terça-feira, agosto 04, 2020

ESTA LÃ DE SAL: Livro do poeta Luiz Guilherme Libório


Desde algum tempo tenho acompanhado a "eclosão" de um jovem autor, senhor de uma poesia de grande potência, bem acima da média num meio em que, infelizmente, a mediocridade (ainda) opera suas obras. Foi um refrescante e benfazejo encontro com uma poesia singular, de um apurado operador da palavra - e o surgimento de um poeta assim (embora já em seu quarto livro) é sempre de uma felicidade abençoada e abençoadora. 
O advento do livro ESTA LÃ DE SAL vem confirmar, com rigor, toda a riqueza expressiva deste poeta que, com criatividade e domínio de sua arte, emprega a pena em devoção e afirmação de fidelidade ao Senhor - Poeta primeiro, inspiração e fonte donde todo bem emana. 
O livro, de 110 páginas e publicado pela editora Penalux, é todo ele uma celebração da VIDA, assim, em capitulares, da VIDA maiúscula que rasga véus e rompe as muitas sombras que cerceiam a alma humana.
A obra pode ser adquirida diretamente com o autor. Escreva para seu e-mail: luizliborioalves@hotmail.com

O autor também mantém uma conta no Twitter:
https://twitter.com/librorum_luiz 

Três poemas do livro:

Senhor, Senhor, não enxugai

Essa esperança é para nós como âncora
da alma, firme e segura, a qual tem pleno
acesso ao santuário interior, por trás do véu.
– Hebreus 6:19

Senhor, Senhor, não enxugai
todas as minhas lágrimas
deixai que algumas evaporem
no hálito de existirem dias
e na garoa de haver noites
se esta for
a Vossa Vontade, Senhor
pois há um choro
que guardo para o Teu dia
e aquele de glória lapida-se
nestes de serena alegria
um choro
que só ousa chorar
o pequeno barco
que se tivesse âncora
afundaria
e por isso é ancorado
por Deus
e que ainda chora
em pensar na maior beleza
com a mágoa de não sê-la
ainda, esse choro suave
em haver Beleza
e não sê-la
ainda.



Esta lã de sal

Ide; eis que vos envio como cordeiros para o
meio de lobos.
– Lucas 10:3

O sal da terra, este selo
fluindo de olhos rasos
às margens do peito

sela de coragem o hiato
que engendrava cansaço
nos tímidos cordeiros.

Cada gota então brilha
como uma flor de suor
novíssima maravilha

mesmo se a pele soa
o som do açoite, noite
e masmorra adentro.



Oração Manhã

Ninguém tem maior amor do que este, de
dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
– João 15:13

Deus, que vê minha fraqueza opaca
como se fosse de luz a coragem maior
e reluzente: não permita que eu parta
e seja minha morte um partir indiferente.
Permita que eu entregue o meu melhor
em holocausto aos que amo, de repente,
e na morte minha alma escorra feito suor
– carta contida no envelope da pele quente.
Ainda quente mas em breve fria. Permita,
Pai, tal alforria! Invadir o curso do projétil
que rumava ao peito da musa, solar ferida,
e, morrendo, salvá-la. Que torne-se fértil
a óssea dor! Faça, Senhor, útil meu último dia:
após ser duro viver, ser doce ver seguir a vida.

Um comentário:

Luiz Guilherme Libório Alves da Silva disse...

Honrado com sua leitura! Que o Senhor, nosso Pai, seja glorificado nesses poemas! Grande abraço!

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