O Focinho do Camelo
Certa vez em sua loja um
artesão trabalhava
Com mão lânguida e
pensamento apático,
Quando da janela aberta
Cuidado! – um camelo enfiou
a cara.
“Meu focinho está frio”,
ele choramingou, humilde;
“Oh, deixe-me aquecê-lo ao
seu lado.”
Como nenhuma palavra de
negação lhe foi dita,
Para dentro veio o focinho
– e veio a cabeça,
E assim como o sermão vem
depois da leitura do evangelho
O pescoço errante e longo
veio a seguir.
E então, quando caiu a
tempestade ameaçadora,
Saltou para dentro toda a
forma deselegante.
Espantado o artesão olhou
ao redor,
E para o grosseiro invasor
franziu a testa,
Convencido, ao vê-lo assim
tão perto,
De que não havia espaço
para tal convidado.
Ainda mais surpreso, ouviu
o camelo dizer:
“Se estiver incomodado,
siga o seu caminho,
Pois neste lugar eu
escolhi ficar”.
Oh, corações jovens,
nascidos para a alegria,
Não tratem esta fábula
árabe com desprezo.
Para as velhas artimanhas
do mal
Não emprestem nem ouvidos,
nem olhar, nem sorriso,
Sufoquem a fonte escura
onde ela fluir,
Não admitam sequer o
focinho do camelo.
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