Desde algum tempo tenho acompanhado a "eclosão" de um jovem autor, senhor de uma poesia de grande potência, bem acima da média num meio em que, infelizmente, a mediocridade (ainda) opera suas obras. Foi um refrescante e benfazejo encontro com uma poesia singular, de um apurado operador da palavra - e o surgimento de um poeta assim (embora já em seu quarto livro) é sempre de uma felicidade abençoada e abençoadora.
O advento do livro ESTA LÃ DE SAL vem confirmar, com rigor, toda a riqueza expressiva deste poeta que, com criatividade e domínio de sua arte, emprega a pena em devoção e afirmação de fidelidade ao Senhor - Poeta primeiro, inspiração e fonte donde todo bem emana.
O livro, de 110 páginas e publicado pela editora Penalux, é todo ele uma celebração da VIDA, assim, em capitulares, da VIDA maiúscula que rasga véus e rompe as muitas sombras que cerceiam a alma humana.
A obra pode ser adquirida diretamente com o autor. Escreva para seu e-mail: luizliborioalves@hotmail.com
O autor também mantém uma conta no Twitter:
https://twitter.com/librorum_luiz
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Três poemas do livro:
Senhor,
Senhor, não enxugai
Essa
esperança é para nós como âncora
da
alma, firme e segura, a qual tem pleno
acesso
ao santuário interior, por trás do véu.
–
Hebreus 6:19
Senhor,
Senhor, não enxugai
todas
as minhas lágrimas
deixai
que algumas evaporem
no
hálito de existirem dias
e
na garoa de haver noites
se
esta for
a
Vossa Vontade, Senhor
pois
há um choro
que
guardo para o Teu dia
e
aquele de glória lapida-se
nestes
de serena alegria
um
choro
que
só ousa chorar
o
pequeno barco
que
se tivesse âncora
afundaria
e
por isso é ancorado
por
Deus
e
que ainda chora
em
pensar na maior beleza
com
a mágoa de não sê-la
ainda,
esse choro suave
em
haver Beleza
e
não sê-la
ainda.
Esta
lã de sal
Ide;
eis que vos envio como cordeiros para o
meio
de lobos.
–
Lucas 10:3
O
sal da terra, este selo
fluindo
de olhos rasos
às
margens do peito
sela
de coragem o hiato
que
engendrava cansaço
nos
tímidos cordeiros.
Cada
gota então brilha
como
uma flor de suor
novíssima
maravilha
mesmo
se a pele soa
o
som do açoite, noite
e
masmorra adentro.
Oração
Manhã
Ninguém
tem maior amor do que este, de
dar
alguém a sua vida pelos seus amigos.
–
João 15:13
Deus,
que vê minha fraqueza opaca
como
se fosse de luz a coragem maior
e
reluzente: não permita que eu parta
e
seja minha morte um partir indiferente.
Permita
que eu entregue o meu melhor
em
holocausto aos que amo, de repente,
e
na morte minha alma escorra feito suor
–
carta contida no envelope da pele quente.
Ainda
quente mas em breve fria. Permita,
Pai,
tal alforria! Invadir o curso do projétil
que
rumava ao peito da musa, solar ferida,
e,
morrendo, salvá-la. Que torne-se fértil
a
óssea dor! Faça, Senhor, útil meu último dia:
após
ser duro viver, ser doce ver seguir a vida.
Um comentário:
Honrado com sua leitura! Que o Senhor, nosso Pai, seja glorificado nesses poemas! Grande abraço!
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