Costumava...
Podia...
Eu
costumava ter o mundo sob os pés
Eu podia
antever os movimentos do tabuleiro com perfeição
Eu
costumava dormir e achar que podia voar, alcançar o paraíso
Eu podia
cruzar os espaços com a velocidade dos cometas
Eu
costumava crer em homens e mulheres; eles mentiam sim
Eu podia
tapar os olhos e os ouvidos e ainda assim ver e ouvir, nunca pude fugir
Eu
costumava cuspir na sua Cruz, a desculpa era lustrar mais a madeira
Eu podia
fazer tudo isso sem remorso ou arrependimento. Podia. Não posso mais
Bem perto
Despontando no horizonte,
O lindo Sol vem radiante
O convite para viver
O convite para viver
Cheio de dignidade,
E benignidade
Ele clama entre altos montes
Ele nos chama a tempos extasiantes
O convite para viver
O convite para viver
Os céus são nossa morada,
E já beiramos a alvorada
Que se levantem os dormentes
Que se levantem entre as gentes
É o convite para viver
É o convite para viver
Estou com
você
Não tenha
medo, o pior já passou
Eu vi você
cruzar os infernos e estive por perto o tempo todo
Eu vi você
chorar escondido e implorar aniquilação, Eu vi e chorei junto
Não tenha
medo, o pior já passou
Agora estou
guiando a sua vontade, estou unindo-a à Minha Vontade
Juntos
faremos aquilo que precisamos fazer, mantenha-se firme na Rocha
Agora estou
carregando o seu corpo cansado e a sua mente quase insana
Juntos
atravessaremos todos os desertos e beberemos de todos os oásis
Apenas
confie, confie em Mim, não tenha medo e verá a Minha Glória
Apenas enlace
os seus braços no Meu Pescoço, enlace e sinta o Meu Cheiro
Não quero o
seu mal, quero só o seu bem, completo bem, até o transbordamento dele
Não quero
que fique longe, não fique longe, aproxime-se de Mim, Filho Meu, venha cá
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