sexta-feira, agosto 21, 2009

Um poema de Flávio Américo

*
Empinador de pipa, Marco Bastos

Uma pipa e o Vento


O Vento passou e deixou arrepio
Mas não digo que Ele é passado,
Pois, da pele, me lembra cada fio
Que Sua presença ainda se faz sentir.

Sou, como pipa, guiado pelo Vento
Com outras, fico colorindo o céu
Se não voar, a pipa deve virar réu,
Já que o papel da pipa é voar

E esse Sopro, esse Vento cálido,
Enche a terra com hálito de vida
Tolo, sem graça, é quem duvida
Morto, pois só respira o nada

Às vezes, quero amarrar o Vento,
Pois me angustia o parar de ventar
Todo tipo de cerimônia eu tento
Inútil, Ele “sopra onde quer”

Doce Vento, bondoso e livre,
Tenha piedade dessa pobre pipa
Guia-me, faze-me voar Contigo
E da queda eterna me livre.

Visite o blog do autor: http://palavrasboladasereboladas.blogspot.com/

2 comentários:

Rosimara disse...

"Sou, como pipa, guiado pelo Vento
Com outras, fico colorindo o céu
Se não voar, a pipa deve virar réu,
Já que o papel da pipa é voar"

guiado pelo vento do espírito, que maravilha de poema.

Otelice disse...

Belíssimo! Parabéns.

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