segunda-feira, dezembro 17, 2007
Dois poemas de Josué Ebenézer
O CHAMADO
A Cleir Gonçalves dos Santos
Uma voz. De onde vem?
O pequeno Samuel não sabe.
É diferente, soa grave, forte.
E o discurso que contém
É conteúdo que não cabe
Num coração em corte.
Sangra. A dor é grande.
A voz que fala conclama
Tímpanos não acostumados...
A emoção no imo expande
E no pequeno ser a chama
Arde. Conceitos abalados.
A voz o chama pelo nome
E ele a sente bem audível
Naquele leito revolvido.
O menino, de Deus tem fome.
Sonha o sonho que é possível
No peito arqueado, comovido.
A voz é repetitiva, faz eco.
Ouve-a chamar de novo
E Samuel pensa que é Eli.
Sente aperto com o repeteco
Mas sabe que para o renovo
Precisa dizer: “Eis-me aqui!”
E o homem de Deus orienta:
“Volta ao silêncio da comunhão
E quando ouvires a voz a falar
Diga: Fala Senhor!” Tenta!
É melhor não andar na contramão
Quando a voz de Deus chamar.
Então, se submete tranqüilo,
Esperando um Deus pessoal
Relacionar-se com a Criação.
Sem entender direito aquilo
Parte em busca de um ideal
Que acalenta em seu coração.
DESEJOS ESPIRITUAIS
- Vai, Alma cansada das lutas do mundo,
em busca de alento, um pouco de paz...
Ao encontro de Deus, seu caminho refaz
buscando na vida um sentido profundo!
Ei-la peregrina e bem próxima a Deus,
da angústia se despindo diante do Amor.
No Sagrado buscando encontrar seu favor
para livre, serena, voar para os céus.
- E assim ao crente a Palavra falando,
em coração que ama o jeito mudando
e por fora presente um largo sorriso.
Essa alma voeja nos céus da comunhão
com um Deus que mora em seu coração
e antecipa na Terra o seu Paraíso!
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