terça-feira, abril 09, 2013

Quatro poemas de Isabel Gonçalves



II

Longe de ti,
Levo a morte achando que estou vivendo.
E a festa é um velório,
Onde não percebo que eu é que estou indo embora.

Longe de ti,
Tento organizar as coisas,
E não me deito em paz para dormir,
E acredito que conseguirei construir uma vida leve.

E esta dor continuo a carregar...

Até que como o vaso nas mãos do oleiro sou moldado de novo.
Assim tudo o que sou não tem mais razão de ser.
Há um novo caminho que eu nunca consegui prever,
Revelado por meu Pai,
Vida eterna improvável a mim,
Sacrifício de amor, vida a jorrar da cruz.


IV

Estar a correr com pressa de encontrar um abrigo,
E os meus pés estão cansados,
E sempre estou muito longe...

E há tanto a fazer para o meu Senhor,
Há tanto amor n'ele para eu me entregar,
Há tanto amor para levar aos que estão distantes,
Há um olhar de pureza, há um abraço sincero,
Para eu levar...

Semear chorando e voltar sorrindo,
Para isto, estou ainda aqui!


V

Vivo agora!
O que estava aqui era a morte.
Levanto-me e abandono,
Viver é deixar para trás...

E o caminho que quero
É único,
Sempre reto!
O adeus...

Um fio de linha,
Uma estrada que brilha.
Contra-mão de todos que passam.


VII

A disputa das verdades,
Verdades de cada um.
A disputa pelo lugar.
E o silêncio convida-me à sabedoria que vem do céu...
Amar, entregar minha vida àqueles que ainda brigam.

Em meu olhar o brilho de já ter muito chorado,
É meu lugar...
Sem nada nas mãos,
Um maltrapilho,
Mas, inabalável!

Verdade!
É!
Foi!
Será sempre!
Fez-me viver!
Cristo!




Um comentário:

Edmara Oliveira disse...

Gosto muito de poesia, principalmente quando é evangélica. Seguindo, blog abençoado :)


http://elaecrista.blogspot.com.br/

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