a terra vejo a escuridão,
Na minh’alma os céus em ação;
Percorro entre os montes e colinas,
Cordilheiras e campinas,
E vou trilhando a terra com as pedras preciosas no coração;
Paro a beira do lago pra alma refrescar,
Ver a imagem dos meus sentimentos como está;
Procuro levar somente as grandezas celestes pra alma brilhar,
E sentir a glória que verá;
Quando a noite chega durmo pra sonhar.
6
Por trás das montanhas o Sol despeja os raios marcantes,
Vou vertendo gotas de esperança para chegar,
Chegar à mansão eterna a me esperar.
Forasteiro pelas vias da terra,
Não leva armas de guerra,
Só a esperança e a paz pelos vilarejos,
Onde ficam as marcas penetrantes;
A floresta alivia sua alma com seus gracejos,
Dos espinhos que furam o peito,
Sente-se dos céus um eleito.
Por trás das montanhas o Sol despeja os raios marcantes,
Vou vertendo gotas de esperança para chegar,
Chegar à mansão eterna a me esperar.
Forasteiro pelas vias da terra,
Não leva armas de guerra,
Só a esperança e a paz pelos vilarejos,
Onde ficam as marcas penetrantes;
A floresta alivia sua alma com seus gracejos,
Dos espinhos que furam o peito,
Sente-se dos céus um eleito.
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